Os efeitos do coronavírus são para já palpáveis no número crescente de infetados e de mortos que se tem verificado um pouco por todo o mundo. Não fosse isto já preocupante o suficiente, há quem defenda que os efeitos vão muito para lá disso, mesmo depois do vírus estar controlado, e que irão mesmo mudar o mundo tal como nós o conhecemos. Esta preocupação é evidente na postura tomada por um grande parte dos Governos a nível mundial – em que se inclui Portugal – que, além de estarem a investir em cuidados de saúde, estão também já a precaver-se contra uma mais do que provável grande depressão. Estas medidas, porém, podem ser insuficientes. Essa é a opinião do futurista Gerd Leonhard, que acredita que no final de 2020 perceberemos que o mundo ao qual queríamos voltar, antes do coronavírus, já não existirá.
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Mais radical ainda é a opinião de Thomas Frey, um outro futurista, que acredita que esta crise que está para chegar será a mais cara de toda a História. Na sua opinião “a pandemia económica” será muito mais grave que o coronavírus, levando a bancarrotas, suicídios, fraudes, roubos, sem-abrigos e mais criminalidade. Mas afinal que mundo novo será este? Que mudanças tão drásticas irão acontecer? Curiosamente, estes futuristas adivinham mudanças que podem ser positivas para o planeta, como por exemplo o fim dos combustíveis fósseis, mas que de facto vão mudar o mundo tal como nós o conhecemos.
5 mudanças que irão acontecer no mundo, depois da pandemia
Estados Unidos da Europa
Esta é uma das previsões mais surpreendentes. Os futuristas acreditam que os países da União Europeia vão ser obrigados a colaborar melhor e mais depressa. Quase como que apelando ao seu instinto de sobrevivência. Antevê-se a criação de um modelo “Estados Unidos da Europa”, que se irá transformar na nova líder global nos próximos três anos por causa da crise.
Fim dos combustíveis fósseis
“Pela primeira vez na modernidade, vemos o que acontece quando queimamos menos combustíveis fósseis”, afirma Leonard. O que fará com que estes acabem por perder a sua predominância. Este futurista antevê que a procura por viagens de avião, turismo e outras indústrias que consomem muitos combustíveis fósseis irão sucumbir. Pelo que o investimento acabará por ser redirecionado para energias sustentáveis.
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Isto terá efeitos na forma como viajamos. Será dada primazia às reuniões remotas em substituição das viagens de negócios. Acreditam que as conversas por hologramas vão se tornar comuns. E que, por sua vez, as companhias aéreas serão obrigadas a investir em aeronaves neutras em carbono.
Tecnologia vai aumentar ainda mais a sua força
Frey acredita numa transição laboral maciça, com muitas pessoas despedidas a mudarem de carreira e a abrirem as suas próprias empresas. Por outro lado, as mudanças radicais no teletrabalho que estamos a experimentar vão ter efeitos permanentes. E isto fará com que a tecnologia ganhe cada vez mais força. “Toda a gente em todo o lado está a fazer tudo online, desde encomendar comida a ter aulas de yoga”, afirma Leonard. O futurista acredita que isto levará a uma regulamentação mais apertada com o objetivo de garantir que os humanos e o planeta beneficiam do progresso tecnológico. “Estamos a entrar num novo Renascimento”, afiança.
Crise nos Estados Unidos e fim do populismo
Os Estados Unidos e o Brasil vão mergulhar em “guerras civis digitais”. Será por conta de uma uma “total falta de planeamento e má gestão dramática do financiamento para saúde.” Isto levará a uma contestação massiva impulsionada pelas redes sociais. Gerd Leonhard acredita que a situação pode escalar para “atos de desespero” que levem a uma suspensão da democracia nos Estados Unidos.
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Por outro lado, acredita-se num travão no crescimento populismo. Serão dadas oportunidades aos Millennials e às mulheres na política, prevê Gerd Leonhard. A crise nos Estados Unidos deverá deitar por terra a reeleição de Donald Trump em 2020. E o mesmco acontecerá no Brasil e Reino Unido em 2021. E talvez também no Irão e na Turquia.
Fortes alterações na agricultura
A carne será o novo inimigo a abater. Existirão discussões sobre a auto-suficiência energética do sector da agricultura e ao aumento da procura por produtos locais. “Em 2021 veremos um aumento exorbitante do vegetarianismo e será introduzido um imposto de carbono sobre a carne.”