Naby Keita, o todo-o-terreno do Liverpool que se inspirou em Deco

Atento ao mercado alemão, como já provou em inúmeras operações de mercado do Liverpool, Jürgen Klopp viu em Naby Keita o homem perfeito para reforçar o meio-campo dos “reds”. O médio da Guiné-Conacri já brilhara na Áustria, ao serviço do Salzburgo, e na Alemanha, pelo Leipzig, voltou a demonstrar ser um jogador todo-o-terreno de grande qualidade. A equipa inglesa despendeu 60 milhões na sua contratação.

Keita chegou este ano a terras de Sua Majestade, mas demorou a convencer os adeptos exigentes de Anfield Road. Nunca se assumiu como um titular indiscutível da equipa, ao contrário, por exemplo, de Van Dijk e Alisson, que também foram contratados por muitos milhões. Mas nesta derradeira fase da época, em que o Liverpool está na luta pela conquista da Premier League e numa caminhada para repetir a presença na final da Liga dos Campeões, o médio já tem demonstrado o porquê de Jürgen Klopp ter insistido tanto na sua contratação.

Foi visível a sua preponderância em campo contra o FC Porto e agora na categórica vitória dos “reds” frente ao Chelsea. Demonstrando que pode vir a ganhar preponderância nos próximos desafios da equipa. É importante na ocupação de espaços e a equilibrar a equipa e, mesmo assim, consegue desequilibrar mais à frente no terreno. Talvez inspirado pelo ídolo que herdou do pai, Deco.

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“Fui atropelado várias vezes, mas continuei porque nunca queria perder a posse da bola”

A história que liga o médio do Liverpool ao antigo internacional português é no mínimo curiosa. Foi inscrito na Bundesliga como Naby Deco Keita, numa homenagem ao antigo craque do FC Porto. “Era o ídolo do meu pai. Um grande jogador”, justificou a escolha do nome em entrevista ao site oficial da Bundesliga.

Por outro lado, a inspiração para um bom desempenho tanto a defender como a atacar diz ter retirado dos tempos em que jogava futebol de rua. “Nós jogávamos em qualquer lugar onde houvesse espaço, que muitas vezes era na estrada e, por isso, tínhamos que nos esquivar dos carros”, começou por dizer o jogador em entrevista ao site Goal.com. “Fui atropelado várias vezes, mas continuei porque nunca queria perder a posse da bola. Nada poderia me separar da bola e aprendi muito com minhas experiências na rua”, disse ainda.

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Esta experiência no futebol de rua também lhe trouxe alguns dissabores. Por não ter tido formação, Naby Keita teve muitas dificuldades para conseguir uma oportunidade na Europa. “Durante os testes, os treinadores pediam-me para fazer coisas que eu nunca tinha ouvi falar. Eles usavam termos futebolísticos que eu não entendia e davam instruções que eu não percebia. Eu não sabia nada sobre táticas e quando fui rejeitado, foi o que me apontaram”, disse na mesma entrevista.

Klopp já disse que no seu atual modelo, com três médios, a luta por um lugar no onze não é fácil. Para funções similares, a equipa tem jogadores de qualidade. Wijnaldum, Fabinho, Milner ou Jordan Henderson são bons exemplos, pelo que não será fácil cimentar-se na equipa como indiscutível. Mas pelo que tem demonstrado nos últimos jogos, parece ser apenas uma questão de tempo.