Diego Costa. Nem todos os golos do mundo apagam o mau feitio do jogador

Diego Costa. Nem todos os golos do mundo apagam o mau feitio do jogador

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Diego Costa. Nem todos os golos do mundo apagam o mau feitio do jogador

O avançado foi uma das figuras da última Supertaça Europeia, marcando dois golos no jogo frente ao Real Madrid. Mas nem todos os golos do mundo, apagam o mau feitio do jogador do Atlético de Madrid.

Artigo de André Cruz Martins

18-08-2018

Não existem grandes dúvidas de que o Atlético de Madrid é uma das melhores equipas europeias da atualidade, valendo pelo seu todo e sendo formada por jogadores de enorme qualidade que a qualquer momento podem decidir um jogo. Recentemente, foi Diego Costa. O avançado foi uma das figuras da última Supertaça Europeia, marcando dois golos no jogo frente ao Real Madrid. Mas nem todos os golos do mundo, apagam o mau feitio do jogador do Atlético de Madrid.

De facto, ter pela frente o ponta de lança hispano-brasileiro não deve ser tarefa fácil e não estamos a pensar na sua enorme qualidade, mas sim no seu feitio irascível. Nos seus duelos com os defesas contrários, ele esbraceja, agarra, dá pontapés, grita, insulta, ameaça, etc etc. E, claro, pelo meio, como quem não quer a coisa, vai marcando muitos golos.

Diego Costa regressou ao Atlético de Madrid no mercado de inverno, voltando à casa onde foi mais feliz, com 64 golos apontados em três temporadas (2010/11, 2012/13 e 2013/14, sendo que pelo meio esteve emprestado ao Rayo Vallecano). Logo no segundo jogo, diante do Getafe, foi expulso. Ainda assim, não foi devido a qualquer agressão, mas sim por ter visto o segundo amarelo, depois de festejar um golo junto dos adeptos.

Diego Costa foi uma das figuras da última Supertaça Europeia

O internacional espanhol voltou ao Atlético de Madrid depois de três temporadas no Chelsea. Foi dispensado pelo treinador Antonio Conte através de uma mensagem de telemóvel, em junho de 2017 e cujo conteúdo foi revelado pelo jornal espanhol “As”: “Olá Diego, espero que estejas bem. Obrigado pela época que passámos juntos. Boa sorte para a próxima temporada, mas não estás nos meus planos”. A reação de Diego Costa foi irónica: “Agora o Chelsea deve vender-me nos saldos”. E anunciou publicamente que reencaminhou a mensagem que lhe foi enviada por Conte para os dirigentes do Chelsea. Apesar de não ter voltado a jogar pelos “blues”, não se pode dizer que o Atlético de Madrid tenha comprado o seu passe nos saldos, pois pagou 66 milhões de euros, depois de o ter vendido ao Chelsea em 2014 por apenas 38 milhões de euros.

Polémica e expulsões são a sua imagem de marca. Logo aos 17 anos, quando representava o Barcelona Capela, das divisões secundárias do Brasil, sofreu um castigo de seis meses da Confederação Brasileira de Futebol e decidiu deixar de jogar futebol. No entanto, algumas semanas depois, o clube conseguiu provar que o castigo era injusto e a pena foi anulada, com Diego a voltar atrás na sua decisão. Foi por esta altura que um olheiro do Sporting de Braga o observou num jogo do Barcelona Capela e mesmo sem treinar há muito tempo, foi o melhor em campo. De tal forma que, contam os dirigentes do clube brasileiro, o tal olheiro saiu de campo ao fim de cinco minutos e disse que o jogador iria ser contratado.

E assim foi, embora o Sporting de Braga o tenha emprestado ao Penafiel, da II Liga onde já era titular com apenas 17 anos e marcou cinco golos em 14 partidas. Não passou meio ano e já o Atlético de Madrid pagou 1,5 milhões de euros ao Sporting de Braga e emprestou-o ao clube minhoto na segunda metade da temporada de 2006/07, mas só marcou um golo.

Seria cedido a Celta de Vigo, Albacete e Valladolid nas três temporadas seguintes, mas com rendimento modesto, apontando um total de 24 golos. Em 2010/11 teve finalmente a hipótese de ficar no plantel do Atlético de Madrid, mas não agradou (oito golos marcados) e foi de novo cedido, desta feita ao Rayo Vallecano, onde não jogou muito, devido a alguns problemas físicos, mas teve um bom rácio jogos/golos (16/10).

Aos 17 anos foi suspenso por seis meses e anunciou que ia deixar de jogar

Regressou ao Vicente Calderón para ficar e “explodiu”, sob o comando de Diego Simeone, a ponto de se tornar num dos melhores pontas de lança do futebol mundial. Cobiçado por Brasil e Espanha, em outubro de 2013 anunciou a opção pela seleção europeia mas não foi feliz no Campeonato do Mundo de 2014, com a “roja” a ficar pela fase de grupos e a sofrer uma humilhante derrota com a Holanda (1-5) e outra do Chile (0-2).

Mudou-se então para o Chelsea, onde se fez notar pelos 59 golos marcados em três épocas mas também pelos confrontos dentro de campo com Zabaleta, Gabriel Paulista, Gerrard, Koscielny, e principalmente Skrtel, central do Liverpool. E surgiram rumores de que terá lutado com o capitão John Terry, durante um treino do Chelsea. José Mourinho, que na altura orientava os londrinos, não escapou à sua ira – atirou um colete para os pés do “Special One”, durante um jogo com o Maccabi Tel Aviv, depois de ter estado a aquecer e não ter entrado em campo.
Também teve vários problemas com Antonio Conte, como ficou provado pela forma como foi “despachado” pelo italiano. E parece que ainda não se esqueceu da forma como foi tratado, pois riscou o nome do técnico quando partilhou uma foto da equipa inicial do Chelsea no recente jogo com o Barcelona, para a Liga dos Campeões.

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Artigo de
André Cruz Martins

18-08-2018



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