Mantém-se a guerra entre Colin Kaerpernick e a National Football League (NFL). O episódio mais recente desta disputa teve como cenário um treino, organizado pela NFL, no qual o jogador de futebol americano recusou participar. O atleta, de 32 anos, não quis fazer parte de uma acção que seria observada por dirigentes de algumas equipas do campeonato norte-americano de futebol americano. E que serviria para mostrar que está em forma para jogar. Kaepernick não gostou de saber que o treino seria à porta fechada, sem a presença de meios de comunicação social.
A solução de Kaepernick foi realizar o treino noutro local. O jogador anunciou que o treino teria lugar no campo de uma escola em Riverdale, Georgia e que os jornalistas teriam acesso ao mesmo. Durante o tempo em que esteve a treinar, o jogador mostrou estar em forma, convivendo ainda com fãs que apareceram para o apoiar. Teve ainda tempo para conversar com os jornalistas. “Estou pronto há três anos, estou afastado há três anos. Todos sabem por que vim cá mostrar isso para todos. Não tenho nada a esconder. Estamos à espera dos 32 dirigentes das 32 equipas e de Roger Godell [Comissário da NFL] para que todos eles parem de fugir da verdade e das pessoas”, disse no final.
“Estou pronto há três anos, estou afastado há três anos. Todos sabem por que vim cá mostrar isso para todos. Não tenho nada a esconder”
Colin Kaepernick refere ainda estar pronto para jogar e que o seu agente, Jeff Nalley, está disposto para conversar com qualquer equipa. “Farei entrevistas com qualquer equipa a qualquer hora. Estava pronto, estou pronto e irei continuar pronto”, conta. Salientando ainda o motivo da sua decisão em alterar o treino. “A nossa maior preocupação foi garantir transparência em relação ao que faríamos. Não teríamos isso noutro local, então viemos para aqui. É importante que todos estejam aqui”, conclui. Por sua vez, a NFL mostrou-se “desapontada” com a decisão do jogador.
Colin Kaepernick e NFL em guerra desde 2016
É preciso recuar até 2016 para encontrar o episódio inicial da disputa entre Kaepernick e a NFL. Foi a 14 de agosto desse ano, ainda durante a pré-temporada, que tudo começou. Na altura, o jogador colocou um joelho no chão durante o hino norte-americano. Um gesto para chamar a atenção para a luta contra a desigualdade racial e violência policial contra os negros nos EUA. A situação ganhou uma proporção gigantesca e o presidente norte-americano, Donald Trump, exigiu que as equipas tomassem medidas sérias.
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Kaepernick ainda jogou até 1 de janeiro de 2017. Em março desse ano chegou ao fim o contrato que ligava o jogador aos San Francisco 49ers e desde então que não consegue encontrar equipa. Uns defendem que é por causa do gesto que teve em campo. Enquanto outros revelam que os seus números fazem com que não seja um jogador atrativo para as equipas. A esta polémica juntou-se a Nike, que decidiu assinar contrato com o jogador em 2018. O que fez com que muitos pedissem um boicote à marca norte-americana.
Fotos: Reuters