Bacca, o ponta de lança que o Sporting nunca conseguiu pescar

Bacca, o ponta de lança que o Sporting nunca conseguiu pescar

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Bacca, o ponta de lança que o Sporting nunca conseguiu pescar

Ponta de lança colombiano, que durante anos acumulou o futebol com a profissão de pescador, esteve próximo dos leões por duas vezes. Esta quinta-feira estará em Alvalade, mas ao serviço do Villarreal.

Artigo de André Cruz Martins

14-02-2019

Os caminhos do Sporting Clube de Portugal e de Carlos Bacca vão finalmente cruzar-se esta quinta-feira, quando os leões receberem o Villarreal, atual clube do ponta de lança colombiano. Embora não exatamente como chegou a ser dado como praticamente adquirido, com o internacional colombiano a vestir a camisola dos leões.

Por duas vezes, Bacca esteve muito perto de ser reforço do clube lisboeta. Primeiro, em 2011. Quando ainda jogava no seu país, ao serviço do Junior Barranquilla. “Tenho 80 ou 90 por cento de possibilidades de sair e tenho as coisas muito avançadas com o Sporting, de Portugal”, referiu na altura à imprensa do seu país. No entanto, o negócio não avançou. O ponta de lança acabou por se mudar para o futebol europeu, mas para os belgas do Club Brugge.

Na última pré-temporada, o internacional colombiano voltou a estar na mira dos leões, que solicitaram o seu empréstimo junto do AC Milan. O clube português não conseguiu no entanto competir com o Villarreal, que comprou o passe do futebolista por 7 milhões de euros.

Não comia o dia inteiro

A infância de Carlos Bacca não foi nada fácil. Oriundo de uma família muito pobre, passava todo o dia sem comer, como contou a sua mãe. “Muitas vezes ele só comia à noite. Tomava um copo de leite quando acordava. Passava o dia todo em jejum e à noite jantava”, confessou a dona Eloísa, em entrevista, na qual revelou ainda: “Na escola era inteligente, mas indisciplinado. Eu e o seu pai queríamos que aprendesse inglês e o Carlitos respondia sempre ‘para quê, nunca vou sair de Puerto Colombia’”.

Muito cedo teve de trabalhar para ajudar a família, como contou o pai. “Um dia chegou perto de mim e disse-me que queria ajudar a família. Tornou-se cobrador de autocarros e pescava comigo todos os dias no molhe de Puerto Colombia”, referiu.

Profissional só aos 22 anos

Foi só aos 22 anos que se tornou profissional. Ao serviço do Junior Barranquilla, quando se estreou no principal escalão do futebol colombiano. Depois de ter feito 45 golos em três temporadas no clube – e na segunda época esteve muito tempo lesionado, tendo alinhado em apenas três partidas – saiu para o futebol europeu, na já referida transferência para o Club Brugge.

Na primeira temporada na Bélgica, em 2011/12, jogou e marcou muito pouco (um golo em três partidas), mas na época seguinte arrasou e fez 28 golos em 42 partidas, mudando-se para o Sevilha, que pagou 10 milhões de euros pelo seu passe.

Logo ganhou o estatuto de grande ídolo dos adeptos do clube andaluz, onde apontou um total de 48 golos em duas temporadas. O destino seguinte foi o AC Milan, mas os 34 golos em duas épocas não foram suficientes para que continuasse a ser aposta.

Emprestado ao Villarreal, apontou 18 golos em partidas oficiais em 2017/18. Esta época só foi titular em sete jogos (e suplente utilizado em 17), o suficiente para marcar por oito vezes.

No entanto, tem vivido seca de golos em 2019. Só acertou uma vez nas balizas adversárias. Foi no desafio de 9 de janeiro com o Espanhol. Nos últimos quatro encontros foi sempre suplente utilizado, mas poderá quem sabe aproveitar esta eliminatória da Liga Europa com o Sporting para mostrar que ainda está bem vivo. E que continua a ser um goleador temível.

Casado com “uma mulher simples”

Carlos Bacca é casado desde 2010 com Shayra Santiago. É a sua namorada da adolescência e com a qual tem dois filhos em comum. Não se trata da típica mulher de futebolista, não se destacando pela extraordinária beleza. Há poucas semanas, um jornalista colombiano da imprensa cor de rosa foi muito direto para com o ponta de lança. “Por que tens uma mulher simples, se poderias estar com uma modelo europeia ou colombiana?”

Bacca foi pronto na resposta. “A Shayra foi a única que me quis quando eu era um simples pescador e brindou-me com o seu amor desinteressado quando eu não era ninguém. Para além disso, é a melhor mulher que poderia desejar para os meus filhos. Evidentemente que agora estou feliz por poder proporcionar-lhe uma vida de luxo. Depois de ter passado por tantas necessidades ao meu lado”, sublinhou

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André Cruz Martins

14-02-2019



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