O retrato de um clube de strip em tempos de pandemia

O retrato de um clube de strip em tempos de pandemia

Amor e Sexo

O retrato de um clube de strip em tempos de pandemia

Já imaginou como regressarão à atividade os clubes de strip em Portugal? Nos Estados Unidos, já regressaram e bem diferentes do passado.

Artigo de Hugo Mesquita

05-06-2020

A pandemia pelo novo coronavírus obriga, agora numa fase de desconfinamento, a um reajuste grande da sociedade, de modo a tornar o contacto entre pessoas – e por consequência a propagação do vírus – o menor possível. Em Portugal, por exemplo, optou-se, entre outras medidas, pela redução da lotação dos espaços comerciais. E alguns desses espaços não têm ainda autorização para abrir. São caso disso os bares, discotecas ou os clubes de strip. Nos Estados Unidos, o país que está a ser agora o mais fustigado com o covid-19, as coisas não são tanto assim.

As medidas de desconfinamento no estado do Utah começaram no primeiro dia do mês de maio. E, curiosamente, alguns dos espaços que abriram foram precisamente os clubes de strip, onde se imagina que o contacto seja mais comum e quase inevitável. No entanto, neste estado, muitos destes espaços têm licença de bares e por isso abriram portas como tantos outros. Mas não pense que o fizeram sem ter em atenção as naturais medidas de segurança. Isto tanto para clientes como para trabalhadores.

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A revista norte-americana Vice fez uma visita por alguns destes espaços e encontrou negócios que em muito pouco se assemelham aos que tantas vezes vemos representados nos filmes de Hollywood. Todos têm comum um dress-code de que ninguém pode fugir: a máscara. Mas até aqui os norte-americanos conseguem ser imaginativos, com muitos a usarem máscaras no mínimo curiosas (sabia que as máscara de Bane, o inimigo de Batman, esgotaram? Saiba mais aqui). As preferidas são as balaclavas, típicas dos desportos de inverno.

Estes espaços procuram que os seus clientes mantenham o distanciamento social entre si. E também das strippers. Sendo que, em alguns casos, estas trabalham atrás de um acrílico. Os clientes têm apenas autorização para se aproximarem para deixaram uma gorjeta à dançarina, sendo que o devem fazer colocando o dinheiro no chão. Este mesmo dinheiro é depois cuidadosamente retirado e contado com recurso a luvas, por um outro funcionário. O espaço é depois todo higienizado e nem mesmo o varão se escapa.

Veja o vídeo:

O clube de strip tem mais clientes, mas as gorjetas desceram

Parece tudo muito esquisito e quase surreal. Mas a verdade é que muitos deste espaços estão a ter uma maior afluência do que aquela que registavam antes da pandemia. Uma das trabalhadoras entrevistadas, Morgan, revelou ao Vice que o seu clube “está 60% mais cheio que o normal”. Percentagem semelhante foi igualmente apontada por outros clubes. “As pessoas têm dinheiro para gastar. Acabaram de receber os seus cheques de estímulo e acreditam que vão regressar muito em breve ao trabalho”, confessa Morgan.

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A maior diferença está na proibição das lap dances, pelos motivos óbvios. Essa atenção especial dada pelas dançarinas aos clientes foi substituída por uma conversa. “Conversar com os clientes quando saímos do palco é uma parte vital do trabalho”, diz Steph Martines, uma outra das entrevistadas. “Como não podemos fazer lap dances, é quando conversamos com os clientes que eles se sentem importantes no nosso clube”, revela.

Ainda que o negócio esteja a correr bem para os donos, o mesmo não se poderá dizer das trabalhadoras. Estas admitem ter sentido uma redução drástica nas gorjetas. Uma das entrevistadas aponta a um decréscimo de 60% do valor que antes faziam, uma quantia que muitas vezes é o rendimento principal das strippers. E a que se deve esta descida tão grande? O motivo está precisamente na máscara. “A gorjeta é diferente quando eles não te podem ver a sorrir”, explica, fazendo referência ao facto de terem que fazer as suas performances de máscara.

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Artigo de
Hugo Mesquita

05-06-2020



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