O Real Madrid foi um dos grandes protagonistas deste mercado de verão. Para lá das contratações de renome como as de Hazard ou Jovic, esperava-se que entrasse um nome de renome para o meio-campo. Pogba foi o alvo, Eriksen e Bruno Fernandes alternativas. O certo é que ninguém chegou para a posição. A falta de soluções para uma zona tão importante do campo é evidente e fica mais notória com a onda de lesões que assola o Bernabéu. A solução, porém, podia estar dentro de portas. Chama-se Martin Odegaard.
Talvez por querer replicar o sucesso de La Masia, dos rivais do Barcelona, Florentino Pérez tem apostado na contratação de jovens jogadores para que estes possam mais tarde vir a singrar na equipa principal. Essa aposta ficou evidente na recente vitória do Real Madrid frente ao Osasuna, que foi conseguida com os golos de Vinícius Júnior e Rodrygo, dois jogadores que entram nesta nova política blanca.
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A aposta de Ancelotti
O prodígio japonês Takefusa Kubo é o mais recente nome de uma lista que conta com outros vários outros jogadores como Lunin, Vallejo, Ceballos e até Isco (além dos dois brasileiros já citados). Isto é, jovens jogadores que demonstraram potencial e que o Real Madrid não olhou a meio para os juntar às suas fileiras. Representaram quase todos, investimentos de muitos milhões. Martin Odegaard foi talvez o jogador que deu início a esta política.
Foi uma contratação de pompa e circunstância que fez manchetes em todo o mundo. O Real Madrid apostava as fichas num prodígio norueguês de apenas 16 anos, no mercado de inverno da temporada 14/15. Carlo Ancelotti, treinador de então dos blancos, elogiou Odegaard a treinar com a equipa principal, junto do seu ídolo, Cristiano Ronaldo.
Veja a grande assistência de Odegaard frente ao Alavés:
Chegada de Zidane retirou espaço ao jovem norueguês
Estreou-se ainda nessa mesma temporada, na última jornada, quando rendeu Ronaldo numa vitória por 7-3 sobre o Getafe. Tornou-se no mais jovem de sempre a jogar pela equipa principal, com apenas dezasseis anos e 156 dias. Parecia um início auspicioso, mas a saída de Ancelotti cortou as possibilidades do jovem norueguês. Rafa Benítez manteve Odegaard na equipa, mas sem apostar verdadeiramente no jogador e com a entrada de Zidane ficou ainda mais evidente que o espaço do jovem norueguês em Madrid seria próximo do nulo.
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Sucederam-se empréstimos. Odegaard, como o seu talento anunciava, foi brilhando na principal divisão da Holanda. As duas primeiras épocas no Heerenveen e a terceira no Vitesse, onde deu claramente um grande salto qualitativo. De tal forma que figurou melhor onze da época na Holanda, ao lado de vários dos jogadores que brilharam na épica epopeia do Ajax na Liga dos Campeões, na temporada passada.
A sensação do campeonato espanhol
Talvez a falta de opções no meio-campo do Real Madrid e a demonstração do talento ao mais alto nível fizessem com que o jovem norueguês fosse opção para Zidane esta temporada. No entanto, o génio norueguês tem sido ignorado pelo treinador francês. Esta época, foi “recambiado” para a Real Sociedad e, sem surpresas, tem estado em grande destaque.
Pelo emblema do Anoeta, o jovem norueguês conta com seis jogos – sempre a titular – dois golos e uma assistência. O jogo que fez frente ao Alavés voltou a colocá-lo nos radares do futebol mundial. Desde o início da temporada 2016/17, nenhum jogador criou mais chances em um único jogo de LaLiga do que Martin Odegaard frente ao Alavés. A qualidade ficou vincada no lance do primeiro golo, um pouco antes do minuto 20.
O jovem médio norueguês tirou um adversário do caminho com um grande gesto técnico e depois assistiu a régua e esquadro Oyarzabal. O jogador espanhol só teve que encostar para golo, abrindo assim o marcador. A Real Sociedad acabaria por vencer o jogo por 3-0. Está em segundo lugar no campeonato, com menos um ponto que o Real Madrid, que é líder com 14 pontos.