Florian Thauvin, a arma do Marselha que sentou Mitroglou

Florian Thauvin, a arma do Marselha que sentou Mitroglou

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Florian Thauvin, a arma do Marselha que sentou Mitroglou

Conheça a história do extremo direito, figura maior da sua equipa e um dos quatro nomeados para jogador do ano em França. Nas meias finais da Liga Europa marcou um golo com a mão.

Artigo de André Cruz Martins

16-05-2018

Atlético de Madrid e Marselha enfrentam-se esta quarta-feira na final da Liga Europa, com favoritismo claro dos espanhóis. No entanto, os franceses não podem ser desvalorizados e também contam com jogadores que podem decidir uma partida, com destaque para Florian Thauvin, extremo direito de 25 anos.

Thauvin regista números estratosféricos na época em curso, com 26 golos (22 no campeonato e quatro na Liga Europa) e 18 assistências em jogos oficiais, ganhando especial relevância a quantidade de vezes que conseguiu introduzir a bola nas balizas adversários, se atentarmos no facto de não ser ponta de lança. Foi inclusivamente nomeado para jogador do ano em França, juntamente com Mbappé, Cavani e Neymar, com este último a ser consagrado vencedor.

Teve papel importantíssimo nas meias finais da Liga Europa e marcou um dos golos na vitória por 2-0 na primeira mão, diante do Red Bull Salzburg. Curiosamente, o golo foi obtido com a mão, no que parece ser uma vingança com 28 anos de atraso: nesse ano de 1990, os franceses só não conseguiram o acesso à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus porque o benfiquista Vata marcou com a mão a poucos minutos do final da segunda mão e deu a qualificação aos portugueses.

Thauvin igualou recorde de Boksic

Desde 1993 que nenhum futebolista do Marselha conseguia marcar tantos golos no campeonato francês, proeza que pertenceu ao ponta de lança croata Alan Boksic, que faturou os mesmos 23 golos. A grande produtividade de Thauvin não chegou para a sua equipa fazer melhor do que o atual quarto lugar, mas está ainda de olho no terceiro, que faria toda a diferença, pois daria a qualificação para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O Lyon tem mais um ponto e na última jornada recebe o Nice, sexto classificado, enquanto o Marselha também joga em casa, com o Amiens, 12º colocado.

Grandes equipas do futebol europeu estarão certamente atentas a Florian Thauvin, que não esconde o desejo de alinhar em duas Ligas em específico. “O campeonato espanhol faz-me sonhar e gosto da Bundesliga, pois acho que encaixa bem no meu estilo de jogo. No entanto, não tenho pressa para sair, pois sinto-me bem no Marselha”, garante.

Há alguma expetativa para perceber se Thauvin irá fazer parte do lote de 23 convocados de França para o Campeonato do Mundo, mas o extremo admite que não será fácil. “A concorrência no ataque é fortíssima e não sinto qualquer pressão-extra para justificar a minha ida ao Mundial. O que realmente me interessa é dar tudo por tudo a cada fim de semana”, sublinha, garantindo que já se sente feliz “por ter tido a oportunidade de representar a seleção francesa, algo que poucos conseguem”.

Não vingou na Premier League

Formado no Grenoble, clube que faliu em 2011 e caiu na quarta divisão, Florian Thauvin, na altura com 18 anos, assinou o seu primeiro contrato de profissional, com o Bastia, do segundo escalão. Na época seguinte, foi figura importante na promoção do clube à Ligue 1 e despertou o interesse de bons clubes, acabando por se transferir para o Lille, por 3,5 milhões de euros, mas foi emprestado ao Bastia nessa época, tendo feito 10 golos e eleito o melhor jovem jogador do campeonato.

A verdade é que acabou por não realizar um único encontro pelo Lille, que o vendeu ao Marselha por 15 milhões de euros. Confirmou as expetativas na primeira época ao serviço do novo clube, mas baixou de rendimento na temporada seguinte. Ainda assim, o Newcastle, clube famoso por apostar em futebolistas franceses, chegou-se à frente e pagou 18 milhões de euros pelo seu passe, mas a experiência em Inglaterra foi para esquecer, não tendo agarrado a titularidade e só tendo alinhado em 16 encontros, com um golo marcado.

Acabou por fazer a segunda metade dessa temporada de 2015/16 no Marselha, a quem continuou cedido na época seguinte, com alto rendimento (15 golos em 43 encontros). No início desta temporada, o Marselha voltou a comprar o seu passe, por 11 milhões de euros e certamente não se arrependeu, pois tem sido a grande figura do conjunto orientado por Rudi Garcia.

Polémicas no passado

No entanto, nem sempre foi fácil a vida de Thauvin no Marselha, nomeadamente na época de 2014/15, quando fez apenas cinco golos e três assistências e foi apontado como um dos rostos do insucesso da equipa, que prometeu muito, mas acabou por ser apenas quarta classificada na Ligue 1. O seu ponto mais baixo em Marselha viveu-o numa derrota com o Lorient, por 5-3. A sua exibição foi tão má que chegou a ser descomposto em pleno relvado pelo companheiro de equipa André Ayew. E sem surpresa, já não voltou das cabinas para a segunda parte.

Para além do rendimento sofrível que apresentou dentro de campo, chegou a ser afastado pelo treinador Marcelo Bielsa, devido a atos de indisciplina, nomeadamente depois de ter insultado em pleno jogo o seu companheiro de equipa Dimitri Payet. Curiosamente, em janeiro, Gianelli Imbula, futebolista do Marselha que depois se transferiria para o FC Porto, havia afirmado, de forma jocosa, que o extremo era o “menino querido de Bielsa”. Depois de uma época tão atribulada, nada melhor do que a sua saída para o Newcastle, onde no entanto não foi nada feliz, como já vimos.

Entretanto, muita água passou debaixo da ponte e Florian Thauvin deu a volta, tornando-se no mais decisivo jogador do Marselha e na principal esperança dos seus adeptos para surpreender o Atlético de Madrid. A confirmar na noite desta quarta-feira.

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André Cruz Martins

16-05-2018



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