Como a NBA e NFL colocaram a Inglaterra na rota do título mundial

Como a NBA e NFL colocaram a Inglaterra na rota do título mundial

Desporto

Como a NBA e NFL colocaram a Inglaterra na rota do título mundial

A equipa inglesa tem há vários anos problemas com as bolas paradas, mas o que antes era um problema, agora tornou-se numa arma poderosa.

Artigo de Hugo Mesquita

11-07-2018

As bolas paradas têm tido um papel fundamental no desenrolar desta edição do Campeonato do Mundo. Este momento do jogo tem servido para desempatar partidas mais disputadas. Um bom exemplo foi o embate entre a França e a Bélgica, para as meias finais da competição. O empate entre as duas equipas só foi desfeito através de uma bola parada, neste caso um canto marcado por Griezmann que foi cabeceado para o fundo das redes por Umtiti.

As bolas paradas assumiram uma importância vital na primeira meia-final da competição e o mesmo é esperado que possa vir a acontecer no segundo, no jogo que opõe ingleses e croatas. Tudo porque o selecionador inglês, Gareth Southgate é um especialista nesta matéria.

72 cantos a favor e zero golos

A equipa inglesa tem se mostrado uma verdadeira máquina neste capítulo do jogo. Até ao momento, 8 dos 11 golos da seleção dos “três leões” foram de bola parada. Algo que se pode explicar pelo fascínio de Southgate em lances de laboratório. Em contraste, no Euro 2012, no Mundial de 2014 e no Euro 2016,  a Inglaterra teve 72 cantos a favor e não conseguiu transformar nenhum em golo.

O selecionador inglês é um fã confesso das “estratégias ofensivas e defensivas” da NBA e da NFL, ligas de basquetebol e futebol-americano, e baseou-se nestes dois desportos para aplicar novas metodologias de treino para as bolas paradas.

“Identificámos que as jogadas de bolas paradas são as chaves dos Mundiais e sentimos que era um aspeto que deveríamos melhorar. Também ajuda ter grande marcadores competentes e grandes finalizadores. Prestámos atenção e somos uma autêntica ameaça”, confessou Southgate, citado pelo jornal espanhol “Marca”.

O adjunto Allan Russell  é o principal “culpado” deste sucesso

O treinador inglês revelou que chegou a deslocar-se aos EUA para adquirir um maior conhecimento de estratégias de outros desportos. “Temos de fazer coisas diferentes das que se têm feito e viajámos para ver como se trabalha na NFL. Fico fascinado com as estratégias nas vertentes ofensiva e defensiva”, confessou Southgate. O treinador chegou mesmo a assistir à final da NFL, o Super Bowl, um dos maiores eventos desportivos do mundo.

Southgate aponta um dos adjuntos, Allan Russell, como o principal “culpado” pelo acréscimo de qualidade neste tipo de lances. Russell esteve vários meses a estudar formas de ganhar espaço na área na marcação destes lances. Muitas das respostas foram precisamente encontradas no futebol americano e no basquetebol, e também ele esteve nos Estados Unidos a estudar várias equipas.

Ruben Loftus-Cheek, um dos 23 convocados de Inglaterra para o Mundial 2018, admitiu também o trabalho específico que a equipa inglesa faz neste campo. “Trabalhamos muito as bolas paradas. As desmarcações, os bloqueios… Tudo ao detalhe”.

Certo é que antes a equipa inglesa não tinha boas recordações das bolas paradas, e muito por culpa dos portugueses. Desde o Itália 90’, entre Mundiais e Europeus, a Inglaterra foi eliminada seis vezes através do desempate por grandes penalidades, tendo conseguido uma única qualificação dessa forma. Portugal foi responsável por duas eliminações, no Euro 2004 e no Mundial 2006.

Este trauma das grandes penalidades já foi ultrapassado. Veja neste link a fórmula que a Federação inglesa encontrou para acabar com esta eliminação.

Foto: Reprodução Instagram

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Artigo de
Hugo Mesquita

11-07-2018



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