A australiana que ganha tudo, a mexicana com o coração no Porto e a saltadora com sangue português

A australiana que ganha tudo, a mexicana com o coração no Porto e a saltadora com sangue português

Desporto

A australiana que ganha tudo, a mexicana com o coração no Porto e a saltadora com sangue português

Concluída mais uma etapa do Red Bull Cliff Diving, a única no território português, nos Açores, é altura de fazer uma pequena análise aos protagonistas.

Artigo de Hugo Mesquita

16-07-2018

Foi a prova das mulheres. Depois de em Bilbau as mulheres terem ficado de fora na competição, nos Açores, no bonito Ilhéu de Vila Franca do Campo, na terceira etapa do Red Bull Cliff Diving World Series, foram elas que mais brilharam. Saltam a menos 6 metros de altura do que os homens (21 metros para elas, 27 para eles), mas nem por isso deixaram de impressionar as centenas de pessoas que foram assistir à prova.

O destaque tem que ser dado à australiana Rhiannan Iffland. A bonita saltadora é um dos valores mais seguros da competição. Desde que entrou em 2016, como wildcard, que vem dominando o circuito feminino. Foi a campeã no ano de estreia, em 2017 e agora espera tornar-se campeã pelo terceiro ano consecutivo.

“Estou muito contente pela minha prestação, mas em relação ao título ainda é muito cedo para pensar nisso. Tenho que pensar salto a salto”, disse a australiana depois da conquista da etapa. Um discurso repetido pelo vencedor do circuito masculino, o americano Steven LoBue que está à frente no campeonato.

Em caso de vitória, Rhiannan Iffland vai tornar-se na primeira mulher a ser campeã por três vezes consecutivas. Até lá, tem a oposição da mexicana Adriana Jimenez, que domina o circuito e que nos Açores ficou na segunda posição.

A mexicana com o coração no Porto

Não é só no Porto que os mexicanos brilham em Portugal. Adriana Jimenez é uma adepta confessa da etapa nos Açores, um sentimento partilhado por praticamente todos os saltadores, homens e mulheres. Depois de ter vencido no Ilhéu de Vila Franca do Campo o ano passado, a mexicana voltou a brilhar com um honroso segundo lugar na etapa deste ano.

“Estamos mais próximos da mãe-natureza [única etapa onde saltam diretamente da rocha]. Gosto muito dos Açores, é a minha etapa preferida”, disse Adriana em declarações ao paraeles.

A saltadora está apaixonada pelos Açores, mas tem curiosidade em conhecer outras zonas do nosso País, e espera realizar isso assim que a sua preenchida agenda o permita. Adepta de futebol “como todos os mexicanos”, sublinha, um dos lugares que mais tem curiosidade de conhecer é o Porto, cidade onde brilham vários compatriotas, como Herrera e Corona, jogadores do FC Porto.

 

Un lugar maravilloso. #Azores ?? #highdiving #redbullcliffdiving ?

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Alma da prova tem sangue português

Sorriso fácil e simpatia para dar e vender. Assim pode ser descrita Meaghan Benfeito, uma das mulheres que, mesmo não participando na prova, deu bastante nas vistas nos Açores. Meaghan até está habituada a saltar para a água – tem “só” três medalhas de bronze em Jogos Olímpicos – mas o terreno dela é a “apenas” 10 metros.

Ela esteve junto com os atletas a experimentar esta diferente forma de saltar para a água e, no grupo que de si só já é bastante animado, com Meaghan ficou ainda mais. Foi com a ajuda dela e com o segundo classificado da prova masculina, David Colturi, que os jornalistas presentes no evento foram convidados a saltar de uma simpática altura de 8 metros. (saiba como correu essa experiência).

Curiosamente, a alma desta prova tem origem portuguesa. Meaghan nasceu no Canadá, país que representa nos Jogos Olímpicos, mas os pais são açorianos, da Ilha de São Miguel. Algo que, na sua opinião, lhe dá vantagem nas provas em que participa. “Tenho sempre dois países a ‘puxar’ por mim, é óptimo”, disse a saltadora olímpica.

Já o conhecimento da nossa língua parece estar em dia. Em conversa connosco, Meaghan soltou um “obrigado” muito natural, mas disse que sente alguma timidez quando fala em português. Ela revelou-nos que um dos seus objetivos a curto prazo é conhecer Lisboa, algo que ainda está por realizar.

Mostrou um grande respeito pelos companheiros em prova, pela sua coragem em saltar em alturas tão altas. Afirmou mesmo que tinha medo em saltar a alturas superiores a 10 metros. Um medo que foi superado com a ajuda do amigo David Colturi, que com ela saltou das rochas do ilhéu a 15 metros, mais 5 do que a altura a que está acostumada.

 

Percorra a galeria e veja as melhores fotografias das mulheres que mais brilharam na etapa açoriana do Red Bull Cliff Diving

Fotos: Reprodução Instagram

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Artigo de
Hugo Mesquita

16-07-2018



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