Os 10 naturalizados mais importantes da história da seleção espanhola

Os 10 naturalizados mais importantes da história da seleção espanhola

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Os 10 naturalizados mais importantes da história da seleção espanhola

Já foram 41 os jogadores “estrangeiros” que defenderam as cores da seleção espanhola. Neste Mundial são três e dois deles passaram por Portugal.

Artigo de André Cruz Martins

15-06-2018

Desde a década de 50 do século passado que a seleção espanhola sempre teve tradição de utilizar jogadores naturalizados e ao longo da história já foram 41 futebolistas utilizados nessas circunstâncias. O atual grupo de 23 convocados para o Campeonato do Mundo – a estreia é esta sexta-feira, diante de Portugal – tem três naturalizados: o médio Thiago Alcântara e os avançados Rodrigo e Diego Costa, todos com ascendência brasileira.

Recordamos os dez mais importantes jogadores sem sangue espanhol que aceitaram representar a “roja”, começando pelos três que se encontram às ordens de Fernando Hierro.

Diego Costa (Brasil)

Diego Costa nasceu no Brasil e chegou a disputar dois amistosos ao serviço da “amarelinha”, mas em outubro de 2013 decidiu naturalizar-se espanhol, depois de em primeira instância ter estado muito inclinado para o país natal. “Repensei. O correto é jogar por Espanha, o país onde consegui tudo e pelo qual tenho um carinho especial”, confessou.

A verdade é que os primeiros tempos não foram nada famosos, com Espanha a realizar um Campeonato do Mundo de 2014 para esquecer, tendo ficado pela fase de grupos, com Diego Costa a não marcar um único golo.
Em 17 jogos por Espanha, Diego Costa apontou sete golos: um no Euro 2016, cinco na qualificação para o Mundial de 2018 e um num particular com a Argentina.

Rodrigo (Brasil)

Rodrigo é outro avançado da seleção espanhola com ascendência brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi viver cedo para Espanha, onde começou a jogar nos juvenis do Celta de Vigo. Rapidamente chegou ao Real Madrid, mas não conseguiu afirmar-se como profissional nos “merengues”.

Foi internacional sub-19, sub-20 e sub-21 espanhol (sagrou-se campeão europeu neste último escalão) e conta apenas com quatro internacionalizações pela equipa principal, com dois golos marcados. Estreou-se em outubro de 2014, pela mão de Vicente del Bosque.

Thiago Alcântara (Brasil)

Filho de pai e mãe brasileiros (o seu progenitor é o antigo campeão do mundo Mazinho) desde a infância que também possui cidadania espanhola, pois a família foi viver primeiro para Vigo e depois para Valência, devido à carreira do pai. Fez a formação no FC Barcelona, clube pelo qual fez a estreia como profissional, sob as ordens de Pep Guardiola e em 2013 transferiu-se para o Bayern Munique, onde ainda se encontra.

Começou por representar as seleções jovens espanholas, tendo sido campeão da Europa de sub-17, em 2008 e campeão da Europa de sub-21 em 2011, marcando um dos golos da final desta última competição, diante da Suíça. A estreia pela seleção principal ocorreu a 10 de agosto de 2011, num particular com a Itália. Este será o seu primeiro Campeonato do Mundo, depois de se ter lesionado com gravidade às portas do Mundial de 2014. Tem 28 internacionalizações e dois golos por Espanha.

Alfredo Di Stéfano (Argentina)

Alfredo Di Stéfano, um dos melhores futebolistas da história, nasceu em Buenos Aires, jogou no River Plate e nos colombianos do Milionarios e entre 1953 e 1964 representou o Real Madrid.

Numa época em que havia muito mais liberdade para jogar por diferentes seleções, o antigo avançado tem a curiosidade de ter começado por alinhar pela Argentina (6 jogos/6 golos), depois pela Colômbia (4 jogos, sem golos marcados) e finalmente por Espanha, tendo marcado 23 golos em 31 internacionalizações pela “roja”. Até 1990 foi mesmo o melhor marcador da história da seleção espanhola, apesar de só ter sido internacional durante quatro anos.

Ferenc Puskas (Hungria)

Ferenk Puskas, outro dos grandes nomes do jogo, nasceu na Hungria em 1927 e fez a maior parte da carreira no Honved, entre 1939 e 1956. Pela seleção magiar registou impressionantes 84 golos em 85 internacionalizações.

Depois, mudou-se para o Real Madrid, que representou durante oito temporadas e foi internacional espanhol, juntando-se a um grupo que já tinha três naturalizados: o argentino Alfredo Di Stéfano, o uruguaio José Santamaría e o paraguaio Eulogio Martínez. Somou apenas quatro internacionalizações, mas esteve no Campeonato do Mundo de 1962.

José Emilio Santamaria (Uruguai)

José Emilio Santamaria nasceu no Uruguai e foi internacional pelo seu país, tendo estado presente no Campeonato do Mundo de 1954. As suas boas exibições despertaram a cobiça do Real Madrid e transferiu-se para os “merengues” logo após a competição.

Ganhou quatro Taças dos Campeões no Real Madrid e um ano depois de chegar ao clube naturalizou-se espanhol, tendo participado no Mundial de 1962. Nestes anos, ainda não havia a regra que impedia jogar-se por uma seleção diferente depois de se fazer a estreia oficial por outro país. Foi 16 vezes internacional espanhol, entre 1958 e 1962, e selecionador espanhol de 1980 a 1982.

Lászlo Kubala (Hungria)

Lászlo Kubala, filho de pai húngaro e mãe checa, nasceu em Budapeste em 1927 e representou diversos clubes húngaros, até se transferir para o FC Barcelona, onde esteve entre 1951 e 1961.

Começou por representar a seleção da Checoslováquia (4 golos em seis jogos) e depois a Hungria (quatro jogos, sem marcar). De seguida foi internacional espanhol (11 golos em 19 internacionalizações) e ainda foi a tempo de jogar pela Catalunha (4 golos em quatro jogos).

Donato (Brasil)

Donato nasceu no Rio de Janeiro em 1955 e como profissional representou o América e o Vasco da Gama. Chegou a terras espanholas em 1988 para jogar no Atlético Madrid e depois de cinco anos como “colchonero” mudou-se para o Desportivo da Corunha, que representou durante dez temporadas, terminando a carreira com 40 anos.

Afirmou-se como um dos melhores médios-centro da Liga espanhola e, dado o historial da seleção “roja” com naturalizados, não foi surpreendente o convite da Real Federação Espanhola. Cumpriu 12 internacionalizações e esteve presente no Campeonato da Europa de 2016.

Juan Antonio Pizzi (Argentina)

O antigo ponta de lança nasceu em Santa Fé (Argentina) mas nunca teve a possibilidade de representar a seleção das pampas. Grande parte da sua carreira foi construída no futebol espanhol, ao serviço de Tenerife, Valência e Barcelona.

Acedeu ao convite da Real Federação Espanhola para representar a “roja” e esteve presente no Campeonato do Mundo de 1998, competição em que marcou um golo. Somou 22 internacionalizações, com oito golos marcados.

Marcos Senna (Brasil)

Marcos Senna é mais um brasileiro de gema que aceitou jogar por Espanha. Chegou ao Villarreal em 2002 e foi fiel ao “submarino amarelo” até 2013, antes de cumprir as duas últimas épocas da carreira no New York Cosmos.
No Alemanha 2006, o médio centro tornou-se no primeiro brasileiro a defender as cores da seleção espanhola em Campeonatos do Mundo. Esteve também presente no Europeu de 2008, que foi precisamente conquistado pela sua seleção. Somou 28 internacionalizações, com um golo marcado.

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André Cruz Martins

15-06-2018



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