“Há um juiz em Portugal, que é o único juiz que faz videoconferência com menores em Portugal, e que mete o telemóvel assim [gesto com as mãos para explicar que o telefone fica na horizontal]… Para sexo oral. Assim que a criança começa a falar ele pede para [a prostituta] lhe fazer sexo oral até ao fim do julgamento. Eu pergunto a todos os deputados: o que é que vai na cabeça deste juiz? E nós? Podemos denunciar? Não, não podemos.” Estas foram as declarações, na Assembleia da República e em direto no Canal Parlamento, de Ana Loureiro, prostituta portuguesa que é a dona de uma casa de prostituição no Campo Grande e que luta pela legalização da prostituição em Portugal.
“A primeira vez foi com um padre”
Ana Loureiro abriu as portas do bordel que dirige na zona de Lisboa, primeiramente à CMTV e, agora, a A Tarde É Sua. A mulher, que criou uma petição pública em que recolhe assinaturas para legalização da prostituição, mostra-se desiludida pela forma como a sociedade trata as profissionais desta área. “Olham para nós como se fossemos o lixo da sociedade”, começa por dizer.
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“Como foi a primeira vez?”, pergunta Fátima Lopes. “Foi horrível, Fátima. Foi com um padre”, começa por dizer. “O senhor dizia o que era, toda a gente sabia, todas as raparigas sabiam. Ele pagava uma hora (…) tomava o banho connosco, era obrigatório, mas nem nos tocava. Quando íamos para o quarto, ele virava-nos de costas para ele na cama e ficava virado para outro lado, nem olhava para nós e ficava a tocar-nos durante uma hora. Só dizia: ‘vá, tem calma, o senhor padre vai-te desculpar’”, refere.