As mulheres que sofreram um qualquer tipo de assédio sexual recordam o episódio regularmente. E as memórias permanecem vivas e intensas durante largos anos. Esta é a conclusão de um estudo sobre assédio realizado por investigadores da Universidade Rutgers, na Nova Jérsia, nos Estados Unidos. O resultado deste estudo foi publicado na revista científica e consequentemente divulgada pela revista Galileu. Resulta de uma avaliação de 183 mulheres entre os 18 a 39 anos. Destas, 64 haviam sido vítimas de violência sexual, enquanto 119 não tinham sido sujeitas a nenhum tipo de agressões. Mais, menos de 10% tomavam medicação para combater a ansiedade ou a depressão que sentiam.
Assédio sexual pode afetar as vítimas durante décadas
“As lembranças relacionam-se com sentimentos de depressão e ansiedade, pois as mulheres recordam-se do que aconteceu e pensam muito sobre isso”, afirmou Tracey Shors, professora de psicologia da Rutgers. “Mas os sentimentos e pensamentos geralmente estão associados ao TSPT [Transtorno de Stress Pós-Traumático], e a maioria das mulheres desta análise não sofriam de TSPT”, explica.
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As mulheres vítimas de violência sexual admitiram ter com frequência memórias fortes e detalhadas. Memórias que incluem visões claras do(s) episódio(s) em concreto. Isso torna difícil a intenção de esquecer o evento. Cada vez que refletimos sobre uma memória, criamos uma nova no cérebro porque a lembrança é recuperada no espaço e no tempo atuais“, explica Shors. “O que este estudo mostra é que o processo pode tornar mais difícil esquecer o que aconteceu”, diz ainda. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% das mulheres, a nível mundial, já sofreram algum tipo de agressão. Seja ela física ou sexual.
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