Javad Foroughi bate recorde olímpico e é acusado de pertencer a grupo terrorista

Javad Foroughi bate recorde olímpico e é acusado de pertencer a grupo terrorista

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Javad Foroughi bate recorde olímpico e é acusado de pertencer a grupo terrorista

Javad Foroughi bate recorde olímpico na prova de pistola de ar a 10 metros, mas é acusado de pertencer a um grupo terrorista.

Artigo de Bruno Seruca

03-08-2021

Tinha tudo para ser uma participação de sonho dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Javad Foroughi conquistou a medalha de ouro na prova de pistola de ar a 10 metros. Além disso, o iraniano conseguiu ainda bater o recorde olímpico. E os feitos não se ficam por aqui. Os 41 anos fazem com que seja o atleta mais velho a ganhar uma medalha na história do Irão. Até agora, nada de estranho. Até porque Javad Foroughi vinha numa sequência de várias conquistas em diversas provas.

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Só que há quem queira que o iraniano perca a medalha de ouro. E a acusação é a de que Javad Foroughi é um terrorista. Quem o defende é o grupo iraniano Unidos por Navid, criado para defender os direitos humanos na sequência da execução do lutador Navid Afkari. Que pede ao Comité Olímpico Internacional (COI) a suspensão da medalha de ouro. Pelo menos enquanto o atirador não for investigado. Isto com base na acusação de que pertence a uma “organização terrorista”.

O que está em causa?

Mas afinal, o que está em causa? Javid Faroughi faz parte do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do exército iraniano. Este, por sua vez, faz parte da lista de organizações terroristas dos Estados Unidos da América. Sendo que a unidade estrangeira, a Força Quds, é considerada terrorista em diversas zonas do mundo, devido ao apoio a milícias do Hamas ou do Hezbollah. Ainda assim, não existe o reconhecimento global destas acusações.

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 Independentemente disto, o grupo Unidos por Navid defende que o COI será “cúmplice na promoção do terrorismo e dos crimes contra a humanidade” se não tomar nenhuma decisão. A instituição olímpica não se quis alongar sobre o tema, enviando uma curta resposta ao jornal alemão Bild, que tinha solicitado esclarecimentos. “Atletas classificados que aderem às regras internacionais podem participar se forem selecionados pelos seus países. Há muitos atletas de muitos países que são membros das forças armadas dos seus países”, respondeu.

Outra polémica

Esta não é a primeira polémica que acontece nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O judoca argelino Nourine Fethi, bem como o treinador, foi mandado para casa depois de uma suspensão. A dupla decidiu abandonar as competições de modo a evitar a possibilidade de enfrentar o israelita Tohar Butbul.

Fotos: D.R.

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Artigo de
Bruno Seruca

03-08-2021



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