Londres é a capital do futebol europeu

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Londres é a capital do futebol europeu

Descubra quantos clubes de cada capital disputam esta época a divisão principal no respetivo país e quais as suas aspirações.

Artigo de André Cruz Martins

10-08-2018

Londres é a capital europeia com mais clubes representados nos campeonatos nacionais da época de 2018/19. São seis no total e três deles partem como candidatos ao título. No lado oposto está a Turquia – nem um por amostra da cidade de Ancara, sendo que a capital do futebol é mesmo Istambul.

As capitais ibéricas estão bem representadas, com quatro formações de Madrid e três de Lisboa, ao contrário de Berlim, Paris e Amesterdão, todas com um único clube. Saiba com que aspirações partem as equipas das capitais e quais são os grandes candidatos ao título nos dez principais campeonatos europeus.

Londres, Inglaterra (6): Arsenal, Chelsea, Tottenham, Crystal Palace, Fulham e West Ham

Londres é a capital mais representada nas principais Ligas europeias e aparentemente existe uma curiosa divisão: Arsenal, Chelsea e Tottenham são candidatos ao título, enquanto Crystal Palace, West Ham e e Fulham parecem lutar pela permanência.

Muita atenção no entanto ao Fulham, onde joga o ponta de lança português Rui Fonte e que gastou muito dinheiro em aquisições: 30 milhões no médio Seri, que já passou pelo Paços de Ferreira, 20 milhões no ponta de lança Mitrovic e 17 milhões no central Mawson. E cuidado também com o West Ham, que contratou jogadores como o extremo Felipe Anderson (ex-SS Lazio), por 38 milhões de euros, o central Issa Dioup (ex-Toulouse FC), por 25 milhões e o extremo Yarmolenko (ex-Borussia Dortmund), por 20 milhões.

22 anos depois, o Arsenal inicia uma época sem Arsène Wenger no banco. A verdade é que o seu substituto, Unai Emery, esteve longe de ser um nome consensual entre os adeptos. O Chelsea teve um campeonato para esquecer na época transata (ficou em quinto lugar e não conseguiu qualificar-se para a Champions), com Antonio Conte a não conseguir dar sequência ao título de 2016/17. Maurizio Sarri foi o eleito para o substituir, mas a verdade é que apesar do futebol atrativo que o SS Nápoles apresentava, não conseguiu ganhar um único título em três épocas ao serviço do clube.

Quanto ao Tottenham, vem ameaçando intrometer-se de uma forma séria na luta pelo título com Mauricio Pochettino, mas a verdade é que não o tem conseguido. Será desta? Evidentemente que quando falamos em candidatos ao título não podemos deixar de fora os gigantes de Manchester. O United de José Mourinho nada conseguiu fazer para contrariar o poderio da formação de Pep Guardiola em 2017/18, tendo terminado em segundo lugar, a qualquer coisa como 19 pontos do rival citadino.

Existe ainda muita curiosidade para perceber como vai ser o comportamento do Wolverhampton, com a “armada” portuguesa liderada pelo treinador Nuno Espírito Santo: Rui Patrício, Rúben Vinagre, Rúben Neves, João Moutinho, Ivan Cavaleiro, Hélder Costa e Diego Jota.

Madrid, Espanha (4): Real Madrid, Atlético de Madrid, Getafe e Rayo Vallecano

Real Madrid e Atlético de Madrid vão tentar recuperar o título de campeão nacional para a capital, depois do triunfo do FC Barcelona em 2017/18. Alías, os “blaugrana” venceram sete dos últimos dez campeonatos, com dois títulos do Real Madrid e um do Atlético de Madrid pelo meio.

Como irá o Real Madrid ultrapassar a partida de Cristiano Ronaldo? E conseguirá Diego Simeone alcançar o seu segundo título de campeão, depois do feito de 2013/14? Os “colchoneros” vão contar com o contributo do ex-sportinguista Gelson Martins.

O Getafe vai tentar chegar à Liga Europa, apesar de não ter essa responsabilidade, face a clubes com muito mais história e orçamentos (quase o conseguiu na época passada, quando terminou em oitavo) enquanto o recém-promovido Rayo Vallecano espera-se apenas que lute pela manutenção.

Moscovo, Rússia (4): Lokomotiv Moscovo, Spartak Moscovo, CSKA Moscovo e Dínamo Moscovo

Moscovo lidera de forma indiscutível o futebol russo, tendo conquistado cinco das últimas seis edições do campeonato e por três clubes diferentes: Spartak (uma vez), CSKA (três ocasiões) e Lokomotiv de Manuel Fernandes e Éder (uma vez, na temporada passada). De resto, estes três clubes terminaram a última Liga nas três primeiras posições, com o Dínamo de Moscovo a ser oitavo.

Esta época, é expectável que o título seja disputado entre os três grandes de Moscovo e um Zenit que já viveu melhores dias e quererá apagar a péssima prestação de 2017/18 (quinto lugar).

Atenas, Grécia (4): Olympiacos, Panathinaikos, AEK Atenas e Atromitos

Na época passada, o AEK Atenas terminou com o domínio do Olympiacos, que havia ganho as últimas sete Ligas gregas e 12 das últimas 13. Uma desfeita que o clube presidido pelo polémico Evangelos Marinakis vai querer emendar, ainda que fortemente condicionado pelas grandes dificuldades financeiras que atravessa: até ao momento, só gastou 3 milhões de euros em aquisições para o plantel orientado por Pedro Mendes e em jogadores sem grande expressão.

O AEK Atenas mantém os portugueses Hélder Lopes e André Simões e promete continuar na senda da última temporada, enquanto o Panathinaikos, 11º classificado na época transata, dificilmente lutará pelos primeiros lugares, em face do plantel bastante mais frágil que apresenta em comparação com os rivais.

Esta poderá eventualmente ser a temporada do PAOK de Vieirinha. Segundo classificado em 2017/18, apresenta um plantel que nada fica a dever ao dos rivais. Quanto ao Atromitos, deverá lutar por um lugar europeu e dar-se-ia por satisfeito se repetisse o quarto lugar da temporada passada.

Lisboa, Portugal (3): Benfica, Sporting e Belenenses

Há muitos anos que Sporting, Benfica e Belenenses são os únicos clubes da cidade de Lisboa com presença regular na I Liga, pois formações como o Oriental, o Casa Pia e o Atlético já viveram dias bem melhores.

O Benfica ataca a nova época com a intenção de recuperar o título de campeão perdido para o FC Porto, isto depois do inédito tetracampeonato que alcançou entre 2013/14 e 2016/17. A ver vamos se a novela em torno de Jonas vai deixar resquícios, numa equipa que manteve todos os habituais titulares, incluindo Jonas, pelo menos até ver.

Já Sporting e Belenenses viveram a pré-época mais turbulenta da sua história. Os leões viram nove jogadores rescindir contrato (entretanto recuperaram Bruno Fernandes, Bas Dost e Battaglia), tendo perdido quatro titulares indiscutíveis: Rui Patrício, Gelson (ambos levaram a rescisão até ao fim), William (voltou atrás e aceitou que o Betis negociasse com o Sporting) e Piccini (não rescindiu contrato e transferiu-se para o Valência). O regresso de Nani foi a aquisição mais sonante.

Já os azuis do Restelo viram confirmada a separação entre a SAD, que competirá na I Liga e clube, que vai jogar os distritais. Quanto ao FC Porto, só perdeu um titular (Marcano), mas a novela em torno de Marega tem intoxicado o ambiente no Dragão. A verdade é que, mesmo contrariado, o maliano está em vias de ficar no plantel, pois o mercado para Inglaterra fecha esta sexta-feira, não se devendo consumar a sua saída para o West Ham.

Roma, Itália (2): Lazio e AS Roma

Como habitualmente, SS Lazio e AS Roma são os representantes da capital na Série A. A SS Lazio esteve em excelente plano na época passada, tendo terminado em quinto lugar, com os mesmos pontos do Inter Milão, quarto colocado. A intenção dos “laziale” nesta nova temporada é conseguir finalmente voltar à Liga dos Campeões, depois de uma longa ausência.

Quanto à AS Roma, que tem oscilado quase sempre entre o segundo e o terceiro lugares, fez excelentes contratações nas últimas semanas, destacando-se os nomes do central Marcano (ex-FC Porto) e dos médios Ante Coric, Javier Pastore e Cristante (ex-Benfica). Será desta que os “giallorrosi” vão voltar a saborear a conquista de um título que lhes escapa desde 2000/01?

A Juventus é a indiscutível favorita, ainda para mais depois da chegada de Cristiano Ronaldo. Mas quem sabe se a “Vechia Signora” não se irá distrair com o assumido objetivo da Liga dos Campeões, descurando a principal prova doméstica, que ganhou nas últimas seis épocas.

Paris, França (1): PSG

O PSG é o único representante de Paris no campeonato francês e parte como grande candidato ao título e a obter o sexto título das últimas sete temporadas. Neste período de tempo, verificou-se apenas a intromissão do AS Mónaco de Leonardo Jardim, em 2016/17.

Para já, o PSG, esta época treinado pelo alemão Thomas Tuchel, deixou boas indicações ao despachar precisamente o AS Mónaco na Supertaça francesa, por 4-1 (sem o contributo de Cavani e Mbappé e com Neymar em campo apenas no último quarto de hora). Refira-se que o AS Mónaco viu partir esta temporada o médio português João Moutinho, rumo ao Wolverhampton.

Olympique Lyon e Olympique Marselha são os outros candidatos a fazer frente ao poderio dos parisieses, mas não parecem ter grandes argumentos.

Berlim, Alemanha (1): Hertha Berlim

Depois do décimo lugar da época transata, o Hertha Berlim volta a ser o único representante da capital na Bundesliga. Lutar pelo título parece uma miragem (só foi campeão nas longínquas épocas de 1929/30 e 1930/31), mas poderá quem sabe intrometer-se na luta por um lugar na Liga Europa. Os quartos lugares que obteve em 2004/05 e 2008/09 são dois bons exemplos para se inspirar.

Como sempre, de um lado, existe o Bayern Munique e do outro, os restantes 17 concorrentes. Os bávaros são como sempre o grande candidato ao título e partem em busca do heptacampeonato.

Amesterdão, Holanda (1): Ajax

O Ajax já se habituou a ser o único representante de Amesterdão no campeonato holandês, mas num país tão pequeno, todas as equipas estão localizadas relativamente perto. Desde 2013/14 que a equipa da capital não consegue alcançar o cetro máximo e está a investir de forma nunca vista, tendo gasto 16 milhões de euros no regresso do defesa esquerdo Danny Blind, 11 milhões no médio de ataque Tadic, 8 milhões no extremo Bandé e 6 milhões no nosso conhecido Labyad, que passou sem sucesso pelo Sporting.

Os maiores rivais do Ajax deverão ser o campeão em título PSV e o Feyenoord, ambos bem mais modestos nas quantias que têm despendido neste mercado.

Na Turquia, a capital da bola é Istambul

Ancara, a capital da Turquia, não tem representantes na divisão principal, mas a verdadeira capital do futebol é Istambul, com a presença de quatro formações no escalão maior: Besiktas, Fenerbahçe, Galatasaray e Istambul Basaksehir.

Besiktas (com Ricardo Quaresma e Pepe), Fenerbahçe (adversário do Benfica na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões) e Galatasaray são, como sempre, candidatos ao título. Aliás, temos de recuar até 1984 para encontrarmos um campeão fora de Istambul, no caso o Trabzonspor. Quanto ao Istambul Basaksehir, espera-se que lute apenas pela permanência.

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André Cruz Martins

10-08-2018



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