O ano de 1997 está bem guardado na memória dos fãs de Fórmula 1. Nessa época, Michael Schumacher e Jacques Villeneuve davam tudo para conquistar o título de campeão do mundo. Os dois pilotos chegaram ao último grande prémio da temporada, realizado em Jerez, Espanha, com a possibilidade de conquistar o lugar mais alto da tabela.
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A corrida ficou marcada pelo acidente que atirou o piloto alemão da Ferrari para fora da corrida. Já o canadense da Williams conseguiu manter-se em prova, terminando a prova no terceiro lugar. Algo que permitiu que conquistasse o único título da carreira. Quase 30 anos depois, o acidente entre ambos ainda alimenta muitas discussões e foi comentado por Jacques Villeneuve em conversa com a casa de apostas BetIdeas. “Ele era o homem a ser batido. Sabia que tinha que surpreendê-lo e fazer algo especial para vencê-lo, algo que provavelmente nunca conseguiria repetir, uma manobra de um em um milhão que tinha que fazer”, começa por dizer. “Correr com ele, embora tenha sido frustrante e tenhamos ficado chateados um com o outro, a satisfação de vencê-lo no campeonato mundial foi simplesmente inacreditável”, prossegue.
Mind games de Jacques Villeneuve para mexer com Schumacher antes da corrida
Jacques Villeneuve assume ainda a estratégia definida antes da corrida, que passou por aproveitar todos os momentos com os jornalistas para recordar o polémico acidente de Schumacher com Damon Hill na temporada de 1994. Na altura, ambos foram desclassificados e o alemão conquistou o mundial com um ponto de diferença. Sendo que praticamente todos defenderam que Schumacher, que não foi penalizados, atirou o bólide da Benetton deliberadamente contra o do piloto britânico. “Grande parte da corrida final aconteceu antes de começar”, defende.
“Foi a minha melhor jogada em corridas”
Defende o canadense que a sua estratégia impediu que Schumacher pudesse eliminá-lo da corrida sem que fosse penalizado. O antigo piloto recorda depois a jogada que decidiu a corrida e o mundial. “Surpreendi-o e ele acabou no cascalho. Foi isso que ajudou naquela manobra de ultrapassagem. Eu tive uma fração de segundo. Eu tinha decidido sair da curva anterior, era aquela volta ou nunca, sabendo como estavam os pneus. Eu sabia que tinha que sair daquela curva apenas um metro mais perto dele do que em qualquer outra volta. Pude ver o quão fundo estava a travar. Achei que se conseguisse chegar um metro mais perto da reta, poderia conseguir um pouco de reboque e então poderia mergulhar e bombardeá-lo e provavelmente funcionaria. Ele não esperava por isso nem me veria porque eu estava muito longe do seu espelho. Foi por isso que não retirei até ele começar a travar. Ele nunca me viu a chegar. Foi uma fração de segundo. Era o campeonato ou nada. Então, por que não ir em frente? Por que terminar em segundo? Nunca foi o caso de eu ter ido tirá-lo. Na verdade, fiz tudo o que pude para me manter na pista e fazer a curva, o que fiz no final. Foi a minha melhor jogada em corridas”, termina.
Fotos: Reuters