Lesões e milhões. Assim é a vida de um profissional de eSports

Lesões e milhões. Assim é a vida de um profissional de eSports

Desporto

Lesões e milhões. Assim é a vida de um profissional de eSports

Lesões que terminam com carreiras são várias vezes associadas a desportos que implicam contacto físico, mas também acontecem nos desportos eletrónicos.

Artigo de Hugo Mesquita

27-04-2018

Ser uma estrela de desporto é para muitos um sonho. O reconhecimento e, muitas vezes, o dinheiro que lhes é associado são um aliciante difícil de resistir. O que muitas vezes não é tido em conta são as cedências a nível pessoal que são precisas para se singrar em qualquer modalidade. Por muito talento que possamos ter, é sempre preciso trabalho para aperfeiçoar o dom.

Treinos diários, exposição mediática excessiva e pouco tempo para férias, são alguns dos contras dos atletas de alta competição. Mas existe um ainda mais alarmante: o tempo. Nenhum desportista tem uma carreira eterna e as alternativas para o futuro nem sempre são óbvias, dado que grande parte das suas vidas foi dedicada ao desporto. Para além disso, existem os problemas das lesões que, muitas vezes, podem mesmo colocar um término na carreira de um desportista.

Terminar uma carreira por lesão não é um mal exclusivo dos desportos que envolvem contacto físico. Um excelente exemplo é o dos profissionais dos eSports. Segundo a publicação especializada DBLTAP, a grande maioria dos atletas de desportos eletrónicos retira-se, em média, entre os 25 e os 26 anos. A título de exemplo, no futebol essa reforma acontece cerca de 10 anos depois. Uma diferença considerável e até um pouco surpreendente.

Atletas de eSports sofrem várias lesões

Esta reforma antecipada dos “eSporters” explica-se, essencialmente, com problemas físicos. Jogar videojogos em alta competição exige uma grande destreza motora, de movimentos repetidos nas mãos, grandes reflexos, para além de uma concentração acima da média. Com o avançar dos anos, este tipo de qualidades é afetada, ainda que em tenra idade, mas o suficiente para irem perdendo protagonismo para novas atletas que acabam por surgir. De referir também as lesões, por vezes crónicas, que estes atletas sofrem nas mãos por culpa dos vários movimentos repetidos, em competição, a uma grande velocidade.

O próprio mercado não é “amigo” destes atletas. Os jogos a que dedicaram uma vida muitas vezes passam de moda e deixam de ser interessantes a nível de patrocínios e competições. Outras vezes, com o crescimento de plataformas como o Youtube e o Twitch, ficou mais rentável para os gamers fazerem sessões de streaming dos seus jogos ao invés de entrarem em competição profissional.

Um dos maiores exemplos desta reforma antecipada de jogadores é o de Lee Young Ho, conhecido no mundo gaming como “Flash”. O sul-coreano foi um dos melhores jogadores de eSports de sempre. Começou a carreira ao mais alto nível com 14 anos e retirou-se com apenas 23, em 2010. Ainda hoje, passados 8 anos, ainda é apelidado por muitos como o “God” (Deus) dos eSports, muito graças à sua absurda percentagem de vitória, acima de 70%, no “Starcraft”.

Apesar de terminarem a carreira cedo, muitos destes jogadores chegam a esta fase das suas carreiras já com as contas bancárias bastante recheadas, fruto dos vários patrocínios e também dos prémios monetários dos vários torneios profissionais. A passagem para o ‘streaming’ é comum entre os jogadores.

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Artigo de
Hugo Mesquita

27-04-2018



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