Leonardo Jardim, o ourives que tem uma equipa cheia de diamantes

Leonardo Jardim, o ourives que tem uma equipa cheia de diamantes

Desporto

Leonardo Jardim, o ourives que tem uma equipa cheia de diamantes

Prossegue a estratégia do clube francês de apostar em jovens para depois os vender por valores muito elevados. Esta época já chegaram oito ilustres desconhecidos ao Principado.

Artigo de André Cruz Martins

19-07-2018

A aposta em jovens jogadores relativamente desconhecidos, para depois os vender por valores astronómicos a grandes clubes europeus, é a imagem de marca do AS Mónaco liderado pelo treinador português Leonardo Jardim. Esta temporada não tem sido exceção, a avaliar pelas contratações já efetuadas. O último exemplo foi o defesa esquerdo italiano Antonio Barreca, adquirido há poucos dias ao Torino FC por 12 milhões de euros.

A chegada do jovem futebolista de 23 anos não deixa de ser surpreendente, pois só somou nove partidas oficiais na época passada, isto depois de se ter afirmado em 2016/17, na estreia na Série A, ao serviço do mesmo Torino FC, quando foi utilizado em 30 encontros. Antes, tinha sido cedido ao Cittadella e ao Cagliari Calcio.

Italiano de 16 anos custou 21 milhões no ano passado

Recorde-se que em janeiro deste ano, Leonardo Jardim já tinha apostado num jovem italiano de apenas 16 anos, Pietro Pellegri, que custou qualquer coisa como 21 milhões de euros e que trazia como cartão de visita o facto de ter sido o mais jovem futebolista de sempre a bisar na Série A, numa derrota do Génova CFC com a Lazio por 2-3. Pellegri fez apenas três jogos na equipa principal do AS Mónaco na época passada, mas espera-se que tenha mais oportunidades em 2018/19.

Quem vão ser as próximas estrelas?

Antonio Barreca é a oitava contratação dos monegascos para a corrente temporada, sendo quase todos muitos jovens e relativamente desconhecidos do grande público. O extremo direito Wilson Isidor, de 17 anos e o médio centro Sofiane Diop, de 18 anos, chegaram do Stade Rennes, a custo zero. O defesa central Jonathan Panzo, de 17 anos, veio das camadas jovens do Chelsea, por 2 milhões de euros. Samuel Grandsir, extremo direito de 21 anos, foi adquirido por 3 milhões ao Troyes FC, do segundo escalão.

Um pouco mais caros foram Pierre Gabriel, defesa direito de 20 anos ex-Saint Étienne que custou 6 milhões de euros e o médio defensivo português Pelé, 26 anos, adquirido por 10 milhões de euros, divididos equitativamente entre o Rio Ave e o Benfica. A contratação mais dispendiosa foi, curiosamente, do jogador mais novo, o extremo esquerdo William Geubbels, com o Olympique Lyon a receber 20 milhões de euros.

AS Mónaco continua a fazer recordes em vendas

O AS Mónaco foi o recordista de transferências no verão passado, que se seguiu à conquista do campeonato francês e da chegada às meias-finais da Liga dos Campeões. Conseguiu fazer qualquer coisa como 360 milhões de euros, contando com os 160 milhões da venda do passe de Mbappé, que só se efetivou no atual defeso.

E neste verão continua a vender bastante caro, tendo já faturado 152 milhões, com Lemar (o Atlético de Madrid pagou 70 milhões de euros), Fabinho (adquirido pelo Liverpool FC Por 50 milhões), Kongolo, que se mudou para o Huddesfield, por 20 milhões e Meité, que custou 12 milhões ao Torino FC.

Outros casos de sucesso foram Benjamin Mendy (comprado por 13 milhões ao Olympique Marselha em 2016 e vendido um ano depois ao Manchester City por 57,50 milhões), Tiemoué Bakayoko (custou 8 milhões em 2014 e foi vendido ao Chelsea por 40 milhões três anos depois) e Bernardo Silva, que foi adquirido por 15,50 milhões em janeiro de 2015 e vendido ao Manchester City por 50 milhões no último verão. E, claro, Mbappé, que nem custou dinheiro ao AS Mónaco, pois foi lá formado.

Leonardo Jardim agradado com a estratégia

Leonardo Jardim mostra-se confortável com esta estratégia do AS Mónaco e tanto assim é que já vai na sua quinta temporada no Principado. “Este é um projeto em que sabemos que todos os anos vai haver saídas e a aquisição de jovens jogadores desconhecidos. Faz parte do meu trabalho e já formámos alguns desconhecidos para serem figuras do futebol internacional”, frisou, acrescentando: “Este é um projeto a longo prazo e não a curto. O objetivo não é tanto ser muitas vezes campeão, mas para formar jogadores, jogar bom futebol e, se possível, ganhar títulos”.

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Artigo de
André Cruz Martins

19-07-2018



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