Jürgen Klopp, o treinador que acorda gigantes e tem azar nas finais

Jürgen Klopp, o treinador que acorda gigantes e tem azar nas finais

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Jürgen Klopp, o treinador que acorda gigantes e tem azar nas finais

Depois de levantar o Borussia Dormund, Jürgen Klopp volta a acordar um gigante adormecido, desta vez o Liverpool.

Artigo de Hugo Mesquita

31-05-2019

O Liverpool é um dos clubes de Inglaterra com mais história. Até à vinda de Alex Ferguson para o Manchester United, o clube de Anfield Road era o mais respeitado e titulado em terras de sua majestade. A ascensão dos red devils correspondeu ao declínio da equipa da cidade dos Beatles, ainda que pelo meio se conte a conquista de uma Liga dos Campeões, na época 2004/05. A verdade é que há 28 anos que o Liverpool não celebra o título de campeão inglês. Para mudar o rumo dos acontecimentos e tentar voltar a reescrever páginas douradas na história do clube, foi contratado um alemão que fizera sucesso na Bundesliga: Jürgen Klopp.

O treinador alemão teve uma carreira vulgar como jogador. Foi um avançado que fez praticamente toda a carreira no Mainz, a equipa que no final da carreira assumiu como treinador principal. Tinha como grande curiosidade o facto de jogar com a camisola número 4, que normalmente pertence a jogadores de posições mais recuadas. Em 337 jogos como profissional, marcou somente 52 golos.

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Como dito anteriormente, foi ao serviço do “seu” Mainz que iniciou a carreira como treinador principal. Depois de duas épocas em que acabou na quarta posição da segunda liga alemã, o treinador alemão conseguiu subir a equipa à Bundesliga, fruto de um terceiro lugar na época 2003/04.  Fez duas épocas tranquilas no principal escalão alemão, que lhe deram bastante crédito. Mas à terceira acabou por não resistir ao fantasma da despromoção.

É neste momento que assume ter um carácter cada vez menos comum no mundo do futebol. Apesar de já todos lhe apontarem a outros voos, Klopp seguiu com o Mainz para a segunda divisão. O treinador recusa-se a deixar trabalhos a meio e isso foi visível nesta descida da sua equipa. Foi depois de completar uma temporada na segunda divisão, em que fez um quarto lugar, que o treinador decidiu assumir um novo projeto.

Veja o vídeo com algumas das reações mais efusivas de Jürgen Klopp:

O bicampeonato no Dortmund

Klopp chega então ao Borussia Dortmund. Um clube que estava longe de ser a equipa que é hoje ou que tinha sido no passado, quando, por exemplo, com o português Paulo Sousa na equipa, ganhou a Liga dos Campeões. Um clube um pouco à imagem do Liverpool. Acordar um gigante adormecido era a missão do treinador alemão.

Na época anterior à chegada de Klopp, o Dortmund tinha acabado na décima terceira posição. Na época de estreia consegue o sexto lugar, na segunda um quinto e é à terceira que consegue o desejado título. Não contente, na época seguinte consegue ser bicampeão. Estava ao comando de uma equipa que contava com nomes como Lewandowski, Gotze ou Hummels.

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Numa luta desigual com o todo poderoso Bayern Munique, o Dortmund foi perdendo os seus principais jogadores para a equipa da Baviera. Começa o grande domínio do Bayern que ainda hoje se faz sentir. Klopp acabaria por abandonar o clube na época 2014/15, depois de um desapontante sétimo lugar. Mais uma vez, só depois de a época ter terminado e por vontade própria.

As três finais europeias no Liverpool

Chega a Liverpool com uma missão semelhante: acordar um gigante adormecido. Está na quarta época em Anfield Road e ainda não conseguiu alcançar o almejado título. Mas é inegável que o nível da equipa subiu e que esteve bem mais próximo de conquistar o título. Este ano esteve numa luta a dois com o Manchester City, do seu velho conhecido Guardiola, até à última jornada. Amealhou uns impressionantes 97 pontos, apenas menos um que os “citizens”, num dos campeonatos mais competitivos do mundo.

Com a eliminação do Barcelona, nas meias-finais da prova milionária, o técnico alcançou a sua terceira final europeia no clube inglês. Um feito assinalável – perdeu o ano passado a final da Liga dos Campeões frente ao Real Madrid e perdeu na sua época de estreia a final da Liga Europa frente ao Sevilha. Este ano tem pela frente o Tottenham.

Não há como negar um certo favoritismo por parte da equipa de Klopp. Pelo percurso da equipa no campeonato, pelo facto de ter ganho os dois jogos entre os dois clubes esta temporada, e por um conjunto que, no geral, parece ser mais equilibrado. Ainda assim, o Tottenham já demonstrou que pode surpreender e que luta até ao último minuto, como ficou comprovado nas eliminatórias frente ao Manchester City e ao Ajax.

Quem levará a melhor? Ninguém sabe. Certo é que, como fez com o Dortmund, Klopp voltou a acordar um gigante adormecido e até há quem aponte o seu nome aos grandes de Milão. Será essa a sua próxima missão?

Foto: Reprodução Instagram Liverpool

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Artigo de
Hugo Mesquita

31-05-2019



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