Giroud, o "patinho feio" da França

Olivier Giroud tem sido o ponta de lança escolhido pelo selecionador de França, Didier Deschamps, em praticamente todos os jogos deste Campeonato do Mundo e só ficou de fora do onze na estreia, diante da Austrália. No entanto, o avançado do Chelsea não tem correspondido totalmente às expetativas e ainda não conseguiu marcar na competição, sendo mesmo o “patinho feio” da equipa para muitos franceses.

Ainda para mais quando se olha para o lado e verifica-se que estão lá Mbappé e Griezmann, que têm feito jus ao seu estatuto, com exibições de classe e golos marcados (quatro para o futebolista do PSG e três para o avançado do Atlético de Madrid).

Deschamps realça o trabalho de Giroud

Ainda assim, Didier Deschamps assegura que não está preocupado com a seca de golos de Giroud. “Claro que ele é diferente do Griezmann e do Mbappé, mas tem tido um papel fundamental na equipa, abrindo espaços e sendo uma preciosa ajuda para o Mbappé”, defende, acrescentando: “para mantermos o equilíbrio, é preciso sermos bons no ataque mas também na hora de defender e garanto que toda a equipa beneficia com o trabalho do Giroud, tanto na frente como no auxílio defensivo”.

Giroud também não se mostra ansioso por ainda não ter faturado, pelo menos a avaliar pelas suas declarações na antevisão da partida das meias-finais, com a Bélgica, que terminou com a vitória dos “bleus” por 1-0, com golo do central Umtiti. “Sei que a minha hora vai chegar e tenho a intenção de o fazer no próximo jogo. Posso não ter ainda apontado qualquer golo mas já participei em três, por isso não estou frustrado”, sublinhou.

Já bateu um recorde negativo

No entanto, a verdade é que um goleador com o seu estatuto tem de render mais. Foram cinco jogos como titular e um como suplente utilizado no Campeonato do Mundo, ainda sem qualquer golo. Mais: todos os jogadores que neste Mundial remataram dez ou mais vezes conseguiram que pelo menos um dos tiros fosse na direção da baliza. Pois a verdade é que as 13 tentativas do ponta de lança do Chelsea foram todas para fora, um recorde negativo que não se verificava desde o Mundial de 1966.

Só há um aspeto positivo neste jejum do avançado de 31 anos e que pode ser um bom prenúncio: a última vez em que o ponta de lança titular da seleção campeã do mundo ficou em branco ocorreu em 1998, precisamente na única ocasião em que a França conquistou o cetro. Tratava-se de Stephane Guivarc’h, que representava o Auxerre e nunca conseguiu render na seleção como no clube, tendo conseguido apenas um golo em 14 internacionalizações. Ainda assim, nada a ver com os números de Giroud, que até tem um apreciável registo ao serviço dos “bleus”, com 31 golos em 77 partidas.

Foi uma das figuras no inédito título do Montpellier

Oliver Giroud começou a jogar futebol nas camadas jovens do Grenoble Foot 38, clube pelo qual se estreou como sénior, na segunda divisão. Aos 21 anos mudou-se para o Tours FC, do mesmo escalão, onde viveu a sua época de glória em 2009/10, quando apontou 23 golos, despertando o interesse do Montpellier HSC, o clube do seu coração. Depois de uma primeira época razoável, em que apontou 14 golos, foi a grande figura na temporada seguinte, marcando 25 golos e tendo um papel decisivo no único título de campeão francês deste clube.

Fez 107 golos no Arsenal

Como se esperava, depois dessa magnífica temporada, não prosseguiu ao serviço do Montpellier HSC e transferiu-se para um grande clube, no caso o Arsenal, por 12 milhões de euros. Pode não ter sido sempre um jogador consensual ao serviço dos “gunners”, mas os seus adeptos não se podem queixar da falta de golos: foram 107 golos em cinco temporadas e meia e basta dizer que mesmo na sua pior temporada ainda conseguiu faturar por 16 vezes.

No último mercado de janeiro, transferiu-se para o Chelsea, por 17 milhões de euros, numa altura em que não era titular indiscutível no Arsenal. “Vim para um dos melhores clubes da Liga inglesa e possivelmente ninguém ganhou mais troféus do que o Chelsea nos últimos seis ou sete anos. Estou muito orgulhoso de aqui estar”, destacou. Na última meia temporada não foi muito feliz em Stamford Bridge, não tendo ganho o estatuto de indiscutível e só tendo apontado cinco golos.

O atual clube do avançado francês poderia ser o Everton, pois no último verão esteve muito perto de se mudar para os “toffees”, como reconheceu. “É verdade que foi uma forte possibilidade, mas depois de refletir muito, em conjunto com a minha família, decidi permanecer no Arsenal, onde ainda quero fazer história”, revelou. Em dezembro, foi noticiado que o Everton teria voltado à carga, o que foi negado por Sam Allardyce, treinador do clube de Liverpool. “A mulher de Giroud não quis sair de Londres no verão e sei por experiência própria que elas é que mandam. Por isso, já não o tinha na minha lista de reforços para janeiro”.

Confessou a traição à sua mulher

Giroud é casado com Jennifer desde 2011 e os dois têm uma filha em comum, com cinco anos. Em fevereiro de 2014, foi noticiada uma noite tórrida que terá passado com a modelo Celia Kay, supostamente no hotel onde o Arsenal estagiava a preparar um jogo com o Crystal Palace. A manequim tirou-lhe uma fotografia, em que aparecia apenas de boxers e que foi publicada num jornal inglês. “Peço desculpa à minha família, mulher e amigos e também ao meu treinador e adeptos do Arsenal. Agora terei de lutar pela minha família e pelo meu clube e esperar pelo perdão de ambos”, escreveu no Twitter, confirmando o encontro, mas negando que tenha feito sexo.

De acordo com alguma imprensa inglesa, o Arsenal preparava-se para multar o seu jogador em 230 mil libras (cerca de 260 mil euros, ao câmbio atual), mas recuou depois de Giroud ter garantido que o encontro com Celia não ocorreu na concentração da equipa, mas sim alguns dias antes. Entretanto, Giroud foi perdoado pela sua mulher, com quem se mantém até hoje.