Felipe Melo e como o futebol o salvou da morte certa

Felipe Melo e como o futebol o salvou da morte certa

Desporto

Felipe Melo e como o futebol o salvou da morte certa

Felipe Melo, capitão do Palmeiras, recorda infância na pior favela do Rio de Janeiro e conta que quase todos os seus amigos dessa época estão mortos.

Artigo de Bruno Seruca

18-03-2020

Aos 36 anos, Felipe Melo é o capitão do Palmeiras. Na reta final da carreira, o central brasileiro regressou ao seu país. Do percurso fazem parte passagens por clubes como Flamengo, Cruzeiro, Fiorentina, Juventus, Galatasaray e Inter, apenas para citar alguns exemplos. Além dos troféus conquistados, o jogador tem ainda a fama de ser bastante duro na forma como desarma os avançados que defronta. Agora, Felipe Melo revela que se não fosse o futebol, provavelmente já teria morrido há muito.

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Foi numa entrevista ao jornal argentino Diario Clarín que o jogador recordou a infância. “Nasci e cresci na pior favela do Rio de Janeiro. A minha mãe estava sempre em casa connosco [Felipe Melo tinha três irmãos] e o meu pai trabalhava o dia todo. Desde pequeno sonhava em jogar futebol e, se não fosse o futebol, não sei o que teria acontecido à minha vida”, começa por contar. “Uma vez, quando voltei de um treino, descobri que um dos meus amigos tinha sido baleado. 95% dos meus amigos da favela estão mortos, pois ficaram e escolheram outro caminho. Os outros 5% conseguiram sair, trabalhar e ganhar a vida”, acrescenta.

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Felipe Melo aborda ainda as marcas que ficaram daquela época. “Vi coisas incríveis na favela que prefiro nem falar. Nunca quis envolver-me com drogas ou armas, preferi trabalhar e não ganhar dinheiro fácil. Uma vez um dos traficantes de droga disse-me: ‘tu tens um futuro, não te quero ver mais aqui. Se te voltar a ver dou-te um tiro na cabeça’”, recorda Felipe Melo.

“Uma vez um dos traficantes de droga disse-me: ‘tu tens um futuro, não te quero ver mais aqui. Se te voltar a ver dou-te um tiro na cabeça’”

A conversa serviu também para falar de futebol. O defesa brasileiro explicou ainda qual a tática que a seleção do seu país usava para travar Lionel Messi. “Quando jogávamos contra ele dizíamos ‘temos que dar-lhe pancadas um de cada vez, temos de ir rodando’. Caso contrário é difícil. Não há forma de marcar um jogador assim. Não digo dar-lhe pancadas para lesioná-lo, mas sim fazer faltas táticas, cortar o ritmo e incomodá-lo”, explica Felipe Melo.

“Eu vi jogar o Messi e é incrível, mais do que o Cristiano Ronaldo”

O capitão do Palmeiras também não tem dúvidas de que Messi é o melhor jogador da história. “Não posso falar sobre Pelé porque não o vi jogar e de Maradona recordo-me do Mundial de 1990 quando a Argentina ganhou ao Brasil com o golo do Caniggia. No Brasil também dizem que o Zico é o melhor de todos, mas só o vi jogar na sua despedida, no Maracanã. Eu vi jogar o Messi e é incrível, mais do que o Cristiano Ronaldo. O Cristiano pode fazer 5 golos mas o Messi faz esses 5 golos e ainda é capaz de dar golos aos colegas, por isso é mais completo”, conclui.

Fotos: Reprodução Instagram

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Artigo de
Bruno Seruca

18-03-2020



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