Dúvan Zapata, o ponta de lança da moda em Itália

Dúvan Zapata, o ponta de lança da moda em Itália

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Dúvan Zapata, o ponta de lança da moda em Itália

Jogador da Atalanta fez um “poker” com o Frosinone e igualou Cristiano Ronaldo e Quagliarella como melhor marcador da Liga italiana. Anteriormente, não vingou no Nápoles e teve problemas disciplinares na Sampdória.

Artigo de André Cruz Martins

21-01-2019

Dúvan Zapata, ponta de lança da Atalanta, emprestado pela Sampdoria até ao final de 2019/20, entrou para a história no recente jogo com o Frosinone, do campeonato italiano. Fez um “poker” na vitória da sua equipa por 5-0 no reduto do Frosinone e juntou-se a Cristiano Ronaldo e a Fabio Quagliarella na liderança dos melhores marcadores da Liga transalpina, com 14 golos.

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Desde 1952 que um jogador da Atalanta não fazia quatro golos na mesma partida. Curiosamente, houve dois futebolistas que o conseguiram nesse ano: Hasse Jeppson, num triunfo por 7-1 com o Triestina e Poul Rasmussen, numa vitória por 5-2 diante do mesmo adversário. Dúvan Zapata, de 27 anos, já se encontra no futebol italiano desde o início da temporada de 2013/14, quando chegou para o Nápoles, proveniente dos argentinos do Estudiantes de la Plata.

Recorde de golos esta época

Curiosamente, no verão de 2013/14, Zapata foi associado ao Benfica e ao FC Porto, mas acabou por escolher a Série A como porta de entrada na Europa. No entanto, a sua experiência ao serviço do Nápoles não correu da melhor forma. Os sete golos que obteve na época de estreia e os oito da temporada seguinte foram claramente de menos para as expetativas que estavam depositadas nele. Depois disso foi sucessivamente emprestado e não se pode dizer que tenha tido grande sucesso, tendo apontado oito golos pela Udinese em 2015/16, onze pelo mesmo clube em 2016/17 e 11 pela Sampdoria na época transata.

Veja o vídeo:

A mudança de ares para a Atalanta fez-lhe bem e já vai em 17 golos oficiais em 2018/19, tendo batido o recorde do número total de golos obtido numa única temporada, 13 pelos Estudiantes, em 2012/13. E em dezembro ganhou o prémio de melhor jogador da Liga italiana.

Opção de compra milionária e outros interessados

Caso as coisas continuem a correr-lhe bem, quem sabe se a Atalanta não irá exercer a cláusula de opção de compra na próxima temporada. Algo que poderá não ser fácil, pois estamos a falar de 26 milhões de euros e a formação de Bérgamo nunca pagou tanto por um futebolista.

Entretanto, ao longo das últimas semanas, tem-se falado no interesse nos seus serviços de clubes como o Arsenal, Inter Milão e West Ham. A imprensa inglesa avançou que os “hammers” estariam dispostos a dar qualquer coisa como 40 milhões de libras [cerca de 45 milhões de euros] pelo seu passe. Um negócio que não parece ter grandes “pernas para andar”, pois a cedência da Sampdoria à Atalanta é válida até ao final da próxima época e o clube de Bérgamo terá sempre prioridade, “bastando-lhe” despender os já referidos 26 milhões de euros.

“Não fui bem tratado no Nápoles”

E afinal o que se terá passado para Zapata não ter vingado no Nápoles? De acordo com o próprio, não foi devidamente apoiado. “Não fui bem bem tratado no Nápoles e cheguei a treinar sozinho durante dois meses. Quando um clube quer valorizar um jogador, deve acompanhá-lo e fazê-lo sentir-se importante, mas não foi isso que aconteceu”, lamentou.

Zapata queixou-se da falta de oportunidades de Maurizio Sarri, que na altura era o técnico do Nápoles. “Nem cheguei a treinar com ele. Foi um período em que era como se eu não existisse para o Nápoles”, sublinha.

Problemas disciplinares na Sampdoria

Na Sampdoria também não foi muito feliz e teve alguns problemas disciplinares. Mostrou a sua insatisfação em três ocasiões em que foi substituído. À terceira, a Atalanta perdeu a paciência e multou-o em dez mil euros, depois de ter confrontado o treinador Marco Giampaolo, que o retirou de campo num jogo em casa do AC Milan.

O técnico italiano não escondeu a sua insatisfação perante a atitude do ponta de lança. “O Zapata cometeu um erro grave. Certamente que todos os jogadores não gostam de ser substituídos. Mas há um dever de respeito comportamental que nunca se pode perder. Vamos falar em Bérgamo”, avisou depois da partida.

Dúvan Zapata foi formado no América de Cali, clube cujos dirigentes estavam conotados com tráfico de droga. O avançado reconhece que passou por alguns contratempos nessa altura. “Naqueles anos eles tiveram as contas congeladas pela polícia. Não podiam vender nem contratar jogadores e muitas vezes os jogadores não receberam dinheiro”, revela.

Dúvan Zapata jogou no “clube da droga”

No entanto, garante que a imagem que ainda passa para o estrangeiro, segundo a qual na Colômbia há muitos problemas relacionados com cartéis de drogas, já não corresponde à realidade. “A Colômbia era assim há uns anos, mas agora é bem diferente. Demos muitos passos à frente e hoje somos um novo país”, garante.

De resto, o futebolista aproveita para gozar com a série “Narcos”, que fala sobre os cartéis da droga da Colômbia. “Isso é para ‘gringos’. Basta dizer que escolheram brasileiro para interpretar o papel de Pablo Escobar. Isso é realista?”, pergunta.

Dúvan não é o único representante da família Zapata que joga futebol. O primo, Cristian, é defesa do Milan. Os dois já se cruzaram várias vezes em campo como adversários. Em setembro de 2017 foi mesmo na sequência de um erro incrível do familiar que o avançado marcou um dos golos na vitória da Sampdoria sobre o Milan, por 2-0.

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André Cruz Martins

21-01-2019



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