Quis o sorteio dos quartos de final da Liga Europa que o Benfica defronte o Marselha. E certamente que passaram muitas coisas pela cabeça dos adeptos encarnados assim que souberam com que equipa se iam cruzar. Teoricamente, a equipa treinada por Roger Schmidt foi bafejada pela sorte ao apanhar uma das equipas mais apetecíveis, evitando tubarões como Milan e Liverpool. Mas há mais. Muitos terão sido os adeptos que viajaram de imediato até 1990.
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Foi a 18 de abril de 1990 que o Benfica recebia o Marselha no velhinho Estádio da Luz, lotado com 120 mil adeptos. Os encarnados tinham perdido por 2-1 em França e necessitavam de vencer para chegar à final da Taça dos Campeões Europeus. O Benfica necessitava de um golo para garantir seguir em frente e foi Vata, que tinha saltado do banco aos 53 minutos, quem resolveu o jogo. O golo foi marcado com a mão e fica para a história como a “mão de Vata”. Décadas mais tarde, numa conversa com o DN, Vata manteve o que sempre disse, que não marcou golo com a mão. “Lembro-me perfeitamente do lance (…). O Valdo cobrou um canto, o Magnusson saltou à minha frente e desviou de cabeça na área e a bola veio na minha direção. Meti o ombro e foi golo. Foi uma loucura no estádio”, disse.
Da mão de Vata para a camisola de Kardec
De 1990 avançamos para 2010, ano de outra eliminatória com contornos épicos. Na Luz, Benfica e Marselha empataram 1-1. A 18 de março, em França, os encarnados acabaram por ganhar por 2-1. Mais uma vez, foi um jogador saído do banco a resolver. Neste caso, Alan Kardec, que aos 35 anos, ainda joga nos brasileiros do Atlético Mineiro. E se em 1990 se fala da mão de Vata, neste caso fala-se da camisola de Kardec. Que acabou por desaparecer durante os festejos do golo. E existem mais curiosidades. É que Luisão, Javi Garcia e Di Maria foram titulares no jogo. O primeiro é dirigente do Benfica, o segundo adjunto de Roger Schmidt e o terceiro… faz parte do atual plante das águias.
Fotos: Reuters