«As defesas italianas são mais duras e cerradas»

«As defesas italianas são mais duras e cerradas»

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«As defesas italianas são mais duras e cerradas»

André Silva está finalmente a conseguir marcar na Série A e no último domingo voltou a ser o herói na vitória do AC Milan. Jorge Cadete sabe bem a dificuldade que os avançados sentem em Itália.

Artigo de André Cruz Martins

19-03-2018

André Silva começa a justificar, pelo menos em parte, os 38 milhões de euros que o AC Milan investiu na compra do seu passe, no último verão. Apesar dos oito golos que já somava na Liga Europa, o ponta de lança português de 22 anos ainda estava a zero na Liga italiana, algo que mudou na última semana, primeiro ao marcar o único golo da vitória em Génova e depois ao estabelecer o 3-2 final na receção ao Chievo, apesar de só ter entrado aos 60 minutos desta última partida.

O ponta de lança português parece em condições de arrancar para um grande final de época e, quem sabe, chegar em condições perfeitas ao Campeonato do Mundo da Rússia, mantendo-se como o parceiro preferencial de Fernando Santos para acompanhar Cristiano Ronaldo na frente de ataque.

Jorge Cadete, antigo internacional português, sabe bem as dificuldades por que passam os pontas de lança no campeonato italiano, pois passou por elas ao serviço do Brescia, na temporada de 1994/95, tendo apenas marcado um golo em 13 jogos. «Posso dizer que a Série A é um campeonato muito complicado para os avançados, em especial a primeira época, quando se é estrangeiro. As defesas italianas são mais duras e cerradas e usam muitas vezes a marcação individual».

O antigo capitão do Sporting refere ainda «a grande pressão que é colocada em cima dos jogadores estrangeiros por parte dos ‘tiffosi’ italianos, que querem logo que os pontas de lança comecem a marcar muitos golos, principalmente nos casos em que custaram muito dinheiro“. Por outro lado, “se em Portugal os adeptos tendem a desculpar um pouco os jogadores estrangeiros e exigem mais aos nacionais, em Itália sucede o contrário, pelo que é preciso ter uma boa estrutura psicológica para suportar as críticas quando as coisas não estão a correr bem».

E a verdade é que nem sempre a relação de André Silva com os “tiffosi” tem sido a melhor, pois já ouviu alguns assobios devido à sua falta de golos. Por outro lado, não caiu nada bem o facto de já por duas vezes não se ter dirigido aos adeptos para a habitual saudação no final dos jogos.

Numa dessas situações, a seguir à derrota caseira com o Arsenal, foi o próprio treinador Gennaro Gatuso a chamar a atenção do português, obrigando-o a retribuir os aplausos mas também a ouvir os protestos que ecoavam nas bancadas do San Siro.

André Silva soma assim 10 golos em 34 jogos com a camisola do AC Milan, embora só tenha sido titular em 16 ocasiões, das quais apenas cinco na Série A, pois Suso e Crutone têm sido as opções preferenciais de Gennaro Gattuso.

André Silva tem esperança de que este seja o começo de uma nova vida em Itália e assume total culpa pelo facto de não ser habitualmente titular. “Se não tenho sido muito utilizado , é porque tenho de trabalhar mais. Ainda não tinha marcado na Série A e estou muito feliz, apesar de o cruzamento não ter sido assim tão bom [risos]. Quero agradecer a toda gente, ao staff e aos meus companheiros, pois marcar significa tudo para mim”, referiu após o golo da vitória em Génova.

Em dezembro, Gattuso não tinha sido meigo para com o português depois da derrota em casa do Rijeka, para a Liga Europa. “Todos nós temos noção das suas qualidades, pois é um jogador de nível internacional. No entanto, parecia um corpo estranho na equipa. Quando se tem a oportunidade de jogar 90 minutos com a camisola do Milan, exige-se muito mais”, sublinhou. Mais recentemente, em fevereiro, foi um pouco mais elogioso: “Só lhe falta maldade e quando falo em maldade é nos lances em frente à baliza. Acerca da sua grande qualidade, não há qualquer discussão”.

Entretanto, numa altura em que já se falava na sua saída no final da época, quem sabe se o cenário não irá mudar. Recorde-se que em janeiro, o Wolverhampton, treinado por Nuno Espírito Santo, mostrou-se fortemente interessado no seu concurso – terá chegado a oferecer 38 milhões de euros ao AC Milan – e diversos órgãos de comunicação social ingleses e italianos asseguram que o clube que parece estar quase a garantir o acesso à Premier League irá voltar à carga no fim da época. Valência e Sevilha serão outros clubes que alegadamente estão muito atentos ao internacional português.

As críticas da imprensa e adeptos italianos levaram inclusivamente diretor desportivo do AC Milan, Massimiliano Mirabelli, a sair em defesa do português e do turco Hakan Calhanoglu, após a recente derrota em casa do Arsenal, por 3-1, em partida da Liga Europa. “Temos de continuar a ser pacientes com eles, pois são futebolistas com enorme margem de evolução. Mesmo em jogos como este procuramos ver sempre o crescimento deles”, sublinhou.
Estes dois golos que marcou na Série A poderão aumentar a felicidade de André Silva em Itália, principalmente dentro de campo.

Isto porque fora das quatro linhas, a vida do português parece correr sobre rodas, como se percebe pelas publicações que a sua namorada Sara Rodrigues vai colocando nas redes sociais. Recorde-se que o jornal inglês “Daily Star” perguntou “será que Sara é a mulher de futebolista mais sensual de sempre?” em janeiro último, isto numa altura em que se fala com insistência na possível transferência do namorado para o Wolverhampton.

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Artigo de
André Cruz Martins

19-03-2018



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