O “bad boy” Joey Barton virou treinador

O “bad boy” Joey Barton virou treinador

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O “bad boy” Joey Barton virou treinador

Recordamos as múltiplas polémicas do antigo internacional inglês, que se estreia no banco ao serviço do Fleetwood Town, do terceiro escalão.

Artigo de André Cruz Martins

12-06-2018

O polémico Joey Barton é o novo treinador do Fleetwood Town, da League One, terceiro escalão do futebol inglês. Aos 35 anos, esta será a sua primeira experiência como treinador, depois de ter terminado a carreira de futebolista no final da época passada. “Estou muito feliz com o projeto do Fleetwood Town e tenho uma boa relação com o presidente. Estou encantado com o facto da minha estreia como treinador acontecer num clube com grandes ambições”, referiu o antigo médio defensivo.

Recorde-se que a carreira de Joey Barton terminou da pior forma, quando em abril de 2017 a Federação inglesa (FA) lhe aplicou uma pena de um ano e meio de suspensão, por participação em apostas desportivas. Em causa estiveram 1260 apostas num período de 10 anos e Barton até chegou a apostar contra equipas onde jogou, mesmo quando não esteve envolvido nos jogos. Convém esclarecer que em causa não estiveram resultados combinados, mas sim a violação de uma regra da FA, que proíbe os jogadores profissionais de fazerem apostas em futebol.

Vício das apostas acabou com a carreira de Joey Barton

Na altura, Joey Barton mostrou-se muito desiludido com a sua punição. “A FA anunciou que estou banido do futebol durante 18 meses e que fui multado em 30 mil libras. Estou muito desapontado com a dureza desta decisão, que me obriga a retirar-me prematuramente dos relvados. Para que não fiquem dúvidas, esta suspensão não sucedeu devido a resultados combinados e a minha integridade não está em causa”, reagiu no seu site oficial, ao mesmo tempo que reconhecia que tinha um sério problema com apostas.

Esta foi apenas uma das muitas polémicas que marcaram a sua carreira de futebolista. Em fevereiro de 2004, foi expulso pela primeira vez como profissional, depois de ter reclamado com o árbitro ao intervalo de um jogo em que o seu Manchester City perdia 0-3 com o Tottenham. Curiosamente, mesmo com menos um, os “citizens” deram a volta a venceram por 4-3. Em 2005, numa festa de Natal, apagou um charuto no olho de Jamie Tand, futebolista dos escalões jovens do Manchester City que estava a tentar pegar fogo na sua camisa.

Apagou um charuto no olho de um colega e espancou outro

Em maio de 2005, atropelou uma pessoa nas ruas de Liverpool às duas da manhã, acabando por lhe partir uma perna. Em julho de 2005, quando estava numa digressão de pré-época na Tailândia ao serviço do Manchester City, foi insultado por um adepto de 15 anos e agrediu-o com um pontapé. O clube multou-o em 120 mil libras, dispensou-o da digressão e obrigou-o a fazer terapia. Já em setembro de 2006, mostrou o rabo aos adeptos do Everton, depois do City ter marcado o golo do empate no período de compensação.

A única vez que foi convocado para a seleção inglesa aconteceu em fevereiro de 2007, depois de ter criticado os seus colegas Gerrard e Lampard, por terem lançado autobiografias após a fraca campanha no Campeonato do Mundo de 2006. Lampard respondeu dizendo que Barton devia cuidar de si próprio. Em março de 2007, foi preso pela primeira vez, por suspeitas de agressão a um taxista e danos no automóvel deste, após uma discussão em Liverpool. No entanto, nada se provou e foi considerado inocente.

Ofensas homofóbicas a Fernando Torres e insultos a Neymar e Ibrahimovic

Em abril de 2007, criticou a direção do Manchester City por fazer más contratações e o treinador Stuart Pearce proibiu-o de dar mais entrevistas. Um mês depois, espancou o seu colega Ousmane Dabo num treino do Manchester City. O francês desmaiou e foi parar ao hospital, com Barton a ser banido por seis jogos, com pena suspensa por outros seis em caso de novo ato de indisciplina. Este episódio significou o fim da sua passagem pelos “citizens”.

Em dezembro de 2007 foi preso pela segunda vez, depois de agredir um adulto e um adolescente no centro de Liverpool, às 5h30 da manhã, com vários socos. Foi condenado a seis meses de prisão e admitiu ter problemas com o álcool. Cumpriu 77 dias na cadeia e foi libertado sob fiança em julho de 2008. Em maio de 2009, foi expulso após uma entrada muito dura sobre Xabi Alonso num Newcastle-Liverpool. Alan Shearer, o seu próprio treinador, afirmou que se tratou de uma entrada cobarde e ambos discutiram, ainda no relvado Em dezembro de 2010, Em um jogo contra o Liverpool, Barton fez ofensas homofóbicas a Fernando Torres, enquanto apontava para o próprio pénis.

Em maio de 2012, foi expulso num Queens Park Rangers-Manchester City, depois de agredir Tevez com uma cotovelada. Ainda deu um pontapé em Agüero e tentou dar uma cabeçada em Kompany. Foi retirado à força do relvado e tentou atingir Balotelli fora das quatro linhas. Criticado pelo seu descontrolo por Alan Shearer e Gary Lineker, ambos comentadores desportivos, chamou o primeiro de “merda” e o segundo de sapo odioso.

Pontapé em Agüero e tentou dar uma cabeçada em Kompany

Em fevereiro de 2013, apelidou no Twitter Neymar de “sobrevalorizado”, com o brasileiro a responder que nem sabia quem era Barton, com este a ripostar: “és o Justin Bieber do futebol, talentoso só no YouTube”. Poucos dias depois deste episódio, num jogo entre o Olympique Marselha e o PSG, discutiu com Ibrahimovic e o inglês fez gestos sugerindo que o sueco era narigudo.

Vamos ver como correrá esta primeira experiência de Joey Barton como treinador, mas certamente não teremos de aguardar muito tempo para termos notícias deste “bad boy”.

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Artigo de
André Cruz Martins

12-06-2018



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