John Terry e Frank Lampard, os amigos que se vão defrontar no pior duelo das carreiras

John Terry e Frank Lampard, os amigos que se vão defrontar no pior duelo das carreiras

Desporto

John Terry e Frank Lampard, os amigos que se vão defrontar no pior duelo das carreiras

Ex-jogadores do Chelsea vão lutar pela última vaga de acesso à Premier League, num duelo que terá um toque português.

Artigo de Bruno Seruca

16-05-2019

São raros os casos em que a história de um clube se mistura com a de um jogador. No caso do Chelsea, para falar do emblema londrino é necessário falar de John Terry e Frank Lampard, dois dos mais carismáticos capitães que passaram pelo clube, tendo sido treinados por José Mourinho. Os amigos que viveram os melhores anos das carreiras nos blues vão ser os piores inimigos durante, no mínimo, 90 minutos. Mas já lá vamos.

 

Leia ainda: Iñaki Williams, o polémico jogador que tem milhões no banco e que “f***” quatro vezes por semana

Tanto o defesa como o médio começaram por dar os primeiros passos no futebol com a camisola do West Ham. Lampard ainda passou pelo Swansea, chegando ao Chelsea em 2001, tendo ficado no clube até 2014. Já Terry assina pelos blues em 1995, saindo do clube em 2000. Foi com a camisola azul que conquistaram uma Liga dos Campeões, uma Liga Europa (derrotando o Benfica na final) e vários campeonatos e taças.

“Frank [Lampard] não só foi um dos meus melhores jogadores, mas também um dos melhores profissionais”, diz José Mourinho

“Frank [Lampard] não só foi um dos meus melhores jogadores, mas também um dos melhores profissionais”, disse José Mourinho em relação ao jogador. Mimos que foram devolvidos pelo médio inglês, que assumiu publicamente que o treinador português foi o melhor para quem jogou ao longo da carreira.

Já Terry recordou em tempos o momento em que foi envergonhado por José Mourinho. “Ele envergonhou-me depois de uma pré-época, depois de termos vencido o título. Parou a sessão de treino, veio ter comigo, atirou o bloco de notas e disse ‘Se continuas a entregar a bola, compro alguém por 50 milhões’. Pensei ‘Joguei todos os jogos por ti na última época! E agora tentas humilhar-me!’”, recordou numa entrevista ao Daily Mail. “Não percebi por que ele estava a fazer aquilo, mas o meu instinto foi correr e dar tudo, cortar e ganhar bolas. Fizemos contacto visual e ele sorriu. Ele sabia exatamente o que estava a fazer para tirar o melhor de nós. Vi-o fazer o mesmo com Frank Lampard”, acrescenta.

Jonh Terry e Frank Lampard passaram os melhores anos da carreira no Chelsa

Depois de representar o Chelsea, John Terry ainda jogou no Nottingham Forest e no Aston Villa, clube no qual terminou a carreira em 2018. Já Frank Lampard viajou para os Estados Unidos da América, tendo representado o New York City, que ainda o emprestou ao Manchester City. O médio viria a acabar a carreira em 2017. Depois de pendurarem as chuteiras, os amigos dedicaram-se à carreira de treinador.

Frank Lampard é o treinador do Derby County enquanto John Terry é um dos adjuntos de Dean Smith, treinador do Aston Villa. E é aqui que entra o duelo que os amigos preferiam não ter de disputar. Os dois clubes são os finalistas do playoff de acesso à Premier League. E apenas um dos clubes terá acesso ao principal escalão do futebol inglês. O que faz com que, pelo menos durante 90 minutos, esqueçam a amizade que os une.

Lampard é treinador do Derby County e Terry adjunto do Aston Villa

E pode mesmo dizer-se que se trata de um duelo com toque português. Lampard nunca escondeu que Mourinho mudou a sua carreira. “Fez-me acreditar que podia ser melhor do que era, e nunca vou esquecer isso”, disse em tempos. Por isso, não é de estranhar que tenha influências do Special One na sua carreira de treinador.

Quanto a Jonh Terry, a inspiração de Mourinho é ainda mais nítida. “Depois do primeiro treino, que só durou uma hora, os rapazes foram para o balneário e não conseguiam acreditar no que tinha acabado de acontecer. Inacreditável. Ele era claramente algo à parte. A intensidade do treino, o planeamento. Por isso fui ter com os analistas e pedi um bloco de notas para escrever tudo o que ele fazia”, recorda. “Desde a primeira pré-época, anotei todas as sessões. O que fizemos, durante quanto tempo fizemos, comentários dos jogadores. Comecei aí e continuei a fazê-lo. Ele chegava cedo, colocava os pinos e preparava tudo. Podia estar a chover muito, mas ele continuava lá”, conclui. Só falta saber quem vai levar a melhor neste duelo que os amigos preferiam não ter de disputar.

Fotos: Reprodução Instagram

Siga o ParaEles no Instagram
Instagram @paraelesofficial

Siga o ParaEles no Instagram
Instagram @paraelesofficial

Artigo de
Bruno Seruca

16-05-2019



RELACIONADOS