Mike Tyson fica para a história como um dos melhores lutadores de boxe de todos os tempos. Ainda que os momentos de glória tenham andado sempre de mãos dadas com polémicas relacionadas com combates e também com a sua vida pessoal. Agora, com 52 anos, Tyson foi convidado para participar num debate televisivo do programa “Good Morning Britain”.
“Venho de um ambiente hostil, cresci sem pai, a minha mãe era uma profissional do sexo, fomos sempre humilhados”
O tema da conversa era o aumento do número de crimes com arma branca em Inglaterra, especialmente cometidos por adolescentes e Mike Tyson acabou por abrir o livro da sua vida. “Eu era como essas crianças, costuma estar com gangues, costumava ter armas, costumava disparar sobre pessoas e elas sobre mim. Venho de um ambiente hostil, cresci sem pai, a minha mãe era uma profissional do sexo, fomos sempre humilhados, nunca tivemos orgulho da nossa família, ninguém sabia quem éramos”, começa por dizer.
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“Desde que era um menino de 12 anos que fui ensinado a espancar pessoas, a derrubá-las, humilha-las e mostrar que era superior a elas, que era melhor que todo o mundo, mas na verdade não era. Não tinha ideia do que fazia, mas isso fazia sentir-me bem bem e todos diziam que era bom nisso. O que me levou a tornar num tirano que não tinha respeito por nada. Disse muitas vezes coisas erradas aos meus adversários e agora vejo que fiz tudo mal”, acrescenta. Mike Tyson fala ainda do impacto que a infância complicada teve na sua vida. “A minha vida é um arrependimento. Toda a minha vida, as minhas ações, a minha conduta, muitas coisas que fiz na minha vida, especialmente enquanto lutador”, explica.
“Desde que era um menino de 12 anos que fui ensinado a espancar pessoas, a derrubá-las, humilha-las e mostrar que era superior a elas”
Mike Tyson confessa ainda que o boxe acabou por ser a sua salvação, evitando que cometesse algum assassinato. “Não acreditava que poderia ter uma vida melhor até começar a praticar boxe. Nesse momento vi esperança. À margem disto pensava em matar pessoas, a vida das pessoas não significava nada para mim”, diz. O antigo lutador refere ainda ser um caso excecional. Pois nem todas as pessoas que praticam um desporto acabam por conseguir sagrar-se campeões mundiais. “Devemos usar o boxe para que as pessoas possam fazer amigos e criar laços com outros. Ensinar amor e compaixão”, conta.
“Não acreditava que poderia ter uma vida melhor até começar a praticar boxe. Nesse momento vi esperança. À margem disto pensava em matar pessoas”
Atualmente, a vida profissional de Mike Tyson é dedicada ao cultivo de marijuana, sendo o dono do Tyson Ranch, uma plantação de canábis de 16 mil hectares, situada na Califórnia, nos Estados Unidos da América. O consumo desta droga acabou por ser também tema de conversa, com Tyson a classificar a marijuana como “uma droga milagrosa”.
“Não creio que existam efeitos negativos [no consumo de canábis]. Se colocarem cinco pessoas, que não se conhecem, numa sala e os puserem a fumar canábis, vão começar a tirar selfies. Se dás álcool e cinco pessoas que não se suportam, vão começar a matar-se uns aos outros”, conclui.
Fotos: Reprodução IMDB