O sexo é visto como uma fonte de prazer e para muitos casais uma relação sem sexo não funciona. Mas existem também casos em que o sexo pode destruir a relação. Quer seja pela incompatibilidade ou mesmo pelo excesso de relações sexuais. Atualmente, há uma maior abertura para falar daquele que durante muitos anos foi um assunto tabu, mas admitir que é viciado em sexo não é tarefa fácil.
Rebecca Barker, de 37 anos e mãe de três filhos, é uma das poucas mulheres que admitiu ser viciada em sexo, revelando que o problema arruinou a relação. “Era a primeira coisa em que pensava quando acordava. Tudo remetia para o sexo. Acho que isso tinha a ver com a minha depressão e com a falta de seretonina. Acabava de ter um orgasmo e cinco minutos depois já me apetecia sexo outra vez”, disse em entrevista à BBC.
“Transformei-me numa eremita. Muitas vezes, ficava em casa, a sentir vergonha por só pensar em sexo. Apesar das pessoas não conseguirem ler a minha mente, eu sentia-me muito desconfortável quando estava ao pé de outras pessoas”, acrescenta. “Fiz muitas alterações no meu estilo de vida para conseguir vencer o problema e acabei por conseguir”, congratula-se Rebecca Barker.
Nos últimos 5 anos o número de viciados em sexo aumentou
Rebecca Barker pode ser das poucas a dar a cara mas não é caso único. Ao longo dos últimos cinco anos aumentou o número de pessoas viciadas em sexo. Os dados são revelados pela Association for the Treatment of Sex Addiction and Compulsivity, associação britânica que trata pessoas com comportamentos compulsivos ou viciados em sexo. A associação acredita que o aumento está associado a uma maior procura para tratamento do vício. Em 2019, a Organização Mundial de Saúde deverá incluir as perturbações compulsivas de origem sexual na Classificação Internacional de Doenças.
Um inquérito levado a cabo pelo site Sex Addiction Help dá a conhecer que 91% das 21.058 pessoas que assumiram o vício eram do sexo masculino. Sendo que 31% tinha idades entre os 26 e os 35 anos, enquanto que 1% ainda não tinha feito os 16 anos. Por sua vez, 8% tinham mais de 55 anos. Apesar destes dados, muitos profissionais do sistema nacional de saúde britânico defendem que o sexo não vicia.