Comecemos por recuar até aos anos 1990. Nessa altura, recorda o StudyFinds, cientistas e investigadores defendiam que consumir bebidas alcoólicas de forma moderada era algo associado a uma maior longevidade. Sendo mais específico, as mulheres podiam consumir uma bebida por dia. E os homens duas. Falava-se das propriedades anti-inflamatórias do vinho tinto, que seriam benéficas para a saúde cardiovascular. Ainda assim, médicos continuavam a alertar que o consumo de álcool estava relacionado com um maior risco de cancro.
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Passaram várias décadas, mas o tema continua a dar que falar. Afinal, que quantidade de álcool pode ser consumida de forma completamente segura? Em 2023, a Jama Network deu a conhecer um relatório elaborado por cientistas que analisaram 107 estudo realizados ao longo de 40 anos. Que defende que uma pequena quantidade de bebidas alcoólicas pode ser prejudicial para a saúde cardíaca. Posto isto, no que ficamos? Pode ou não beber-se bebidas alcoólicas de forma moderada?
Relatórios dão conta do aumento do número de mortes associadas ao álcool
À mesma velocidade que vão ganhando popularidade as bebidas sem álcool, surgem estudos que continuam a alertar para o consumo de bebidas alcoólicas. Em 2022, a Nature publicou um que salientava que uma ou duas bebidas alcoólicas por dia (menos para as mulheres) estão associadas ao encolhimento do cérebro. Algo que está relacionado com o envelhecimento. Perante tudo isto, vários países estão a alterar a mensagem sobre o tema. Por exemplo, refere o StudyFinds que a Irlanda passou a ser o primeiro país a aprovar uma legislação para que existam rótulos, em bebidas alcoólicas, a alertar para o cancro.
Por sua vez, no Canadá existe uma organização que salienta que uma a duas doses de álcool por semana (uma dose tem entre 12 a 14 g de álcool puro) é algo que apresenta um baixo risco. Três a seis doses são de risco moderado. Sendo ainda referido que caso sejam consumidas mais de duas doses por semana, não devem ser ingeridas no mesmo dia. Já nos Estados Unidos da América existem relatórios que dão conta de que as mortes associadas ao consumo de bebidas alcoólicas estão a aumentar anualmente. Ou seja, estamos numa discussão sem consenso à vista. O que faz com que deva imperar sempre a moderação.
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