A história por trás desta história dava quase para uma série de sucesso da Netflix. Portugal vai passar a produzir a carne mais cara do mundo, na região do Alqueva, no Alentejo, mas até lá chegar não foi fácil e exigiu várias etapas que até então eram desconhecidas do públicos. O responsável é o empresário Hugo Patrício, engenheiro civil de formação.
A aventura começou em 2017. Foi o ano em que Hugo fundou a Wagyuworld e adquiriu os 12 embriões congelados da raça bovina japonesa Red Wagyu, a carne mais cara do mundo, nos Estados Unidos. O processo seguinte foi armazena-los na Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Foi neste instituto que se formou uma equipa para a introdução e comercialização em Portugal das raças Wagyu.
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“Trazer o sémen e os embriões para Portugal não foi tarefa fácil. A raça Wagyu é considerada património nacional do Japão, sendo considerado crime exportar genética para fora deste país. Os animais que existem fora do Japão partiram de importações feitas pelos Estados Unidos para investigação. Desses animais começou a reprodução fora do Japão e a disseminação da genética. Inicialmente para a Austrália e Canadá e depois um pouco por todo o mundo. À época não existiam animais na Europa (pelo menos do nosso conhecimento) da espécie Red Wagyu e a solução foi ir buscar aos Estados Unidos”, explica o empresário em declarações ao Jornal do Fundão.
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Um quilo da carne mais cara do mundo pode custar 100 euros
Os primeiros cruzamentos foram feitos na região da Guarda e Idanha-a-Nova. Depois, foi possível obter os embriões que permitiram ter animais de puro sangue. Tudo começou como um “simples” processo importação de genética e a introdução da raça, e hoje é um projeto empresarial que engloba a criação de gado e a comercialização da carne diretamente do produtor ao consumidor. E não é qualquer carne.
O que torna esta carne tão especial é o marmoreio da carne. Esta gordura intramuscular é apenas conseguida em animais adultos. É uma das preferidas dos maior chefs de cozinha do mundo e também a mais cara, já que um quilo apenas desta carne pode custar o exorbitante valor de 100 euros por quilo. Valor justificado não só pela qualidade da carne, mas também pelo processo criterioso até que esta chegue às bancadas dos chefs.
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“Estamos a iniciar uma exploração nas margens do Alqueva, onde os nossos animais podem desfrutar da tranquilidade nas margens do maior lago artificial da Europa. Estamos a desenvolver um projeto onde o bem estar animal, a produção biológica e a preservação do meio ambiente são a nossa prioridade. O nosso objetivo a curto prazo é atingir um efetivo de 200 animais”, explica Hugo Patrício.
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