Quem chega a Nova Iorque, pela primeira vez, relata sempre a mesma sensação: a de que já lá tinha estado. A cidade que mais alimenta o imaginário ocidental foi filmada, fotografada e homenageada tantas vezes que é como se o visitante conhecesse as ruas, as placas, os jardins e os prédios. Ainda assim, surpreenda-se com os painéis luminosos de Times Square, passeie-se pela 5th avenue, delicie-se com um gorduroso bagel, desfrute do Central Park e da companhia dos esquilos, perca-se em Chinatown e não deixe de apreciar um musical da Broadway. Porém, qual é a regra para conseguir viver o máximo de Nova Iorque num curto tempo de férias? Esquecer o mapa e deixar-se levar pela dinâmica acelerada e fascinante dos nova-iorquinos.
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Os cerca de 20 quilómetros de comprimento da península de Manhattan estão divididos em bairros e zonas. Um território plano, de largas avenidas e ruas perpendiculares, com o Central Park a meio, limitado pelos bairros Upper East e Upper West Side e, a sul, Midtown. É em Manhattan que tudo acontece. Concentre-se nas zonas mais centrais, desde a avenida que limita o Central Park, a norte, até Lower Manhattan e ao Finantial District. Pelo caminho, passará por Hell’s Kitchen, East e West Village, Greenwich Village, Lower East Side, Nolita, Tribeca, SoHo, Chinatown e Little Italy.
Chinatown, Little Italy, SoHo e Harlem
São, talvez, os bairros mais interessantes e emblemáticos que não pode deixar de visitar. Encostados a Lower Manhattan (excluindo Harlem, que fica a norte do Central Park), formam uma rede de culturas e tendências indissociável do que é Nova Iorque, para além do capitalismo e do luxo. Chinatown é o entrar num outro mundo dentro do mundo que é Nova Iorque.
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Aqui vivem mais de 150 mil chineses e, recentemente, vietnamitas. A comunidade mantém os rituais religiosos e gastronómicos, adaptando-se ao consumismo da cidade, com grandes lojas, caves e armazéns muito procurados por moradores e turistas. Little Italy, sim, perdeu o carisma que chegou a ter em meados do século passado, quando Martin Scorsese aqui viveu. Hoje é um bairro maioritariamente turístico, que se reformulou nas zonas de NoHo e Nolita devido à abertura de lojas, cafetarias e restaurantes, ao estilo cosmopolita e artístico de SoHo.
Bairro artístico da cidade por excelência e tradição, nos anos 50, SoHo foi morada de músicos, pintores, escritores e demais criativos, devido à quantidade de edifícios industriais de ferro que se foram transformando em ateliers e lofts residenciais de baixo custo. Local ditador de tendências durante anos, deixou de o ser quando as rendas subiram e os artistas se deslocaram para outras zonas da cidade, como Dumbo e Chelsea. Hoje, é um dos pontos de referência do mundo da moda e um local imprescindível para quem quer fazer compras.
Harlem é bem diferente de tudo isto
Já Harlem é bem diferente de tudo isto. Bairro histórico da comunidade afro-americana, durante mais de 100 anos, protagonizou alguns movimentos artísticos dos anos 20 e foi ponto de partida para os movimentos pelos direitos civis dos negros, nos anos 60. Harlem é, hoje, um bairro relativamente seguro e deveras interessante graças às sessões de jazz do Cotton Club, o Lenox Lounge, o Apollo Theather, o Studio Museum e o Schomburg Center of Black Research. Saiba mais aqui sobre este destino.