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Médicos alertam que headphones com cancelamento de ruído estão a causar danos ao cérebro

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Médicos alertam que headphones com cancelamento de ruído estão a causar danos ao cérebro

Usa headphones com cancelamento de ruído de forma regular? Fique a par do alerta de vários médicos para os riscos que corre.

Artigo de Bruno Seruca

17-02-2025

Existem cada vez mais pessoas que recorrem aos headphones com cancelamento de ruído para trabalhar. Ou mesmo para as deslocações diárias nos transportes e também para praticar exercício físico. Algo que tem como objetivo fazer com que as distrações sejam reduzidas ao máximo. Ainda assim, de acordo com vários médicos, recorrer a esta tecnologia de forma regular e algo que pode causar danos ao cérebro.

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Cinco departamentos de audiologia do serviço nacional de saúde do Reino Unido revelaram à BBC que detetaram um aumento de jovens com problemas de audição. Estudos complementares mostram que o problema não está no ouvido, mas no cérebro. Muitos dos casos mostram ser de transtorno de processamento auditivo. Que é uma condição neurológica que mexe com a capacidade das pessoas em processar sonos. Pessoas que sofram deste problema passam em testes de audição, ou seja, são pessoas cujos ouvidos funcionam bem, mas podem ter complicações para decifrar elementos mais específicos dos sons. Como é o caso da origem de um ruído.

Além disso, podem existir complicações para perceber outra pessoa que está a falar num espaço com mais ruído. Ou caso a pessoa fale com um pouco mais de velocidade. O que pode fazer com que sejam necessária repetições ou um tempo maior para responder a algo. “O cérebro processa esses impulsos elétricos em sons, depois em palavras e, então, em frases e ideias significativas”, explica o neurologista Martin Kutscher à Additude. “A maioria de nós faz isso sem esforço. Alguns adultos têm problemas em converter esses impulsos neuronais elétricos em significado. Chamamos a esses problemas de transtornos de processamento auditivo central”, acrescenta.

“Quase que se criou um ambiente falso”

Esta condição costuma começar na infância, afetando entre 2% a 7% das crianças. O que pode resultar em problemas para ler ou soletrar. Neste caso, tende a ser o resultado de uma doença como um ferimento na cabeça. E ainda pouco peso no momento do nascimento e infeções crónicas de ouvido ou meningite. O aumento de casos em jovens adultos é visto como uma novidade. Clare Benton, vice-presidente da Academia Britânica de Audiologia, defende, em conversa com a BBC, que o cérebro dos adultos pode esquecer como processa sons ambientes devido ao uso generalizado de headphones. “Quase que se criou um ambiente falso ao usando esses headphones de ouvir apenas o que quer ouvir”, diz. Acrescentando ser um cenário que pode levar a que o cérebro faça uma compensação excessiva.

Transtorno do processamento auditivo não tem cura

Não existe cura para o transtorno de processamento auditivo. O tratamento costuma passar pela forma de gerir os mais diversos ambientes em que as pessoas estão. Imaginando uma reunião de trabalho, a solução pode passar por ficar sentado mais perto de quem irá falar mais. Pode também pedir às pessoas que falem de forma mais lenta ou pedir informações por escrito. A terapia da fala também pode ser uma ajuda.

Fotos: Shutterstock

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Artigo de
Bruno Seruca

17-02-2025



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