Uma arma importante no combate contra o cancro pode estar num comprimido barato que todos temos em casa. Quem o defende é uma equipa de cientistas da Universidade de Cambdridge, no Reino Unido, que aponta a aspirina, o famoso analgésico, como capaz de impedir a propagação da doença. Esta conclusão resulta depois de terem sido feitos testes em animais. Com os resultados a mostrarem que o medicamento aumentou a capacidade de reação do sistema imunológico.
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Os investigadores responsáveis pelo estudo não escondem que a descoberta tem tanto de emocionante como de surpreendente. Ainda assim, existem mais dados a ter em conta. Diversos estudos associam a toma da aspirina a alguns riscos. O que faz com que estejam a decorrer estudo para tentar perceber quais os doentes que mais podem beneficiar com o medicamento. Ainda assim, um estudo com mais de uma década já tinha dado conta de que a toma diária de aspirina estava relacionada com uma maior probabilidade de sobreviver em caso de diagnóstico de cancro.
Como funciona a aspirina na luta contra o cancro
Um artigo publicado pela BBC revela qual o papel da aspirina na luta contra o cancro. Quando uma célula se separa do tumor original acaba por se espalhar no corpo. Este processo é chamado de metástase e provoca a maioria das mortes por cancro. Quando isto acontece são as células T (glóbulos brancos) que tentam atacar e destruir o cancro enquanto este se tenta espalhar. O estudo revela que as plaquetas, que por norma param o sangramento, acabam por suprimir as células T, o que faz com que seja mais complicado atacar o cancro. O efeito da aspirina passa por desregular as plaquetas. Que assim deixam de ter influência nas células T, que podem combater o cancro com maior eficiência.
“O que descobrimos é que a aspirina pode funcionar, surpreendentemente, libertando o poder do sistema imunológico de reconhecer e matar células cancerígenas metastatizantes”, explica o professor Rahul Roychoudhuri, da Universidade de Cambridge, à BBC. Um dos autores do estudo defende que a aspirina terá melhor efeito em cancros detetados de forma precoce.
Isto significa que as pessoas devem começar a tomar aspirina?
O estudo, que está a dar muito que falar, está a suscitar uma dúvida. Afinal, os doentes com cancro devem começar já a tomar aspirina? “Se é um paciente com cancro, não corra até à farmácia para comprar aspirina, mas considere ativamente participar em ensaios clínicos com aspirina que estejam a decorrer ou futuros”, defende o cirurgião e investigador Mangesh Thorat à mesma publicação.
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