Existem pessoas que passam o dia inteiro a ouvir música. Fazem-no com auscultadores no caminho para o trabalho. Em alguns casos ouvem durante o horário de expediente. Repetem o mesmo no regresso a casa e até no ginásio, só para dar alguns exemplos. O que nos leva a uma questão que acaba por ser muito comum: Passar o dia a ouvir música faz mal? A resposta não é tão fácil como um simples sim ou não.
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Cantora mordida por morcego durante concerto
Primeiro ponto a destacar. A música não é tão má como alguma da fama que tem faz parecer. Salienta o Study Finds que a música pode ajudar durante os estudos, na realização de projetos escolares e até enquanto se faz, por exemplo, os trabalho de casa. Ou seja, pode ser uma forma de se focar e até de ficar motivado. Mas isto também não é uma fórmula matemática. Ou seja, pode funcionar com uns e não ser eficaz com outros. Depois, é importante destacar que existem tipos de música com diferentes efeitos. Estudos salientam que música de fundo familiar ou instrumental acabam por interferir menos em tarefas como estudar com que músicas com letras que não conhece.
Música instrumental também atrapalha menos coisas como ler e tarefas que obrigam a memória verbal e visual. Isto em comparação com música com letra. Outro estudo salienta que a música suave e rápida acaba por ter um impacto positivo na aprendizagem. Ao invés que a música alta e rápida, alta e lenta ou suave e lentam acabam por prejudicar. Por sua vez, música animada com ritmo alto pode ser uma ajuda em algo que precise de movimento e motivação. Como é o caso de fazer exercício físico ou limpar a casa. De realçar ainda que quando mais complicada for a tarefa, maior é a probabilidade de a música ser uma distração.
Volume, exposição e proximidade do som
Mas existe outro detalhe que nem sempre é algo de discussão entre as pessoas e que tem a ver com o volume. Independentemente de ser auscultadores ou não, um volume muito alto pode dar origem a danos na audição, como a perda auditiva. E este não é um cenário assim tão incomum. Salienta o mesmo site que o volume exagerado tem poder para destruir pequenas e delicadas estruturas que existem no ouvido interno e que se assemelham a pelos. Sendo que estas têm um papel importante na audição. É importante salientar que algumas partes dos ouvido consegue recuperar. Já o ouvido interno não o consegue fazer sozinho.
O perigo para a audição está relacionado com três aspetos: volume, tempo exposto ao som e proximidade do mesmo. Sons abaixo de 70 decibéis são seguros. Para ter uma ideia, uma conversa costuma ter um som que ronda os 60 decibéis. Já o trânsito da cidade é de 80. Cortadores de relva já estão nos 95 e um concerto de rock pode ir aos 120. Já um espetáculo de fogo de artifícios atinge os 140. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, podemos ouvir um som de 75 decibéis 40 horas por semana. Se for de 89, desce para uma hora e meia. Existem sinais que alertam para uma exposição perigosa. Como é o caso de zumbidos nos ouvidos e a incapacidade de conseguir conversar a um metro de distância.
O que fazer para estar seguro?
Só falta mesmo saber o que fazer para ficar seguro. Pode começar por recorrer a aplicações que meçam o nível de som do ambiente em que está inserido. Caso ouça música através de colunas, a aplicação pode alertar para um volume demasiado exagerado. Com auscultadores nunca deverá passar dos 60% do som permitido pelo gadget. O Study Finds partilha ainda um truque para perceber se a música está muito alta. Caso uma pessoa esteja a um braço de distância e consiga ouvir a música que sai pelos seus auscultadores, é sinal de que está muito alta. Opte por auscultadores ou earbuds com cancelamento de ruído. Pode ainda usar protetores auriculares descartáveis quando estiver perto de sons mais altos. Como é o caso de concertos, fogos de artifício ou cortadores de relva. Não se esqueça de respeitar o tempo de audição.
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