Ricardo Alves: “É um orgulho poder ter o Sporting interessado em mim”

Ricardo Alves: “É um orgulho poder ter o Sporting interessado em mim”

Entrevistas

Ricardo Alves: “É um orgulho poder ter o Sporting interessado em mim”

Formado no FC Porto, este médio ofensivo é uma das grandes figuras do Olimpija Ljubljana, líder da Liga eslovena, a duas jornadas do fim.

Artigo de André Cruz Martins

24-05-2018

Ricardo Alves, médio ofensivo português de 25 anos, é uma das grandes figuras do Olimpija Ljubljana, líder da Liga eslovena a duas jornadas do fim. A cumprir a terceira temporada no clube, poderá estar perto de voltar a saborear a conquista do título, repetindo o feito da época de estreia.

Formado no FC Porto, este médio centro tecnicista exímio na execução de bolas paradas não esconde o orgulho por ter sido associado ao Sporting e confessa que tem o sonho de chegar à seleção A, embora reconheça que para o concretizar terá de se mudar para um campeonato com outra visibilidade.

Enquanto isso não acontece, vai continuando na capital eslovena, cidade onde adora viver e onde goza de grande estabilidade.

O Olimpija Ljubljana lidera a Liga eslovena a duas jornadas do fim. Preparado para mais uma festa de campeão?
Está tudo a correr muito bem, na última jornada passámos para a frente do campeonato, ultrapassando o Maribor, depois de irmos ganhar por 3-2 a casa deles. No entanto, ainda faltam dois jogos e por isso é cedo para festejar. Por outro lado, estamos ainda na final da Taça da Eslovénia, em que iremos defrontar o NK Aluminij.

Cumpre a terceira temporada no Olimpija Ljubliana e já foi campeão em 2015/16. Como foi a festa? 
Bem, a verdade é que ser campeão é sempre motivo de uma festa vivida com grande intensidade, seja em que país for. Aqui não foi exceção, até porque o clube não era campeão nacional há mais de 20 anos, mas sinceramente não me parece que tenha havido mais loucura do que quando algum clube é campeão em Portugal. Houve aquelas coisas normais, invasões de campo e quererem o equipamento dos jogadores.

Como sabe, em Portugal não seguimos a Liga eslovena com grande atenção. O que nos pode dizer sobre a competição?
É um campeonato que não é tão competitivo como o português, mas tem jogadores de qualidade, internacionais pela Eslovénia e por outros países aqui à volta.

Esperava ter dez golos marcados nesta altura da época?
Estou a jogar mais à frente no meio campo, como numero 10 e as coisas têm-me saído bem. Sinceramente, não esperava chegar aos dez golos, mas também no início da época não diria que iria jogar numa posição tão adiantada. Mas tudo isto é fruto excelente trabalho coletivo da nossa equipa.

Como é a sua vida em Ljubliana? Gosta de viver na capital da Eslovénia?
Tenho uma vida muito tranquila e adoro viver em Ljubliana, uma cidade pacífica à qual me adaptei com facilidade. Não é muito grande e é muito bonita, com um rio que percorre toda a cidade. Faz-me lembrar o Porto.

Está sozinho ou acompanhado da família?
Estou aqui com a minha mulher, o que naturalmente me ajuda muito, pois permite-me chegar a casa e desabafar, falando a minha língua. Quem também me tem ajudado muito é o Lupeta, que também joga na Eslovénia, ao serviço do Celje. Fomos colegas no FC Porto e estamos muitas vezes juntos.

“Eles aqui dizem que as eslovenas são feias e que as sérvias é que são bonitas”

Como é a comida em Ljubliana?
Eu e a minha mulher gostamos muito. Não diria que é à base de “fast food”, mas há muitas pizzas e hambúrgueres.

Há alguma caraterística especial do povo esloveno que queira destacar?
Nós em Portugal gostamos muito de feriados e de fazer pontes, mas aqui é inacreditável, nunca tinha visto nada assim. Imaginando que o feriado é a uma quinta-feira, eles para além de porem ponte na sexta-feira colocam também um dia de férias na quarta-feira. O mais curioso é que depois ficam serviços importantes fechados, como por exemplo, supermercados.

As eslovenas têm fama de serem bonitas. Confirma?
Onde é que ouviu isso? (risos) Aliás, quem me vem visitar até sai daqui com uma opinião contrária. Os próprios eslovenos dizem que as eslovenas são feias e que as sérvias é que são bonitas.

Cumpriu a maior parte da sua formação no FC Porto. Que recordações tem do clube?
As melhores possíveis. Estou muito grato por tudo o que o FC Porto fez por mim, pois formou-me como jogador e como homem.

Há algumas semanas surgiram notícias a respeito do interesse do Sporting nos seus serviços. Chegou-lhe alguma proposta concreta às mãos?
Isso é uma questão para ser tratada pelo meu representante. Só estou focado em trabalhar e terminar a época da melhor forma. Mas claro que é um motivo de orgulho saber que o Sporting pode estar interessado em mim.

O facto de ter jogado no FC Porto fará com que pense duas vezes antes de aceitar um convite do Sporting?
Não, não… tive muito orgulho em representar o FC Porto, mas sou profissional.

Esteve presente no Campeonato do Mundo de sub-20 da Turquia, em 2013. Considera que foi o momento mais alto da sua carreira?
Sim, sem dúvida, é um marco para qualquer jogador jogar um Mundial. Vamos ver se conseguirei chegar à seleção A, é um sonho que tenho e que espero concretizar, embora tenha noção de que será mais fácil quando jogar numa Liga com mais visibilidade.

Tem algum jogador como referência?
O Cristiano Ronaldo é o meu ídolo, pois é um exemplo de vida e de superação e para além do talento que tem nunca se cansa de trabalhar para ser o melhor. Também gosto muito do estilo de jogo do Lucho González, que atua numa posição do terreno mais próxima da minha, e aprecio o Ricardo Quaresma, pela sua irreverência.

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Artigo de
André Cruz Martins

24-05-2018



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