Existe um antes e um depois na vida de Mara Spínola. E o ano que separa os dois momentos é o de 2012, altura em que a madeirense entrou na Casa dos Segredos, reality show da TVI no qual conquistou o segundo lugar. Agora, mais de uma década depois, garante que não voltava a entrar em mais nenhum formato semelhante. Se pudesse, o segredo que daria à Mara daquela época era que nunca se apaixonasse. Em conversa com o paraeles assume que é sempre bom receber elogios – algo que acontece em abundância quando partilha imagens nas redes sociais – e não esconde a saudade de fazer produções fotográficas. Prepare-se para uma viagem no tempo, viaje até ao passado de Mara Spínola e saiba o que anda a fazer uma das madeirenses mais famosas de Portugal.
Vamos começar por recuar até 2012. O que te levou a concorrer à Casa dos Segredos?
Na verdade, foi a minha irmã que se inscreveu, às escondidas de todos. Eu não sabia de nada. Quando a equipa descobriu que a Petra tinha uma gémea, a Endemol pediu-me para preencher o questionário para inscrever-me na Casa dos Segredos.
Houve então incentivo da tua irmã…
Foi principalmente a minha irmã que me incentivou a inscrever, pois entrar num reality show não estava nos meus planos.
“Entrar num reality show não estava nos meus planos”
Ainda te recordas da reação quando soubeste que tinhas sido escolhida para entrar?
Eu estava sempre na incerteza, porque a Endemol lembrava-nos sempre que podíamos ser apenas suplentes. Só acreditei que ia entrar, no momento que estava atrás da cortina para entrar na casa dos segredos. Ainda me lembro do friozinho que deu na barriga.
“A Mara tem 25 anos, é madeirense e vem do Funchal. Trabalha numa empresa de observação de baleias. É tímida e reservada. Adora fotografia e um dos seus sonhos é seguir carreira como modelo fotográfico. Quer participar na Casa dos Segredos para dar um novo rumo à sua vida” é a tua apresentação na Casa dos Segredos. Qual a sensação de ler isto?
A sensação de ler isto é uma sensação de nostalogia. O tempo não volta atrás, mas amei cada segundo (risos).
Que balanço fazes do momento em que passas a estar fechada numa casa praticamente sem privacidade?
Quando entrei na casa estava por tudo, alinhei no jogo e passado um tempo já nem estava a prestar a atenção que estava a ser filmada 24 horas sete dias por semana.
Existem alguns clichés associados aos reality shows, como é o caso da frase “só quem está lá dentro é que sabe”. É mesmo assim? É uma experiência complicada de explicar a quem nunca viveu algo semelhante?
Confirmo, é uma experiência única. Senti que estava a viver um jogo durante meses numa comunidade. Eu diverti-me muito!
A participação no reality show correspondeu com o que tinhas perspetivado?
Até mais do que eu estava à espera. Nem sabia que depois surgiam grupos de fãs.
“Talvez se fosse mais ‘espalhafatosa’ poderia estar em primeiro lugar”
Ficaste em segundo lugar. O que achas que faltou para seres tu a ganhar?
Talvez se fosse mais “espalhafatosa” poderia estar em primeiro lugar (risos). Fiquei contente na mesma com o segundo lugar, foi o que tinha de ser.
Entras anónima na Casa dos Segredos e sais como famosa. Como foi esta transição? Foi fácil lidar com o mediatismo?
Foi difícil no início, porque uma vez descobriram onde vivia e seguiam-me até casa, tocavam à campainha e fugiam. Pediam-me para tirar fotos, era no talho , era no supermercado ao lado do papel higiénico, o que interessava era tirar a selfie fosse onde fosse. Eram os cochichos quando chegava a algum lado. Felizmente esses tempos já foram!
Qual o aspeto mais negativo que a fama te trouxe?
Ser rotulada de concorrente de reality show, pois tem uma conotação negativa. E a falta de privacidade, pois sentia que estava sempre a ser observada.
“Ser rotulada de concorrente de reality show tem uma conotação negativa”
O rótulo “concorrente de reality show” atrapalhou-te no regresso à vida normal?
Eu penso que em algum momento da minha vida pós reality show, teve influência a nível profissional, devido ao rótulo que se cria. Mas agradeço a todos os nãos recebidos, pois levaram-me até aqui, à vida que tenho hoje e sou muito grata.
E o mais positivo?
A experiência de viver um reality show, as amizades que criei e que ficaram.
Hoje em dia tens um emprego normal, como qualquer outra pessoa. As pessoas reconhecem-te e metem-se contigo?
Sim, às vezes reconhecem-me e falam comigo. Outros nem tanto.
Outra coisa que acabou por chegar com o reality show foi o facto de a tua beleza ser muito elogiada a grande escala, algo que ainda acontece nos dias que correm. Como é lidar com tantos elogios?
É sempre bom receber elogios (risos).
“Não compensa a nível de saúde mental, nem financeiro”
Voltavas a entrar num reality show?
Já cheguei a entrar no Desafio Final e foi o suficiente para mim. Se fosse hoje em dia, não entrava. Não compensa a nível de saúde mental, nem financeiro.
Olhando para a Mara de 2012, que se inscreve num reality show, quais as diferenças que encontras para a mulher que és hoje?
Sou uma mulher mais corajosa , mais independente e mais madura.
“Não te apaixones”
E que conselhos davas à Mara de 2012 que está prestes a entrar num programa de grande audiência?
“Não te apaixones!”. É um conselho que devia levar para a vida.
Do que sentes mais saudades da Madeira?
Sinto muitas saudades da familia, dos amigos, da gastronomia e do clima.
Como imaginas o teu futuro para os próximos cinco anos? O que esperas alcançar, a nível profissional e pessoal, até lá?
Somente quero olhar para trás e pensar que alcancei todos os meus objetivos, tais como continuar na área que estou, pois adoro a área de medicina e cirurgia estética. A nível profissional, sinto-me realizada, atualmente trabalho como consultora de cirurgia estética na clínica Lusoespanhola, onde ajudo as pacientes com todas as questões que têm sobre cirurgias e tratamentos estéticos e organizo as cirurgias estéticas. E por último, fazer mais trabalhos fotográficos, pois ultimamente tem sido impossível fazê-lo, porque não tenho tido muito tempo.