Zé Paulo, médio brasileiro de 24 anos do Leixões, saltou para a ribalta com o grande golo que marcou ao FC Porto nos quartos de final da Taça de Portugal, obrigando os dragões a disputar um prolongamento em casa da equipa da II Liga. É certo que os campeões nacionais acabaram por vencer, graças a um golo de Hernâni, mas tiveram de suar bastante, muito por culpa de Zé Paulo, cuja entrada em campo revolucionou o jogo.
O médio substituiu André Ceitil aos 71 minutos e seis minutos depois empatou a partida, através de um excelente remate de fora da área, ao canto inferior esquerdo da baliza de Fabiano. “Deus abençoou-me com este golo e fiquei feliz por ter marcado, mas trocaria o golo pela vitória. E também fiquei feliz por assistir a este ambiente dos nossos adeptos, foi de arrepiar”, afirmou no final do jogo.
Desentendeu-se com João Alves na Académica
Foi só a 15 de dezembro que Zé Paulo passou a representar o Leixões, proveniente da Académica. E a saída da “Briosa” não foi nada pacífica, tendo-se ficado a dever a problemas disciplinares. Insatisfeito com uma ação do futebolista no treino de 16 de novembro, o técnico João Alves expulsou-o da sessão, ao que se seguiu uma troca de palavras entre ambos.
Se até então Zé Paulo alternava a titularidade com o banco, a partir desse fatídico momento deixou de ser opção para o “Luvas Pretas” e nunca mais representou a Académica, tendo assinado pelo Leixões a 15 de dezembro, somando dois jogos como titular e outros dois como suplente utilizado ao serviço do emblema de Matosinhos.
Problemas começaram aos 16 anos
Este caso ocorrido na Académica esteve longe de ser caso isolado, pois a carreira desportiva de Zé Paulo tem sido constituída por uma série de problemas disciplinares. Logo aos 16 anos, foi dispensado pelo Cruzeiro devido a mau comportamento, tendo prosseguido a carreira no Corinthians, onde não teve sucesso, tirando um curto período em 2014, com apenas 20 anos, em que foi titular sob o comando de Mano Menezes.
Em 2015, o Bragantino justificou a sua saída e regresso ao Corinthians (clube a que estava vinculado) por má conduta profissional. Tudo devido às festas que alegadamente realizava no condomínio onde vivia, que apresentou queixa ao Bragantino. “Enviámos uma carta ao clube por causa de barulho e desacatos com um funcionário. Os vigilantes do prédio foram bater à porta de sua casa e Zé Paulo usou palavras de baixo calão”, explicou ao “Globoesporte” um dos responsáveis pela residencial, que relatou ainda várias reclamações dos vizinhos, devido ao muito barulho proveniente da casa do jogador.
Mais problemas e vinda para Portugal
Na sua curta passagem de três meses pelo Bragantino, realizou apenas três jogos. “Ele chegou ao clube sem vontade alguma. É um jogador com talento, com qualidade, mas que deu muitos problemas. Faz muitas festinhas”, explicou uma fonte do clube ao “Globoesporte”. Em 2015, já depois da má experiência no Bragantino, foi cedido ao Atlético Paranaense e a história repetiu-se: apenas três jogos realizados e mais problemas disciplinares. Em janeiro de 2015, foi emprestado pelo Corinthians ao Rio Ave, mas só disputou cinco partidas até ao final dessa temporada.
Felicidade em Viseu
O Académico de Viseu acabou por ser o único clube onde Zé Paulo jogou com regularidade e onde não teve comportamentos desviantes, pelo menos que sejam do conhecimento público. Representou o clube beirão em 2016/17 e 2017/18 (já sem vínculo com o Corinthians) e com números de respeito: 36 jogos, com nove golos apontados, na primeira época; 34 encontros e quatro golos na temporada seguinte. Acabou por despertar o interesse da Académica, equipa que apostava forte no regresso à I Liga, mas como já vimos, a experiência não correu nada bem. Será o Leixões a última oportunidade para Zé Paulo conseguir mostrar o grande talento que possui e afastar a imagem de rebelde
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