Wijnaldum, o novo Beatle de Liverpool que nunca gostou de futebol e que é jogador por causa da avó

Wijnaldum, o novo Beatle de Liverpool que nunca gostou de futebol e que é jogador por causa da avó

Desporto

Wijnaldum, o novo Beatle de Liverpool que nunca gostou de futebol e que é jogador por causa da avó

Em criança, o jogador holandês sonhava ser ginasta acrobata e nem sequer via jogos de futebol. Aquilo que é hoje, deve-o à avó, com quem viveu até aos 18 anos.

Artigo de Bruno Seruca

08-05-2019

Paul McCartney, John Lennon, Ringo Starr, George Harrison e agora, Georginio Wijnaldum. Liverpool ganhou um novo Beatle depois de o jogador holandês, de 28 anos, ter sido decisivo na histórica eliminação do Barcelona da Liga dos Campeões. Após ter perdido 3-0 em Espanha, os reds golearam os catalães por 4-0, com Wijnaldum a saltar do banco ao intervalo para marcar dois golos.

 

 

“Inacreditável. Depois do jogo em Espanha, estávamos confiantes de que poderíamos marcar quatro golos em casa. Mais uma vez mostramos que tudo é possível no futebol. Fiquei zangado com o treinador que me colocou no banco, mas tive que fazer algo para ajudar a equipa quando entrei. Acreditamos desde o início. As pessoas de fora achavam que não era possível, mas conseguimos”, disse o jogador no final da partida.

Em pequeno, Wijnaldum queria ser ginasta acrobata

E se hoje é um herói em Liverpool, Gini Wijnaldum poderia ter passado ao lado da carreira de jogador. Até porque em criança não gostava de futebol e nem lhe passava pela cabeça ter uma carreira no desporto rei. O holandês não jogava futebol nem via jogos na televisão. Aquilo que queria mesmo era ser um ginasta acrobata.

Até ao dia em que foi ver um jogo do Sparta Roterdão. E aí tudo mudou! Entrou para as equipas de formação do clube holandês e começou a ganhar encanto pelo futebol. Passou sete anos no clube e ainda em idade de formação mudou-se para o Feyenoord. Com a mudança acreditava atingir um patamar diferente na formação. Começou a dar nas vistas e, em 2011, o PSV comprou o seu passe a troco de 5 milhões de euros.

Semelhança curiosa com Messi

O menino que não jogava nem via futebol transformou-se num craque com o 10 nas costas. Tanto que em 2015 muda-se para Inglaterra. Encantado com o talento do holandês, o Newcastle não hesitou em pagar 20 milhões de euros por Wijnaldum, transformando-se na contratação mais cara do clube. Depois de um jogo brilhante frente ao Liverpool, foi contratado por 27,50 milhões de euros. A transferência deu-se em 2016 e agora já vale 40 milhões de euros. Valor que poderá ser inflacionado após a brilhante exibição frente ao poderoso Barcelona. Ao estilo de Messi, também Wijnaldum tem a mesma namorada desde criança. O jogador e Virginia Braaf estão juntos desde que tinham 12 anos.

O apoio da avó

Todas estas histórias não seriam possíveis se Wijnaldum não tivesse ido ver um jogo do Sparta Roterdão. Mas, e pegando no lema do Liverpool, que é “nunca caminharás sozinho”, o holandês deve muito à avó. Com quem passou a infância depois dos pais se separarem e a quem, como o próprio diz, deve a carreira de jogador.

Na altura em que começou a treinar no Sparta Roterdão, Wijnaldum tinha de fazer uma caminhada de 45 minutos para treinar. Francina, a avó do jogador, acompanhou-o sempre, para garantir que o neto chegava em segurança. No momento da apresentação no PSV, Wijnaldum fez questão que a avó estivesse ao seu lado em todos os momentos. Esta foi mesmo uma exigência do jogador.

“Ela não me levou para o futebol para ser a minha profissão. Era para não estar nas ruas e para não fazer coisas parvas”

 

Em 2015, quando foi eleito o jogador holandês do ano, Wijnaldum surpreendeu os convidados da cerimónia ao estar 20 minutos a falar da avó. “Fiquei com a minha avó até aos 18 anos. Tomou conta de mim e levava-me para a escola e para os treinos”, começou por dizer. “Não éramos pobres, mas também não éramos ricos”, acrescentou. “Não tínhamos carro, por isso usávamos o metro. Só que às vezes tinha treinos às 7 da manhã e não havia metro. E ela caminhava comigo, mesmo no inverno”, revelou.

“Ela não me levou para o futebol para ser a minha profissão. Era para não estar nas ruas e para não fazer coisas parvas. Para fazer algo com a minha vida. Até quando assinei pelo Liverpool ela fez questão de apanhar o avião para estar ao meu lado”, conclui.

Fotos: Reprodução Instagram

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Artigo de
Bruno Seruca

08-05-2019



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