Toni faz revelações inéditas sobre o Sporting-Benfica 3-6, um dos jogos mais marcantes de sempre

Toni faz revelações inéditas sobre o Sporting-Benfica 3-6, um dos jogos mais marcantes de sempre

Desporto

Toni faz revelações inéditas sobre o Sporting-Benfica 3-6, um dos jogos mais marcantes de sempre

Antigo treinador do Benfica fala sobre a decisão de deixar Rui Costa no banco e da divergência de ideias com Jesualdo Ferreira.

Artigo de Bruno Seruca

13-05-2019

Existem jogos que ficam para a história do futebol português. E um deles foi jogado no antigo estádio José Alvalade, a 14 de maio de 1994. Nesse dia o Sporting recebia o Benfica, naquele que era o jogo do título. Os encarnados, então liderados por Toni, lideravam a tabela com mais um ponto do que os leões, treinados por Carlos Queiroz. O Benfica acabou por golear (3-6) naquela que foi a noite perfeita de João Vieira Pinto.

 

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Numa altura em que se assinalam os 25 anos do famoso jogo, Toni faz algumas revelações inéditas sobre o encontro. A principal envolve Rui Costa, então um jovem talento dos encarnados. Que começou o jogo no banco de suplentes, algo que ainda hoje persegue o treinador. “A decisão do Rui é daquelas que mais me marcaram na carreira de treinador (…). E o Rui não me perdoa nunca o facto de nesse dia ter jogado apenas os últimos 20 minutos do jogo”, começa por dizer o treinador, em declarações à agência Lusa.

“O Rui não me perdoa nunca o facto de nesse dia ter jogado apenas os últimos 20 minutos”

Toni explica o motivo que o levou a sacrificar o maestro num jogo que se tornou histórico. O treinador assume que sentiu a necessidade de “equilibrar a equipa”. “Se jogasse com Vítor Paneira, com Rui Costa, e mais os três avançados que tinha, que eram de vocação não muito defensiva, ficava demasiado exposto para um jogo que teria de equilibrar a equipa em termos defensivos”, defende. Esta decisão dá origem a outra revelação. Que envolve Jesualdo Ferreira, então treinador adjunto do Benfica.

“Fizemos uma dupla de sucesso no Benfica”, diz em relação a Jesualdo Ferreira

“O Jesualdo queria o Rui no ‘onze’ e eu argumentava, de uma forma sustentada. Era um trunfo, um joker para jogar. Aqueceu logo quando estava 2-1 [com o Benfica a perder], em termos estratégicos, o jogo podia falar comigo e dar outra nuance”, conta. Rui Costa acabaria por entrar em campo a 19 minutos do fim, altura em que o resultado estava em 2-5. O maestro acabaria por deixar o Benfica no final da época, rumando aos italianos da Fiorentina.

Na conversa com a Lusa, Toni deixa ainda rasgados elogios a Jesualdo Ferreira. “Fizemos uma dupla de sucesso no Benfica (…). Discutíamos na preparação dos jogos e havia divergências em relação a esse jogo, eu ouvia sempre e depois decidia, e não estávamos de acordo nesse dia, como em outros dias, mas sempre com o objetivo de ganhar”, refere.

“Foi muito desgastante para o Benfica, houve mudanças de direção, meses de salários em atraso”

O Benfica acabou por se sagrar campeão nacional depois de um início de época bastante controverso. Em 1993 viveu-se o verão quente do futebol português, com Sousa Cintra a desviar Paulo Sousa e Pacheco da Luz, com os jogadores a rescindirem contrato alegando justa causa. “Foi muito desgastante para o Benfica, houve mudanças de direção, meses de salários em atraso, em que lhes dizia que o Benfica era um clube sério. (…) Ao ganhar esse jogo, eles sabiam, que tinham dado um passo de gigante para serem campeões”, conclui Toni.

Fotos: DR

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Artigo de
Bruno Seruca

13-05-2019



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