Sporting-Benfica: 10 dérbis inesquecíveis na história recente do futebol português

Sporting-Benfica: 10 dérbis inesquecíveis na história recente do futebol português

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Sporting-Benfica: 10 dérbis inesquecíveis na história recente do futebol português

Goleadas, vitórias decisivas, reviravoltas épicas e tragédias têm andado de mãos dadas com o dérbi eterno. Como será este domingo?

Artigo de André Cruz Martins

31-01-2019

Sporting e Benfica jogam este domingo, no Estádio José Alvalade, em partida da 20ª jornada da I Liga. Os encarnados ocupam a segunda posição com cinco pontos de avanço sobre o rival, quarto colocado. Ou seja, um triunfo das águias tornará numa miragem a aspiração leonina de chegar ao segundo lugar, mas uma vitória dos verdes e brancos permitirá a diminuição da distância para dois pontos, isto sem esquecer o Sp. Braga, que parte para esta ronda a apenas um ponto do Benfica.

Sporting e Benfica já se defrontaram por 303 vezes em jogos oficiais, com vantagem dos encarnados, que somam 130 vitórias, contra 108 dos verdes e brancos. Registaram-se ainda 65 empates. Historicamente, o Sporting não tem retirado grande proveito do factor-casa em partidas a contar para o campeonato, somando apenas mais uma vitória que o rival (32 contra 31). A ver vamos o que irá acontecer este domingo. E antes que a bola comece a rolar, nada melhor do que recordar dez dérbis que ninguém esqueceu na história recente.

10. A invasão de membros da Juve Leo

Sporting e Benfica discutiam o segundo lugar na época de 2003/04 e encontravam-se em Alvalade, na penúltima jornada. Era um encontro de crucial importância, pois estavam em jogo os milhões da Liga dos Campeões. O Sporting tinha um ponto de avanço e podia jogar com dois resultados, mas o Benfica acabou por chegar à vitória aos 87’, numa “bomba” de fora da área do brasileiro Giovanni, que Ricardo não conseguiu parar.

Ato contínuo, alguns elementos da Juventude Leonina entraram dentro de campo e só foram travados por José Eduardo Bettencourt, na altura o homem-forte do futebol dos leões, que os convenceu a regressar às bancadas. O Benfica conseguiu segurar o segundo lugar na última jornada, conseguindo acesso direto à Champions.

9. O golo de Sabry que emudeceu Alvalade

Estávamos na penúltima jornada do campeonato da época de 1999/2000 e em caso de vitória na receção ao Benfica, o Sporting seria virtual campeão, quebrando um jejum de 18 anos. O ambiente em Alvalade era de grande euforia e poucos acreditavam que um Benfica que estava no quarto lugar pudesse estragar a festa

O Sporting dominou do início ao fim, mas sem criar muitas oportunidades de golo. E mesmo no final, o egípcio Sabry marcou o único golo, na transformação irrepreensível de um livre direto, emudecendo os adeptos do Sporting, receosos que ainda não fosse desta que chegariam ao título. No entanto, na última jornada, o Sporting não falhou, goleando em casa do Salgueiros por 4-0 e alcançando a tão desejada conquista

8. Super Mário com polémica

O Sporting liderava a classificação à entrada para esta jornada, mas em caso de derrota seria alcançado pelo Boavista. Aos 85 minutos, era esse o cenário mais provável, pois os donos da casa ganhavam por 2-0, tendo começado a construir o resultado com uma grande penalidade muito forçada e contestada pelos sportinguistas, que alegaram não ter havido mão de Beto. Os benfiquistas responderam que não só tinha sido grande penalidade, como o central deveria ter visto o vermelho e não o amarelo.

Os leões reduziram para 2-1 aos 85 minutos, por Jardel, depois do Super Mário se ter atirado para o chão numa disputa de bola com João Manuel Pinto. O mesmo Jardel fez o 2-2 aos 87’ e João Vieira Pinto não deu a vitória aos visitantes por um triz, num fantástico remate de fora da área que tirou tinta a um dos postes da baliza de Enke. Nas semanas seguintes quase não se falou noutra coisa em Portugal que não nesta polémica arbitragem de Duarte Gomes.

7. Os dois autogolos de Beto

Em 1998/99, o dérbi para o campeonato disputado no Estádio José Alvalade teve três golos marcados por jogadores do Sporting, mas o Benfica ganhou por 2-1. O problema para os verdes e brancos é que dois desses golos foram na própria baliza, da autoria do defesa central Beto. Já Delfim acertou na baliza certa, mas só conseguiu reduzir para 1-2.

Jorge Cadete, ex-capitão do Sporting que acabou no eterno rival, garantiu que foi ele a tocar na bola num desses lances, mas a Liga de Clubes considerou que foi mesmo autogolo de Beto. Os velhos rivais estiveram em disputa acesa nesse campeonato até ao final, mas apenas pelo terceiro lugar. O 3-3 em jogo da última jornada, na Luz, permitiu ao Benfica conservar essa posição, com dois pontos de avanço.

6. O dérbi do “limpinho, limpinho”

As análises da imprensa especializada divergiram no que toca às grandes penalidades que ficaram por marcar a favor do Sporting neste jogo disputado na Luz a 21 de abril de 2013. Houve quem falasse em dois, em três e até em quatro lances para falta na área do Benfica que foram ignorados por João Capela.

Quem não concordou que o Benfica tenha sido beneficiado foi o seu treinador, Jorge Jesus, que na conferência de imprensa proclamou o célebre “limpinho, limpinho”. Apesar desta vitória ter permitido ao Benfica continuar a liderar a classificação, os encarnados acabaram por perder o título para o FC Porto, devido ao célebre golo de Kelvin. Já para o Sporting, esta foi uma das dez derrotas no seu pior campeonato de sempre, que terminou num humilhante sétimo lugar.

5. O golo de Luisão que deu o título

O Benfica recebia o Sporting na antepenúltima jornada da época de 2004/05 e as contas eram fáceis de fazer: em caso de triunfo, os encarnados saltavam para a liderança, enquanto que o empate ou a vitória forasteira significavam a manutenção dos leões no primeiro lugar.

As coisas pareciam correr de feição para os visitantes, que conseguiam preservar o nulo até bem perto do final. Até que Luisão subiu mais alto do que o guarda-redes Ricardo e fez o único golo, aos 83 minutos. O guarda-redes continua a jurar que foi carregado, mas em nenhum momento as imagens televisivas sugerem que tenha havido contacto. Aliás, a primeira reação de Ricardo até foi pedir mão do central e só depois surgiu a versão da carga.

O Benfica passou para a frente e manteve a liderança até ao final da prova, enquanto o Sporting acabou por terminar em terceiro, ao perder 2-4 em casa com o Nacional, na última jornada.

4. O dérbi mais triste de todos

Foi o dérbi entre Sporting e Benfica mais triste de toda a história. Em 1995/96, os dois eternos rivais encontraram-se na final da Taça de Portugal e uma vitória na prova-rainha do futebol português era encarada como a salvação da época para ambos os clubes.

Ganharam as águias por 3-1, mas o resultado não interessou para nada, em virtude da morte de Rui Mendes, adepto do Sporting atingido por um very-light atirado por Hugo Inácio, membro dos No Name Boys. Curiosamente, desde este dia horrível, Sporting e Benfica não se voltaram a encontrar na final da Taça. Já lá quase 24 anos e ainda não será desta, pois vão defrontar-se nas meias-finais

3. A incrível reviravolta do Sporting

A 16 de abril de 2008, Sporting e Benfica encontraram-se nas meias-finais da Taça de Portugal, que na altura ainda se disputavam a uma só mão. Os encarnados estavam em crise e eram treinados de forma interina por Fernando Chalana, mas a verdade é que ao intervalo ganhavam por 2-0.

Foi depois de um remate ao poste de João Moutinho, aos 68 minutos, que os leões deram um grito de revolta. Marcaram cinco golos nos minutos finais, por Yannick (2), Liedson, Derlei e Vukcevic, com o Benfica a responder apenas através de Cristian Rodríguez. O Sporting acabou por ganhar a final da Taça de Portugal, ao derrotar na final o FC Porto por 2-0, com um bis do improvável Rodrigo Tiuí.

2. O inesquecível 7-1

O Benfica visitava Alvalade na liderança do campeonato e possivelmente ninguém acreditaria que nesta tarde cinzenta de 14 de dezembro de 1986 viesse a ser estabelecida a maior goleada nos jogos entre os eternos rivais.

Foi o jogo de maior glória para Manuel Fernandes, que esteve insuperável e conseguiu um poker. Entretanto, com o avolumar do resultado, vários adeptos benfiquistas, em fúria, queimaram cachecóis e bandeiras do seu próprio clube e até cartões de sócio.

Anos mais tarde, alguns jogadores do Benfica confessaram que se o jogo tivesse demorado mais alguns minutos o Sporting teria chegado à dezena de golos na baliza de Silvino. Os sportinguistas ainda hoje falam neste jogo com grande orgulho, mas os benfiquistas podem sempre responder que no final da época foi o seu clube a ser campeão.

1. A noite em que João Vieira Pinto “ganhou sozinho”

O Sporting partia atrás do Benfica à entrada para a 30ª jornada do campeonato nacional de 1993/94, mas em caso de vitória em Alvalade passaria para a frente, com apenas quatro jogos por disputar.

Havia um ambiente de grande confiança entre os sportinguistas, em virtude do melhor momento de forma da sua equipa. E o otimismo aumentou nas hostes verdes e brancas quando Cadete adiantou os leões logo aos 8 minutos. Pouco depois, João Vieira Pinto empatou para os visitantes com um grande golo, mas logo de seguida Figo recolocou os leões em vantagem e Alvalade respondeu com euforia.

Foi então que o génio de João Vieira Pinto voltou a entrar em cena, com dois golos fabulosos que colocaram o Benfica na frente ainda antes do intervalo. Ao intervalo, Pacheco entrou para o lugar de Paulo Torres, numa opção arriscada de Carlos Queiroz, treinador dos verdes e brancos. O Benfica aproveitou a avenida e chegou a um escandaloso 6-2, com dois golos de Isaías e um de Hélder. O máximo que o Sporting conseguiu foi reduzir para 3-6, numa grande penalidade cobrada por Balakov. O Benfica ampliou a vantagem na classificação e, como seria de esperar, não deixou escapar o título, enquanto o Sporting aumentou para 12 os anos de jejum.

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31-01-2019



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