Não é comum um treinador ter mais protagonismo do que os jogadores da equipa que treina. Muito menos num campeonato tão mediático como a Premier League. E quando falamos do campeonato inglês, que muitos consideram o melhor do mundo, apenas José Mourinho, Pep Guardiola e Jürgen Klopp conseguem estar num patamar mediático superior às estrelas que treinam. O que faz com que o feito de Carlos Carvalhal tenha um destaque ainda maior. O treinador português, de 52 anos de idade, foi contratado para salvar o modesto Swansea da descida de divisão. Além de estar a corresponder às expetativas, Carlos Carvalhal já se transformou numa estrela que conquistou os ingleses.
Pastéis de nata na conferência de imprensa.
E o episódio mais recente está diretamente ligado a Portugal. Tudo aconteceu durante a conferência de imprensa de antevisão do jogo de sábado que irá opor o Swansea ao Burnley. Carlos Carvalhal surpreendeu os jornalistas ao aparecer na sala com uma travessa cheia de pastéis de nata. Antes de discutir a tática e o jogo frente ao sétimo classificado, o treinador português adocicou a boca dos jornalistas com um tradicional doce português. Feito que o Swansea partilhou nas redes sociais. Ao seu estilo, e quando questionado sobre a proveniência dos Pastéis de Nata, Carlos Carvalhal disse que tinha sido o próprio a faze-los.
No âmbito desportivo, tudo corre bem a Carlos Carvalhal. Os swans eram os últimos classificados e agora já podem respirar um pouco melhor, estando acima da linha de água. A equipa do treinador português já conseguiu derrotar adversários poderosos, como é o caso do Liverpool e Arsenal. Pelo meio, o treinador português também se tem destacado pelas tiradas brilhantes que partilha com os jornalistas.
Carros Fórmula 1 no trânsito de Londres e dados móveis.
Por exemplo, depois de ter derrotado o poderoso Liverpool, Carlos Carvalhal revelou aos jornalistas aquilo que tinha dito aos jogadores. «Disse aos meus jogadores que o Liverpool é uma equipa forte, como um carro de Fórmula 1. Se colocarmos um carro desses no trânsito de Londres às quatro da tarde, o carro não vai andar depressa. Foi o que fizemos. Disse aos meus jogadores para os deixarem jogar de uma forma de que não gostam», partilhou.
A este momento junta-se outros, que diz respeito aos dados móveis. «Vocês não fazem ideia a quantidade de horas que eu e o meu staff passamos a analisar os adversários. Eu chego ao clube às oito da manhã e saio às seis da tarde, e ainda vou para casa preparar os jogos. Como a internet de minha casa é lenta, eu não conseguia trabalhar e observar adversários. Tinha de utilizar os dados 4G. O clube avisou-me e disse-me: ‘hei, estás a usar demasiado 4G!’. Eu respondi que tinha de trabalhar! É verdade que a conta foi alta, mas o problema é que a internet em minha casa é muito lenta e eu tenho muito trabalho para fazer», disse aos jornalistas. E se Carlos Carvalhal tem falado connosco, teríamos partilhado esta solução para poupar dados móveis.
Sardinhas, lagosta e hospitais.
O popular treinador português também já falou de lagosta e de sardinhas, quando abordava o mercado de transferências de inverno. «Temos dinheiro para sardinhas e estou a pensar em lagosta. Vou fazer o meu melhor para trazer os melhores jogadores. Vou olhar para as lagostas e robalos, mas se não conseguirmos, temos de comprar sardinhas. Mas, às vezes, as sardinhas podem ganhar os jogos», explicou. Da comida saltamos para o hospital, em mais uma divertida analogia de Carlos Carvalhal. «Antes estávamos a receber visitas no hospital. Agora estamos quase a poder sair. O médico está quase a dar-nos alta», referiu depois da vitória sobre o Arsenal.