A final do Euro 2020 colocou frente-a-frente Itália e Inglaterra. Neste artigo iremos fazer uma retrospetiva do trajeto das equipas até ao jogo da final, do que estava em jogo nesta final.
Final do Euro 2020
Revemos agora os resultados e o que aconteceu em cada partida da jornada, desde a fase de grupos até ao jogo da final para ambos os finalistas.
Itália
Fase de Grupos
Turquia 0-3 Itália (Roma)
· Primeira-parte: A Itália dominou desde o primeiro minuto, remetendo os turcos à defesa. Apesar da vontade demonstrada de chegar ao golo, não conseguiram marcar.
· Segunda-parte: O ímpeto italiano continuava e a Turquia só conseguiu segurar o nulo até aos 53 minutos, momento em que Demiral marcou autogolo. A Turquia não conseguiu responder e a Itália continuava com o pé no acelerador. Immobile e Insigne dilatam a vantagem aos 66 e 79 minutos, respetivamente.
· Um triunfo tranquilo perante uma Turquia que não conseguiu explorar o contra-ataque e raramente assustou.
Itália 3-0 Suíça (Roma)
· Primeira-parte: a Itália pressionou a Suíça e conseguiu chegar ao golo aos 25 minutos, por Locatelli.
· Segunda-parte: Locatelli bisa aos 52 minutos e Immobile fecha a contagem aos 89.
· Os italianos foram muito superiores aos suíços, que raramente ameaçaram, e já garantiram um lugar na fase a eliminar.
Itália 1-0 País de Gales (Roma)
· Primeira-parte: a Itália já tinha rondado a área adversária várias vezes, quando o País de Gales chegou pela primeira vez à área italiana, já depois dos 20 minutos. Pessina marcou o único golo da partida aos 39 minutos.
· Segunda-parte: aos 55 minutos Ampadu é expulso. Daí em diante a missão dos galeses passou a ser evitar uma derrota pesada.
· Apesar do domínio da Itália quase por completo, ficou-se pelo 1-0.
A Itália jogou os três jogos em casa e obteve três vitórias, totalizando 9 pontos, e ficou no 1º lugar do Grupo A.
Oitavos-de-final
Itália 2-1 Áustria (ap) (Londres)
· Primeira-parte: a Itália esteve bem e enviou uma bola ao ferro, mas a Áustria não se limitou a defender.
· Segunda-parte: a Itália perdeu fulgor e chegou a sofrer um golo, que foi anulado.
· Prolongamento: Chiesa abriu o marcador aos 95 minutos e Pessina aumentou a vantagem aos 105. A Áustria não baixou os braços e ainda reduziu a desvantagem aos 114 por Kalajdzic.
· 120 minutos de grande emoção, com a Áustria a não facilitar.
Quartos-de-final
Bélgica 1-2 Itália (Munique)
· Primeira-parte: a partida começou com a Bélgica a deixar alguns avisos, mas foi a Itália a primeira a marcar, aos 13 minutos, no entanto o golo foi anulado. O jogo estava dividido, mas os italianos acabaram por efetivar a inauguração do marcador, por Barella aos 31 minutos. A Itália cresceu na partida e voltou a marcar, por Insigne aos 44 minutos. Contudo, no último lance antes do intervalo, aos 45+2 minutos, Lukaku reduz a desvantagem através de penálti e manteve tudo em aberto.
Segunda-parte: Começou com a Itália a pressionar a Bélgica, à procura do terceiro golo. A Bélgica foi respondendo e teve algumas oportunidades, incluive uma bola ao poste. Com o resultado a seu favor, a Itália ia colocando “gelo” na partida para resistir à pressão final belga.
· A Itália levou a melhor, apesar da Bélgica ter deixado tudo em campo para chegar ao empate.
Meias-finais
Itália 1-1- Espanha (ap, Itália vence por 4-2 nos penáltis) (Londres)
· Primeira-parte: A Itália entrou bem, mas, entretanto, a Espanha começou a assumir o controlo no meio-campo. Mesmo com mais posse, a Espanha tinha dificuldades em entrar no último terço italiano e o ataque da Itália ia causando calafrios à defesa espanhola, chegando mesmo a enviar uma bola à trave aos 45 minutos. Tirando isso, houve pouca animação.
· Segunda-parte: o reinício da partida trouxe as equipas mais mexidas, com o perigo a rondar as duas balizas. Chiesa adiantou a Itália aos 60 minutos. Acentuou-se a pressão da equipa espanhola para chegar ao empate e acabaria mesmo por consegui-lo aos 80 minutos.
· Prolongamento: na primeira parte do tempo extra foi a Espanha que esteve melhor. A Itália respondeu na segunda parte e chegou a marcar, mas estava em posição irregular.
· Penáltis: os italianos foram os primeiros a falhar, por Locatelli, mas Olmo também falhou no penálti seguinte. Mais à frente, Donnarumma defendeu a tentativa de Morata e Jorginho converteu o penálti final. A Itália venceu por 4-2 nos penáltis.
Inglaterra
Fase de Grupos
Inglaterra 1-0 Croácia (Londres)
· Primeira-parte: os ingleses entraram muito bem na partida e aos 6 minutos Foden acerta no poste. Os croatas estiveram encostados à sua grande área nos primeiros 15 minutos e, a partir daí, reagiram e equilibraram as operações. A primeira parte acabou por não ter muito mais oportunidades de golo.
· Segunda-parte: nos primeiros 10 minutos a Inglaterra teve mais posse de bola, mas sem colocar profundidade. A Croácia estava por cima no jogo, mas acabou por ser a Inglaterra a chegar ao golo aos 57 minutos. A Croácia tentou reagir, mas a Inglaterra controlou a posse de bola longe da sua área nos minutos finais.
· A Croácia não foi capaz de verdadeiramente ameaçar a baliza inglesa.
Inglaterra 0-0 Escócia (Londres)
· Primeira-parte: apesar de a Inglaterra ter dominado a posse de bola, existiram grandes oportunidades para ambos os lados, incluindo um remate ao poste pela Inglaterra aos 10 minutos.
· Segunda-parte: as equipas jogaram de igual para igual, com a Inglaterra a chegar com perigo mas sem acertar na baliza e a Escócia a lutar por todas as bolas. Com os minutos a passar, a Inglaterra ficou mais inquieta e os escoceses tentaram aproveitar. Aos 62 minutos um cabeceamento em cima da linha de golo evita o golo escocês. Southgate mexeu na equipa mas continuavam com dificuldades em rematar à baliza. A Escócia conseguiu chegar à baliza adversária, mas não conseguiu concretizar. Nos últimos minutos houve uma grande confusão na área escocesa e quase deu a vitória a Inglaterra.
· Oportunidades para os dois lados, mas o resultado nulo subsistiu e a Escócia conseguiu um empate justo.
República Checa 0-1 Inglaterra (Londres)
· Primeira-parte: Sterling marcou o único golo da partida aos 12 minutos e a Inglaterra continuou a jogar com bom nível nos primeiros 30 minutos.
· Segunda-parte: a Inglaterra desacelerou à medida que os minutos foram passando.
· Apesar de ter baixado o ritmo, a Inglaterra nunca viu a vitória ameaçada.
A Inglaterra jogou os três jogos em casa e obteve 2 vitórias e 1 empate, totalizando 7 pontos, e ficou no 1º lugar do Grupo D.
Oitavos-de-final
Inglaterra 2-0 Alemanha (Londres)
· Primeira-parte: A Inglaterra entrou melhor e criou vários lances de perigo. A Alemanha teve dificuldades em impor o seu jogo e apenas em contra-ataque criava perigo, no entanto a melhor oportunidade pertenceu à Alemanha.
· Segunda-parte: os germânicos reagiram e dominaram o início da segunda-parte, mas não conseguiam traduzir em golo. Acabou por ser a Inglaterra a marcar, por Sterling, aos 73 minutos. Sterling podia ter borrado a pintura aos 82 minutos com um mau passe que deixou Mueller isolado perante Pickford, mas rematou para fora. Harry Kane aumentou a vantagem aos 86 minutos. A Alemanha reagiu, obrigando a duas excelentes defesas de Pickford, mas não conseguiu marcar.
· Jogo muito equilibrado.
Quartos-de-final
Ucrânia 0-4 Inglaterra (Roma)
· Primeira-parte: golo de Harry Kane aos 4 minutos.
· Segunda-parte: três golos de cabeça selaram o triunfo: Harry Maguire (minuto 46), Harry Kane (50) e Jordan Henderson (63).
· Mais uma grande exibição da Inglaterra.
Meias-finais
Inglaterra 2-1 Dinamarca (ap) (Londres)
· Primeira-parte: A Inglaterra começou melhor, mas, entretanto, foi a Dinamarca que começou a cercar mais a área inglesa e conseguiu mesmo abrir o marcador com um fantástico livre de Damsgaard, aos 30 minutos. A Inglaterra conseguiu reduzir com a ajuda de um autogolo de Kjaer, aos 39 minutos.
· Segunda-parte: duas grandes defesas dos guarda-redes, uma para cada lado, até aos 60 minutos. A partir daí só deu Inglaterra e Schmeichel foi destaque ao conseguir manter o empate.
· Prolongamento: Na primeira parte do prolongamento é assinalado um penálti a favor de Inglaterra. Schmeichel ainda defendeu, mas Harry Kane acabou mesmo por marcar o golo da vitória na recarga, aos 104 minutos.
· A Dinamarca deu muito trabalho aos ingleses.
Comparação
Tabela comparativa de dados e estatísticas entre as duas finalistas:
Itália – Inglaterra
Presenças anteriores em fases finais (9) · 1968 1º lugar · 1980 4º lugar · 1988 Meias-finais · 1996 Fase de grupos · 2000 2º lugar · 2004 Fase de grupos · 2008 Quartos-de-final · 2012 2º lugar · 2016 Quartos-de-final · 1968 3º lugar · 1980 Fase de grupos · 1988 Fase de grupos · 1992 Fase de grupos · 1996 Meias-finais · 2000 Fase de grupos · 2004 Quartos-de-final · 2012 Quartos-de-final · 2016 Oitavos-de-final
Valor de Mercado 751 M€ 1263 M€
Valor médio de Mercado 28,88 M€ 48,58 M€
Idade média 27,8 25,4
Média de Minutos pelo
clube esta temporada 2177 2496
Prolongamentos 2 1
Jogos até ao momento 5V 1E 0D 5V 1E 0D
Golos marcados 12 10
Golos sofridos 3 1
Posse de bola 52.3% 54.2%
Eficácia de passe 86.3% 87.7%
Ataques 318 256
Remates enquadrados/total 30/108 25/58
Defesas 9 11
Desarmes 74 53
Recuperações de bola 249 222
Sem sofrer golos 3 5
· Histórico no Euro 2020: Ambas com 9 presenças, mas a Itália teve melhor prestação no geral, inclusive foi vencedora uma vez.
· Valor de Mercado: a Inglaterra tem um plantel mais valioso;
· Fadiga: A Inglaterra é a equipa com maior número médio de minutos disputados, nos seus respetivos clubes, durante a última temporada;
· Percurso: ambas com 5 vitórias, 1 empate e 0 derrotas;
· Golos: a Itália marcou mais e sofreu mais e a Inglaterra o oposto;
· Eficácia: a Itália remata mais, mas a Inglaterra é mais eficaz.
Apostas na Final
Favoritos para vencer o Euro 2020, na Casa de Apostas Betano, antes da fase final do torneio se iniciar
As expetativas antes do Euro 2020 davam a Itália e a Inglaterra como favoritas, apenas atrás da França e da Bélgica. Curiosamente, as odds eram iguais, 7.50, ou seja, na teoria ambas tinham a mesma probabilidade de vencer o torneio.
Mesmo na final, notou-se que as seleções continuaram com um grande equilíbrio, tal como tem sido demonstrado ao longo deste artigo.
O jogo acabou por ficar marcado pelo golo da seleção Inglesa logo a abrir a partida e que condicionou, de certa forma todo o encontro. A Itália assumiu as despesas do jogo depois disso e quando chegou ao empate já na segunda parte trouxe justiça ao marcador. Mesmo no prolongamento foram sempre superiores e pareceram controlar a partida que acabaram por vencer apenas e só na marcação de grandes penalidades em que a sorte é sempre fator determinante.
Um desfecho que muitos não previam de início porque apesar de ser uma seleção sempre complicada, teve momentos menos positivos antes desta competição e a jogar a final em Inglaterra contra a equipa Inglesa acabou por ser ainda mais difícil. No entanto, foi uma justa vencedora do torneio e praticou um futebol muito bom durante toda a prova.
Conclusão
Os “azzurri” disputaram a sua quarta final do EURO e contam agora com dois títulos de Campeão da Europa no seu palmarés.
A Itália sagrou-se campeã em Roma, quando foi o país anfitrião em 1968, mas foi derrotada nas presenças seguintes e voltou a vencer o troféu após grandes penalidades este ano em Inglaterra.
A equipa dos Três Leões disputou a sua primeira final do Campeonato da Europa da UEFA, embora já tenha também disputado o seu décimo EURO.
Após o final do torneio foi uma prova marcante com algumas seleções a marcarem pela desilusão mas como sempre algumas a marcar pela surpresa, num ano que já havia sido atípico e que foi um Europeu organizado em 11 países diferentes que trouxe outra dinâmica a toda o torneio.