Pavón, o antigo alvo do Sporting e FC Porto é o melhor a jogar na Argentina

Pavón, o antigo alvo do Sporting e FC Porto é o melhor a jogar na Argentina

Desporto

Pavón, o antigo alvo do Sporting e FC Porto é o melhor a jogar na Argentina

Extremo direito foi considerado o melhor jogador do campeonato, ao serviço do recém-consagrado bicampeão Boca Juniors. Já vale 32 milhões de euros, por isso, jogar em Portugal, só em sonhos.

Artigo de André Cruz Martins

14-05-2018

O extremo direito argentino Cristian Pavón encheu páginas de jornais desportivos portugueses no último verão, devido ao alegado interesse do FC Porto e, principalmente do Sporting, depois de se ter concluído que os dragões não poderiam fazer grandes investimentos para cumprirem o “fair play” financeiro da UEFA. Na altura, o Boca Juniors pedia 15 milhões de euros, valor muito elevado para o clube leonino, que terá pensado em recorrer a um investidor que depois fosse ressarcido aquando da venda do argentino, ou então a que o Sporting pudesse pagar estendido no tempo com uma taxa de juro.

Quase um ano depois, o jogador de 22 anos já vale qualquer coisa como 25 milhões de euros, precisamente o valor da sua cláusula de rescisão, a mais alta na Argentina e que ascenderá a 32 milhões de euros, com os impostos que o clube comprador terá de pagar. A explicação é simples: realizou uma temporada fantástica e foi considerado quase unanimemente a grande figura do campeonato argentino e, por inerência, do Boca Juniors, recém-consagrado campeão. Por isso, parece muito improvável que venha a jogar para Portugal.

No último mercado de janeiro, o nome deste baixo extremo direito de 1,69 metros voltou a ser falado para o Sporting, principalmente depois da lesão sofrida por Gelson, que afinal não foi tão grave como se chegou a temer. A verdade é que Pavón continuou no Boca Juniors e o clube não se deve ter arrependido de ter impedido a sua saída, pois realizou um campeonato soberbo, com 11 assistências e seis golos marcados. E mereceu mesmo a distinção, praticamente unânime, de melhor futebolista da competição.

Pavón soma 70 jogos seguidos e sempre a titular

As suas duas últimas temporadas foram soberbas e ainda por cima tem mostrado uma saúde física invejável, somando qualquer coisa como 70 jogos consecutivos pelo seu clube, sempre como titular, considerando campeonato, taça e Copa dos Libertadores. Aliás, cumpriu todos os jogos dos dois últimos campeonatos.

Foi a partir de janeiro deste ano que os mais distraídos começaram a reparar neste virtuoso extremo, que nesse mês se estreou pela seleção A argentina, substituindo Salvio num jogo particular com a Rússia. Poucos dias depois, já alinhou como titular, frente à Nigéria. Por essa altura, foi alvo de grandes elogios públicos por parte de Lionel Messi. “O Pavón pode ser um jogador muito importante para a nossa seleção pelas características que tem. Não é apenas rápido, mas também decide muito bem”, referiu.

De acordo com a generalidade dos meios de comunicação argentinos, a presença de Pavón nos 23 convocados para o Campeonato do Mundo da Rússia é quase certa. Curiosamente, deverá ter a concorrência do benfiquista Salvio e do Sportinguista Acuña por um lugar no onze. “O Mundial? Tenho feito os possíveis pelo Boca para merecer estar lá”, reconheceu há poucos dias, elegendo “a vitória com o River Plate como o melhor momento da equipa no campeonato”.

Sem surpresa, Pavón foi o mais ovacionado pelos adeptos do Boca na festa da consagração do título de campeão, que decorreu na noite da passada quarta-feira, no estádio La Bombonera e que contou com pouco mais de 50 mil espectadores. De resto, os cânticos em sua honra foram os mais populares da noite, em igualdade com o clássico a gozar com o River Plate: “el que no salta se fue a la B”, numa alusão à despromoção do grande rival ao segundo escalão, em 2011.

Entretanto, o seu empresário e o presidente do Boca Juniors entraram em desacordo há poucos dias. A 6 de maio, Cristian Pavón fez mais um jogaço, na vitória por 2-0 diante do Unión de Santa Fé, que quase deu o título de campeão ao Boca (o mesmo seria confirmado uns dias depois, após o empate 2-2 no reduto do Gimnasia La Plata). Após esse triunfo frente ao Unión de Santa Fé, o seu agente, Fernando Hidalgo, afirmou que “Cristian poderá estar a jogar as suas últimas partidas pelo Boca”, com o presidente Daniel Angeleci a ripostar: “Hidalgo sabe que a nossa decisão é ficar com o jogador pelo menos até finalizarmos a participação na Copa dos Libertadores”.

Refira-se que esta competição está ainda em fase embrionária e as duas mãos das finais disputam-se apenas a 7 e 28 de novembro, pelo que se o Boca insistir na sua permanência, qualquer clube europeu só poderá garantir Pavón se pagar os 25 milhões de euros da cláusula de rescisão, acrescidos dos 7 milhões referentes aos impostos.

Confessou ser adepto do River Plate

Cristian Pavón começou a jogar futebol nas camadas jovens dos Talleres de Córdoba, onde se manteve até aos 18 anos, quando se mudou para o Boca Juniors. Não se afirmou de imediato nos “bosteros” e foi emprestado ao Cólon, voltando em 2016 para, então sim, começar a confirmar as suas potencialidades.

Curiosamente, em 2014 tinha confessado ser adepto do River Plate. “Sou do River e do Talleres. En casa temos almofadas do River, lençóis do River, enfim, tudo do River”, referiu, acrescentando que esperava um triunfo do clube do coração por 2-0, no dérbi que dias depois iria disputar-se com o Boca Juniors. Em 2017, garantiu que já não era do River: “O passado é passado e desde que cheguei ao Boca que me sinto mais um adepto do clube”.

É internacional argentino desde o escalão de sub-17 e em 2016, a revista britânica “FourFourTwo” colocou-o a liderar uma lista de dez jovens talentos brasileiros e argentinos que iriam “estoirar” em breve. E parece ter acertado.

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Artigo de
André Cruz Martins

14-05-2018



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