Paulo Sousa, da sombra de Jorge Jesus ao verão quente de 1993 e ao facto de ser o inimigo número um dos polacos

Paulo Sousa, da sombra de Jorge Jesus ao verão quente de 1993 e ao facto de ser o inimigo número um dos polacos

Desporto

Paulo Sousa, da sombra de Jorge Jesus ao verão quente de 1993 e ao facto de ser o inimigo número um dos polacos

Paulo Sousa chega ao Flamengo para tentar superar o sucesso de Jorge Jesus e depois de uma grande polémica com a federação polaca.

Artigo de Bruno Seruca

27-12-2021

Paulo Sousa é visto como um dos melhores médios defensivos da sua geração. Prova disso é a conquista de duas Ligas dos Campeões por Borussia Dortmund e Juventus. E estes são apenas dois exemplos de um vasto palmarés amealhado em passagens por clubes como, além dos mencionados, o Benfica. Numa altura em que está prestes a assumir o comando técnico do Flamengo, recordamos várias polémicas que têm marcado o percurso do ex-jogador e treinador.

Paulo Sousa é um dos rostos do verão quente de 1993. Foi nessa altura que o Sporting aproveitou os problemas financeiros do Benfica para “roubar” o médio e também Pacheco ao rival histórico. Ambos rescindiram alegando justa causa e os “leões” estiveram ainda perto de assinar contrato com João Vieira Pinto. Esta era a primeira grande polémica da carreira do jogador que acabaria por nada conquistar em Alvalade. Depois de várias conquistas e de algumas lesões graves, Paulo Sousa terminava a carreira de futebolista nos espanhóis do Espanyol em 2002, clube pelo qual disputou apenas 9 jogos.

Paulo Sousa é um dos rostos do verão quente de 1993 do futebol português

Saltamos até julho de 2008. É nesta altura que passa a ser treinador adjunto do então selecionador português Carlos Queiroz, que já o tinha treinado durante a passagem pelo Sporting. A experiência foi curta e quatro meses depois chegava a estreia como treinador principal, ao serviço dos ingleses do Queens Park Rangers, na segunda divisão do futebol inglês. Em abril do ano seguinte deixava a equipa, mas mantinha-se no país e na mesma divisão. Primeiro ao serviço do Swansea e depois no comando do Leicester. Sempre sem grande sucesso.

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No verão de 2011 dá início a um périplo por campeonatos menores. Assina pelos húngaros do Videoton e por lá fica até ao início da época 2013/14. Nessa temporada ruma a Israel para treinar o Maccabi Telaviv, onde consegue conquistar o primeiro título de campeão nacional. O segundo é na temporada seguinte, mais uma vez num campeonato menor. Como é o caso do suíço, onde esteve ao serviço do Basileia.

Saída polémica do Bordéus e inimigo número um dos polacos

Fica apenas uma temporada em solo helvético e muda-se para Itália, país em que gozava de enorme prestígio. Assina contrato com a Fiorentina e é responsável, por exemplo, pelo crescimento de Chiesa, que hoje brilha na Juventus. Ainda assim, desilude os adeptos ao ser eliminado das competições europeias e acaba por sair do clube no verão de 2017. Em novembro desse ano muda-se para mais um campeonato periférico e visto como menor. Assume a liderança dos chineses do Tianjin Quanjian, mas deixa o clube menos de um ano depois numa altura em que levava seis jogos sem vencer.

Em março de 2019 passa a ser o treinador do Bordéus, um histórico do campeonato francês. Em agosto de 2020 deixa o clube. Assume que falhou nos objetivos propostos, tendo criticado publicamente a direção pela falta de reforços. Este é o segundo momento de maior controvérsia da carreira de Paulo Sousa. Até que em janeiro de 2021 faz a estreia como selecionador nacional ao assumir o comando da Polónia. E tudo parecia correr bem até ao momento em que o seu nome é apontado como o do novo treinador do Flamengo.

O presidente da federação polaca revela um telefonema do treinador a pedir para sair e rapidamente se multiplicam as críticas ao português. Que passa a ser visto como traidor, desertor e o maior inimigo de 40 milhões de polacos. Robert Lewandowski, estrela maior da equipa, já fez saber estar “chocado e surpreendido” com a atitude do treinador.

Comparações com Jorge Jesus

Por sua vez, do outro lado do Atlântico começam as comparações com Jorge Jesus, o último treinador a ter sucesso ao comando do Flamengo. O Globo Esporte destaca as baixas percentagens de vitórias de Paulo Sousa. Salientando que apenas no Maccabi e no Basileia é que os valores superam os 60% de vitórias. Ainda longe dos 75% de Jorge Jesus enquanto treinador do Flamengo.

É ainda destacado que o treinador garantiu ao Flamengo que pagará do próprio bolso para se desvincular da federação polaca. Além disso, é salientado que Paulo Sousa é uma opção mais barata do que o regresso de Jorge Jesus. Bem como o facto de o treinador ter justificado a decisão de abandonar a seleção da Polónia com o argumento de que o Flamengo é dos maiores clubes do mundo.

Fotos: Reprodução Instagram

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Artigo de
Bruno Seruca

27-12-2021



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