Paulo Battista dispensa apresentações. Afinal, estamos a falar do alfaiate que veste celebridades que vão de Manuel Luís Goucha a vários jogadores de futebol da seleção nacional, passando ainda por estrelas como Neemias Queta, o português campeão da NBA. Aquilo que muitos podem desconhecer é que o afamado alfaiate é um entusiasta do boxe. O paraeles desafiou Paulo Battista a trocar os fatos e as tesouras pelas luvas de boxe para um treino na companhia de Nuno e Rui Pavanito, para ficarmos a descobrir de onde vem o encanto por uma modalidade que está a ganhar popularidade entre os amantes da prática de desporto.
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“O boxe surge na minha vida porque há um ano decidi cuidar de mim e da minha saída. Decidi fazer o típico, ir para o ginásio e treinar”, começa por revelar. “Já conhecia o Nuno Pavanito que é provavelmente dos melhores treinadores de boxe”, acrescenta, explicando que foi assim que tudo começou. “É um desporto muito completo. Trabalhamos tudo, coordenação, força, mente e concentração. O boxe dá-me aquilo que o ginásio não dá, o que é muito gratificante. Consegues em todas as aulas, especialmente nas mais personalizadas, levar-te ao limite. É isso que queremos. Não pensas em mais nada. Ficas limpo de uma semana de trabalho e problemas. O boxe dá-me essa tranquilidade. Costumo dizer que o banho a seguir ao boxe é diferente da semana inteira. O nível de concentração é muito grande e isso é muito bom”, refere.
“Costumo dizer que o banho a seguir ao boxe é diferente da semana inteira”
Paulo Battista acredita também que cada vez menos se associa o boxe à violência. “Já se começa a perder a ideia de que o boxe é violento. Muita gere adere, mesmo na minha idade. Devia estar no sofá, mas decidi estar mais ativo”, graceja. “Sou do tempo em que o boxe era violento, mas o karaté era disciplina e auto-conhecimento. O boxe é igual a qualquer arte marcial e têm de experimentar”, desafia. Deixando a recomendação que não se deixem levar por vídeos de treinos partilhados nas redes sociais. “Está muito na moda as aulas de YouTube, mas aconselho a que venham mesmo fazer boxe. Se puderem façam-no com quem eu treino. Se tiverem uma academia perto de vocês, experimentem. E não desistam ao primeiro treino. Porque é muito ativo e leva-nos ao limite. Depois do meu primeiro treino não conseguia cortar fatos”, conta.
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E será que Paulo Battista aceitava o desafio de criar roupa para treinar boxe em vez dos famosos fatos? “Era um bom desafio. Mas é melhor deixar a roupa de desporto para quem sabe fazer. Ainda que, e soube isto há pouco tempo, uma marca desportiva que patrocina um candidato à Bola de Ouro vai desenvolver um fato. Será uma mudança de paradigma?”, termina.
Fotos: Zito Colaço Imagem e edição: Fábio Lopes