O’Sullivan e Selby. Ligados pelo passado problemático e domínio no snooker

O’Sullivan e Selby. Ligados pelo passado problemático e domínio no snooker

Desporto

O’Sullivan e Selby. Ligados pelo passado problemático e domínio no snooker

Os dois dominam no snooker, mas têm muito mais em comum do que a qualidade nos tapetes.

Artigo de Hugo Mesquita

09-04-2018

Ronnie O’Sullivan é aclamado por muitos como o melhor jogador de snooker de todos os tempos. Justo ou não, o certo é que nos últimos anos o domínio observado antes já não é tão evidente. Tudo graças a um nome que, não sendo novato, tem conseguido fazer frente a O’Sullivan, o também inglês Mark Selby.

Para aqueles que não estão familiarizados com a modalidade, O’Sullivan está para o Snooker como Messi está para o futebol, ficando o papel de Cristiano Ronaldo guardado para Mark Selby. Isto porque O’Sullivan é aquele jogador com o talento puro que, com pouco trabalho consegue ser protagonistas de algumas das melhores jogadas da história dos tapetes. Mark Selby compensa o menor talento inato com uma grande dose de trabalho.

 

Em comum têm – para lá da qualidade nas mesas de snooker – um passado familiar bastante conturbado. O que surpreende já que são estrelas num desporto considerado de elite. A mãe de Selby abandonou-o quando ele tinha oito anos de idade e o pai morreu, vítima de cancro, quando ele tinha 16. O’Sullivan não nasceu no seio de uma família carenciada, os pais eram donos de uma rede de sex-shops em Soho, mas ambos tiveram problemas com a justiça. O pai foi preso por 18 anos por ter matado outro homem, enquanto que a mãe foi presa um ano por evasão fiscal.

“Não gosto de snooker”

Os problemas familiares não foram impeditivos para alcançarem o sucesso. Os pais dos jogadores tiveram um papel fundamental nas suas carreiras.  “O meu pai nunca me obrigou a tornar-me um jogador de snooker (…) Ele estava feliz se eu fosse feliz”, disse Selby numa entrevista. “Eu não gostava de snooker, só jogava para o meu pai me poder ver pela televisão”, afirmou O’Sullivan.

Ainda sobre os pais, O’Sullivan esperou que o pai saísse da prisão para reatar a relação. “Ele estava no sítio errado à hora errada, ele não é um assassino”. Mark Selby não ultrapassou completamente os problemas do passado, já que continua sem falar com a mãe.  “É difícil [reaproximar-se da mãe], mas eu sou uma pessoa teimosa e ela abandonou-me quando eu era muito jovem. Estou no palco, a menos que ela venha até mim, sinto que não lhe devo nada (…). A única maneira de nos aproximarmos é ela vir ter comigo”, confessou Selby. 

Atualmente, os dois jogadores dominam o ranking mundial de Snooker. Selby é primeiro e O’Sullivan segundo. O primeiro, conquistou o terceiro título consecutivo no Open da China, este domingo, frente a Barry Hawkins, 11-3. Já no que a títulos mundiais diz respeito, Selby leva já 3 (2014, 2016 e 2017) e O’Sullivan, passando por uma fase menos fulgorante, leva 5 (2001, 2004, 2008, 2012 e 2013).

Para já, o currículo de O’Sullivan é mais vasto, mas já é profissional desde 1992, enquanto que Selby só o é desde 1999. Selby tem 34 anos e O’Sullivan 42.  Ficam no ar duas perguntas sobre os dois: São os melhores de sempre? Conseguirá Selby construir um palmarés semelhante ao do “The Rocket”?

Fotos: Reprodução Instagram

 

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Artigo de
Hugo Mesquita

09-04-2018



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