Apenas com dois anos de existência, o Atlanta United, treinado pelo argentino Tata Martino, sagrou-se campeão dos Estados Unidos, depois de ter derrotado no jogo decisivo o Portland Timbers, por 2-0, sucedendo assim ao Toronto FC.
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Além de Josef Martinez, eleito o melhor jogador da MLS, o destaque na formação de Atlanta vai também para o médio espanhol Miguel Almirón, a estrela da companhia, e para a incrível revelação George Bello, um miúdo de apenas 16 anos que joga como defesa esquerdo.
Jorge Jesus dá valente trambolhão durante jogo. Veja o vídeo:
Almirón na mira do Arsenal
Miguel Almirón é um paraguaio de 24 anos que atua habitualmente como número 10 e que tem sido notícia nas últimas semanas pelo interesse do Arsenal nos seus serviços. No mercado de janeiro, os “gunners” poderão chegar aos 20 milhões de euros para garantir o concurso do jovem craque.
No último verão, o West Ham e o Newcastle United terão também estado interessados no médio, tal como os italianos do Inter Milão, mas o Atlanta United não abdicou do seu concurso.
Autor de 12 golos e 13 assistências nos 32 jogos que disputou esta temporada na MLS, Almirón também se destaca pela forma como defende, de acordo com o seu treinador, Gerardo Martino. “É um número 10 atípico, pois tem grande compromisso com a equipa, mostrando grande disponibilidade para recuperar a bola e pressionar”, sublinha.
Cuspidela sem castigo
Miguel Almiróm, 12 vezes internacional A pelo Paraguai, chegou ao Atlanta United a poucos dias do Natal de 2016, com os norte-americanos a pagarem 8 milhões de euros aos argentinos do Lanus pelo seu passe. Impôs-de de imediato, mas foi nesta temporada que se afirmou como a grande figura da equipa.
Até agora, o paraguaio só sofreu um percalço importante na sua experiência na MLS, ao ser muito criticado depois de ter cuspido num adversário, Chris Mavinga, durante o jogo com o Toronto FC, em agosto último. O árbitro não viu e Miguel escapou a um castigo, pois as imagens televisivas não foram totalmente esclarecedoras.
Paixão pelo River Plate
Recentemente, os adeptos do Lanús, o seu anterior clube, onde é (ou era) visto como um ídolo, ficaram negativamente surpreendidos ao perceberem que ele tem uma tatuagem do rival River Plate nas costas. A descoberta foi feita depois de Almirón ter tirado a camisola ao festejar um golo marcado ao Columbus Crew.
Em entrevista ao jornal “Marca”, explicou como surgiu a paixão pelo River. “Fiz a tatuagem quando tinha 15 anos porque meu tio era fã de River. Uma vez, ao serviço do Cerro Porteño, treinámos no Monumental [o estádio do River] e o Francescoli [uma das grandes figuras da história do River], que é o meu ídolo, veio ao hotel onde estávamos, entregou-me uma camisola autografada e pude tirar uma foto com ele”, revelou, não escondendo que “jogar no River” é o grande sonho da sua vida.
Ainda assim, faz questão de frisar que está feliz no atual clube. “Não estou a pensar em ir para o River e só estou concentrado no que posso conseguir com o Atlanta United”, garante.
De acordo com dados revelados pela MLS, Miguel Almirón é o quinto futebolista que vende mais camisolas no campeonato. Melhor só mesmo Ibrahimovic (o líder incontestado), Carlos Vela, Joseph Martínez e Wayne Rooney.
Titular aos 16 anos
Entretanto, a grande revelação do Atlanta United na época em curso é George Bello. Este defesa esquerdo de apenas 16 anos estreou-se na equipa principal a 3 de setembro, ao entrar na segunda parte do jogo com o DC United. Passados poucos dias foi titular pela primeira vez, diante dos Real Salt Lake (2-0) e a 6 de outubro, cumpriu pela primeira vez os 90 minutos, tendo sido o autor de um golo na vitória por 2-1 frente aos New England Revolution.
Sexto mais novo a marcar na MLS
Com 16 anos e 257 dias, George Bello tornou-se no sexto jogador mais novo a marcar na MLS, numa lista liderada pelo nosso bem conhecido Fredy Adu, que conseguiu esse feito com apenas 14 anos e 320 dias, no ano de 2004. Espera-se que venha a ter mais sucesso do que o avançado que passou sem sucesso pelo Benfica e que atualmente, aos 29 anos, representa o Las Vegas Lights, do segundo escalão norte-americano.
Começou a ponta de lança
George é filho de pais nigerianos, mas mudou-se ainda bebé para os Estados Unidos. Começou a jogar na Southern Soccer Academy, depois passou pelo Alpharetta Ambush e aos 15 anos chegou ao Atlanta United. Já é internacional pela seleção sub-17 dos EUA e chegou a prestar provas nos italianos do Génova CFC e nos ingleses do Everton, mas acabou por não ficar e regressar aos “States”.
Curiosamente, tem recuado no terreno ao longo dos anos. “Quando comecei a jogar era ponta de lança, depois passei a ser extremo esquerdo, número dez e passei a ser defesa esquerdo no meu primeiro estágio com a seleção dos Estados Unidos. As coisas correram-me bem e fui continuando”, diz, confessando que gosta de atacar mas que tenta ser equilibrado nas suas ações. “Tento ser o mais versátil possível, mas agora tenho de me concentrar na defesa para ir melhorando cada vez mais”, assume.
Ídolos Alaba e Miguel Almirón
Este adolescente que tem como ídolo Alaba, defesa esquerdo do Bayern Munique, confessa que está nas nuvens. “Treinar com a equipa principal dos Atlanta United é fantástico. As sessões são sempre intensas, sem interrupções, é só competir, competir, competir e tenho de
mostrar o máximo que conseguir. Por outro lado, é incrível partilhar o balneário com o Miguel [Almirón]. Ele é sempre muito intenso e sério, nunca brinca dentro de campo e sinto-me muito bem por ter a possibilidade de crescer ao lado de um jogador fantástico como ele”, realça.
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