Liam Gibson, da doença fatal, às injeções antes do treino e o regresso aos relvados

Liam Gibson, da doença fatal, às injeções antes do treino e o regresso aos relvados

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Liam Gibson, da doença fatal, às injeções antes do treino e o regresso aos relvados

Defesa esquerdo que era apontado como uma das grandes esperanças do Newcastle esteve um ano e meio sem jogar devido a uma doença muito grave, mas recuperou e ainda quer chegar ao topo.

Artigo de André Cruz Martins

15-01-2019

Liam Gibson, defesa esquerdo de 21 anos, é um dos mais impressionantes casos de superação no mundo do futebol. Em 2015 foi-lhe diagnosticada uma doença muito grave, quando alinhava nos juniores do Newcastle. Esteve muito perto de deixar o futebol mas recuperou de forma sensacional, voltando a competir pela equipa de sub-23 dos “magpies”. Entretanto, no último mercado de janeiro, foi cedido ao Accrigton Stanley, da League One, terceiro escalão do futebol inglês.

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Injetava-se todos os dias antes do treino

No final de 2015 Liam, na altura com 18 anos, viu o mundo desabar sobre si, quando era apontado como uma das grandes esperanças para o futuro do Newcastle. Foi-lhe diagnosticada uma colite ulcerosa, doença inflamatória intestinal que pode levar à morte.

Ainda assim, nos primeiros meses, ainda tentou continuar a jogar. “Injetava-me todos os dias antes do treino, para aguentar a sessão. Mas nunca conseguia cumprir todo o treino e o meu estômago ficava sempre num estado lastimável”, conta.

Conseguiu fazer alguns jogos pela equipa de sub-23 do Newcastle, mas era óbvio que não estava em condições. “Sofria cãibras antes do intervalo porque perdia muitos fluidos durante o dia e à noite já não conseguia dar mais nada”, recorda.

Um ano e meio ausente

Fatalmente, a doença acabou por ganhar e esteve cerca de um ano e meio sem jogar futebol. “Estava muito deprimido e disse aos meus pais e à minha namorada que não iria conseguir ultrapassar a doença e certamente não voltaria a jogar futebol”, refere.

E revelou alguns pormenores das dificuldades que passou: “Muitas vezes, as dores eram tão fortes que não conseguia segurar as lágrimas e houve uma altura em que deixei de conseguir andar. Tive uma sorte incrível por ter conseguido recuperar tão bem”, realça.

Estreia com boa exibição

Desde que regressou à competição, em abril de 2018, não voltou a ter sequelas. Fez cinco jogos em 2017/18 e esta temporada cumpriu 13 ao serviço da equipa de sub-23. Neste mercado de janeiro, aceitou a proposta do Accrington Stanley.

Estreou-se no novo clube com uma boa exibição no empate a zero diante do Bristol Rovers. “Se há um ano me dissessem que estaria a jogar num escalão competitivo como a League One teria dado uma valente gargalhada. Isto é surreal, pois quando estava deitado na cama do hospital nunca pensei voltar a jogar”, assume.

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Na estreia ao serviço do Accrington Stanley, o defesa esquerdo contou com a presença da sua família nas bancadas e fez questão de agradecer “a todas as pessoas no Newcastle, especialmente aos médicos e aos fisioterapeutas, que permitiram que este milagre acontecesse”.

“Tem um talento incrível”

Apesar de ser alto, Liam Gibson tem no “baixinho” Jordi Alba, do FC Barcelona, a sua grande inspiração no posto de defesa esquerdo. Em 2015, chegou a disputar alguns jogos particulares da equipa principal do Newcastle e esteve no banco dos suplentes numa partida da Premier League com o West Bromwich Albion.

O mítico Peter Beardsley, seu antigo treinador nos sub-23 do Newcastle, continua a acreditar que o seu ex-pupilo pode chegar ao topo, apesar de tudo o que passou “Tem um talento incrível, sendo dono de um magnífico pé esquerdo. Também é forte e tem uma boa compreensão do jogo. Para além disso, é um ótimo miúdo”, sublinhou.

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Artigo de
André Cruz Martins

15-01-2019



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