Numa seleção uruguaia em que quase todos falam da dupla de ataque formada por Suárez e Cavani, há dois jogadores que têm sido as grandes revelações da “celeste” neste Campeonato do Mundo: o médio Lucas Torreira, de quem já falámos aqui e o defesa esquerdo Diego Laxalt, que foi um dos melhores em campo frente à Rússia e titular no jogo com Portugal.
Foi precisamente diante da equipa anfitriã do torneio que o jogador de 25 anos fez a sua estreia como titular neste Mundial e destacou-se pelo constante vaivém no corredor esquerdo, tendo sido uma seta apontada na direção do ataque, mas sem descurar as tarefas defensivas.
Teve inclusivamente enorme preponderância num dos golos da partida, ao ver o seu forte remate desviado por Cheryshev para a sua própria baliza. Foi em 2016 que Laxalt se estreou na seleção A do Uruguai, numa vitória por 3-0 diante da Venezuela e frente a Portugal cumpriu a sua nona internacionalização.
Chegou ao Inter com 20 anos mas nunca jogou lá
Diego Laxalt foi formado no Defensor Sporting, um dos melhores clubes no seu país natal. Aos 19 anos, estreou-se na equipa principal, mas realizou apenas 15 jogos nessa época, mudando-se logo a seguir para o Inter Milão, que ficou convencido com o seu desempenho no Mundial de sub-20, competição em que a equipa celeste foi vice-campeã.
O seu primeiro amigo em Itália foi o ex-portista Álvaro Pereira e cumpriu o sonho de ser colega do seu grande ídolo, Javier Zanetti. No entanto, não chegou a vestir a camisola “nerazzurra”, tendo sido sucessivamente emprestado a Bolonha FC, Empoli FC e Génova CFC, com este último clube a comprar o seu passe no início da época de 2016/17, por cerca de 6 milhões de euros. Assumiu-se como uma das grandes figuras da sua equipa ao longo das últimas três temporadas, com um total de 112 jogos efetuados e 8 golos apontados.
Laxalt começou a carreira como médio centro, mas pouco depois de chegar a Itália passou a alinhar como médio esquerdo, até recuar para defesa do mesmo lado, já ao serviço do seu atual clube, sendo um especialista a fazer todo o corredor, num esquema de três centrais.
Óscar Tabaréz, selecionador uruguaio, não lhe poupa elogios. “É um jogador com grandes dotes técnicos, boa condição física e muitas partidas disputadas pelo seu clube. Joga os 90 minutos ao ataque e à defesa e tem marcado golos importantes. Sem dúvida demostrou poder estar connosco”, afirmou.
Alvo do Benfica agora e há cinco anos
Os bons desempenhos de Diego Laxalt não passaram despercebidos a grandes clubes do futebol europeu, entre eles o Benfica. Os encarnados olham-no como um dos possíveis substitutos de Grimaldo, caso se confirme a saída do espanhol.
Curiosamente, em janeiro de 2013, quando Laxalt era um jovem de apenas 19 anos e tinha acabado de se estrear nos seniores do Defensor Sporting, já tinha estado nos planos dos encarnados. E, na altura, não escondeu o desejo de representar o clube da Luz, imitando o trajeto de um nosso velho conhecido. “Sei que o Maxi Pereira está há vários anos no Benfica. Ele saiu do Defensor Sporting, o clube que também represento. É sem dúvida um exemplo a seguir e gostaria de seguir as suas pisadas”, assumiu, em declaração ao jornal “Record”.
No entanto, como já referimos, o seu destino acabaria por ser o Inter Milão e se é verdade que nunca representou os “nerazzurri”, acabou por construir uma boa carreira em Itália e conseguiu chegar à seleção uruguaia.