Júlio César acaba carreira com confissões surpreendentes sobre Messi, Casillas e Mourinho

Júlio César acaba carreira com confissões surpreendentes sobre Messi, Casillas e Mourinho

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Júlio César acaba carreira com confissões surpreendentes sobre Messi, Casillas e Mourinho

Guarda-redes brasileiro, que passou pelo Benfica, coloca ponto final numa carreira com mais de 20 anos. Na hora do adeus, Júlio César dá a conhecer os momentos que mais marcaram o percurso enquanto jogador.

Artigo de Bruno Seruca

19-04-2018

Quando, de forma surpreendente, abandonou o Benfica a meio desta época especulou-se que Júlio César iria colocar um ponto final na carreira. Mas o guarda-redes, de 38 anos, não resistiu ao apelo de voltar a defender as cores do seu Flamengo. No próximo sábado (21), o jogador brasileiro irá defender uma baliza pela última vez. O jogo entre o Flamengo e o América-MG será o ponto final de uma carreira brilhante, recheada de títulos.

Antes do adeus, Júlio César concedeu uma entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, dando a conhecer alguns dos momentos mais marcantes da carreira. E um deles envolve José Mourinho, treinador português que orientou o guarda-redes brasileiro nos italianos do Inter. Mas já lá vamos. Porque Júlio César irá para sempre recordar o momento em que fez chorar um dos melhores jogadores da história do futebol.

“Fiz o Messi chorar”

Fiz o Messi chorar. (…) Todos dizem que o meu momento foi a defesa ao remate do Messi nas meias finais da Liga dos Campeões, em Barcelona [época 2009/10]. E talvez tenham razão. Nesse jogo, nesse momento, contra esse adversário”, recorda o guarda-redes. Recorde-se que os italianos tinham derrotado o Barcelona por 3-1 em Itália, tendo perdido por 1-0 em Barcelona, jogo em que Júlio César brilhou e que permitiu ao italiano chegarem ao final da competição que acabariam por vencer.

Numa outra entrevista, concedida ao programa Seleção Sportv, Júlio César recordou o momento em que foi eleito o melhor guarda-redes da Taça das Confederações, em 2013. O jogador foi receber o prémio com a camisola de Iker Casillas [atual guarda-redes do Porto] e José Mourinho não gostou. “Quando cheguei ao balneário, vejo uma mensagem do Mourinho no meu telemóvel, ele que estava com problemas com o Casillas no Real Madrid. (…) A mensagem era a seguinte: ‘tu tás maluco. O gajo é que tem que vestir tua camisola e não tu a dele’. E disse-me ainda que eu com um braço defendia mais do que o Casillas”, revela.

Ainda sobre o treinador português, Júlio César recorda o dia em que Mourinho quis que jogasse vestido de amarelo, cor que viria a utilizar em diversas ocasiões no Benfica. “Houve uma altura em que ele queria que atuasse com uma camisola amarela, que não fazia parte das cores dos guarda-redes na temporada – que eram branco, preto e cinzo. Deu-me uma camisola amarela, que era a de treino, e eu disse que não jogaria de amarelo. Ele gozou comigo de todas as formas e disse-me que estava era com medo da bola. Resumindo… joguei mesmo de amarelo”, recorda.

“Disse-me ainda que eu com um braço defendia mais do que o Casillas”

Júlio César refere ainda que o português é um “técnico muito exigente”. “Procura espremer o jogador ao máximo e se não fores forte, vais do céu ao inferno rapidamente. O meu primeiro ano foi ótimo, sensacional. Já o segundo foi mais complicado e confesso que entrava em algumas partidas com medo de errar. Aí pensei: ou o enfrento ou ele acabará comigo. Aí ele virou-se para mim num treino e disse-me ‘és o melhor guarda-redes do mundo, mas hoje és um guarda-redes de Série C’. Tudo devido a uma falha que tinha tido numa partida diante da Fiorentina. Mas ele fazia isso para fazer com que o jogador se motivasse ainda mais. Uns aceitam outros não”, refere.

Foi na entrevista ao desportivo italiano que Júlio César abordou o momento do adeus e aquilo que tem sentido nos últimos tempos. “Tudo tem sido tão bonito como foi nestes 20 anos: é mais do que um sonho. Nunca, nem mesmo quando criança, imaginava uma carreira como esta”, conta. O guarda-redes escolheu ainda qual o melhor avançado que teve de enfrentar. “Romário. Ele inventava e não tinha remédio. Nunca sabia como ele se iria mover”, explica.

Ao longo da carreira Júlio César passou pelo Flamengo (Brasil), Inter e Chievo (Itália), Queen Park Rangers (Inglaterra), Toronto FC (Canadá) e Benfica (Portugal). Do seu palmarés fazem parte: Campeonato do Mundo de Clubes, Liga dos Campeões, Copa América, duas Taças das Confederações, três Ligas Portuguesas, cinco italianas. Recorde algumas das melhores defesas de Júlio César.

Fotos: Reprodução Facebook

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Artigo de
Bruno Seruca

19-04-2018



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